Capítulo 23

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Ansiosa, esperei os garotos no vestíbulo do palácio. Não sabia se minha roupa era adequada — o que as pessoas vestiam para cozinhar? —, nem como fingir ter prática na cozinha, nem como dividir a atenção entre quatro pretendentes.
E, embora eu soubesse que a presença de um fotógrafo era boa tanto por publicidade quanto
por segurança, a ideia de registrar aquela noite não me deixava nem um pouco mais tranquila.
Ajeitei minha camisa — que era bem simples para o caso de sujar — e toquei o cabelo para
conferir se estava no lugar. O relógio indicava que os garotos estavam quatro minutos
atrasados, e eu estava ficando impaciente.
Quando estava a ponto de pedir que um mordomo fosse buscá-los, ouvi o eco das vozes no corredor. Lawrence foi o primeiro a surgir. Nicholas vinha ao seu lado, em uma tentativa clara de fazer amizade com o suposto líder da turma. Tanner estava com Charles, e ambos sorriam calmamente.
Não muito atrás, Alex caminhava com as mãos atrás das costas. Sua presença era necessária,
mas eu tinha a impressão de que ele se sentia um pouco deslocado por ser o único a não
participar daquele encontro em grupo.
Lawrence esfregou as mãos e perguntou:
— Pronta para comer?
— Para comer, sim. Para cozinhar? Vamos ver — tentei esconder o receio com um sorriso, mas acho que Lawrence percebeu.
— Então é verdade que vocês dois se conhecem desde que nasceram? — perguntou Nicholas, tão de repente que eu não soube como responder.
— Acredite em mim: sua situação é muito melhor — Lawrence rebateu tranquilo e lhe deu uma leve cotovelada nas costelas.
— É verdade — confirmei. — É como Lawrence disse no Jornal Oficial: nunca o enxerguei como um namorado em potencial até ser obrigada a isso. Ele é praticamente da família.
Todos riram, e me dei conta do quanto aquilo era verdade. Eu ficava incomodada ao ouvir
Taylor dizer a todos que era como uma irmã para mim, mas, de fato, eu tinha muito mais contato com ela e Lawrence que com meus primos.
— A cozinha é por aqui — eu disse, apontado para a sala de jantar. — Os funcionários estão avisados da nossa chegada, então vamos nessa.
Lawrence sacudiu a cabeça diante do meu falso entusiasmo, mas não disse nada.
Seguimos até o fundo da sala de jantar e contornamos uma divisória. Havia um amplo
elevador de alimentos, usado pelos funcionários para trazer as refeições, além de uma
escadaria que dava para a cozinha principal. Nicholas apareceu ao meu lado e logo ofereceu o braço enquanto descíamos pelos largos degraus.
— O que vai cozinhar esta noite? — ele perguntou.
Torcia para meu rosto não ter transparecido o choque. Pensara que alguém já teria as ideias.
— Ah, eu topo qualquer coisa — desconversei.
— Vamos fazer uma refeição completa — Lawrence sugeriu. — Entrada, prato principal e
sobremesa.
— Parece bom — Tanner concordou.
Alex interveio lá do fundo:
— Charles e eu faremos a sobremesa, se não se importarem.
— Sem problemas — Lawrence respondeu.
Dava para sentir o cheiro do jantar que estava sendo preparado para o resto do palácio.
Não consegui identificar todos os aromas, mas havia um delicioso quê de alho no ar. Foi então
que ganhei um novo motivo para odiar aquele encontro: eu teria de adiar minha refeição de
verdade.
Em um cômodo de teto baixo, uma dúzia de pessoas com o cabelo bem preso ou sob toucas
corria de um lado para o outro enquanto jogavam legumes em panelas de água fervente ou conferiam o tempero dos molhos. Ainda que precisassem terminar a refeição para todos do
palácio, o pessoal da cozinha tinha liberado metade do espaço para nós.
Um homem com chapéu de chef nos abordou:
— Alteza, o espaço é suficiente?
— Mais do que suficiente, obrigada.
Me lembrei de tê-lo visto semanas antes, quando me apresentara amostras de opções para o
primeiro jantar da Seleção. Estava tão irritada naquele dia que minha mãe fez a maior parte
das escolhas. Depois, sequer pensei em agradecer. Ao olhar ao redor naquele momento e ver quanto trabalho dava uma simples refeição, senti vergonha de mim mesma.
— Missä pidät hiivaa? — Charles perguntou educadamente.
Olhei para Alex, que traduziu:
— Com licença, senhor, mas onde fica o fermento?
Tanner e Nicholas riram, mas lembrei do que Alex dissera uma vez e do que estava mal escrito na ficha de Charles: ele era cozinheiro.
O chef gesticulou chamando Charles, e Alex seguiu para ajudar na conversa. O chef
claramente estava muito feliz por ter alguém com experiência na cozinha. Já os outros
garotos… nem tanto.
— O.k., então… vamos ver o que tem na geladeira — Tanner incentivou, hesitante, e foi até um dos grandes refrigeradores alinhados à parede.
Encarei o conteúdo bem arrumado nas prateleiras — embrulhos de carne organizados com etiquetas, os quatro tipos diferentes de leite de que dispúnhamos, diversos molhos e aperitivos prontos e armazenados com antecedência — e tive certeza de que aquela não era a minha praia.
Ouvi um clique e virei para ver de onde vinha. A fotógrafa tinha chegado.
— Finja que não estou aqui! — ela sussurrou com uma voz alegre.
Lawrence pegou um pouco de manteiga.
— Sempre vamos precisar de manteiga — ele me garantiu.
— Bom saber — concordei.
Nicholas encontrou uma pilha de alguma coisa no balcão.
— O que é isso? — perguntou ao chef.
— Massa folhada. Dá para fazer dezenas de coisas com isso. Derretam um pouco de manteiga enquanto eu arranjo umas receitas para vocês.
Lawrence me olhou, convencido:
— Viu só?
— Como vamos decidir quem ajuda com quem? — Nicholas perguntou, com a óbvia esperança
de que eu simplesmente o escolhesse.
— Pedra, papel e tesoura? — sugeriu Tanner.
— Justo — Lawrence concordou.
Ele e Tanner começaram a disputar primeiro e, embora ninguém tenha dito, sabíamos que os
perdedores ficariam juntos.
Lawrence ganhou tanto de Tanner como de Nicholas. Tanner não reclamou, mas Nicholas não tinha tanto talento para disfarçar suas emoções. Os dois decidiram preparar uma entrada — aspargos envoltos em prosciutto e massa folhada — enquanto Lawrence e eu ficamos parados diante de um frango, tentando descobrir o que fazer com ele.
— E então? Qual é o primeiro passo? — perguntei.
— Cozinhei bastante quando morei em Fennley, mas preciso de uma receita. Aposto que aqueles livros vão ajudar.
Fomos até uma estante com dezenas de livros de receitas. A maioria tinha várias páginas
marcadas, e havia ainda uma pilha de fichas ao lado, com mais ideias de pratos.
Enquanto Lawrence folheava os livros, eu brincava com os potes de temperos. A cozinha me deu a impressão de ser como um laboratório científico, só que com comida. Abri alguns potes para sentir o aroma ou a textura.
— Cheire — insisti para Lawrence, segurando a jarra.
— O que é?
— Açafrão. Não é delicioso?
Ele sorriu para mim e foi direto para o fim do livro que segurava.
— A-há! — exclamou ao encontrar a página com a receita. — Frango com açafrão. Quer tentar?
— Claro.
Segurei o pote firme, como se aquela tivesse sido minha grande contribuição para a noite.
— Muito bem. Frango com açafrão… Então vamos preaquecer o forno — Lawrence instruiu.
Fiquei ao lado dele, olhando para aquele monte de botões e mostradores. Provavelmente, na
casa de pessoas normais o forno devia ser bem diferente, mas o trambolho industrial do
palácio parecia pronto para lançar um satélite se apertássemos o botão errado. Continuamos
encarando, como se o aparelho fosse dar instruções se esperássemos o suficiente.
— Pego mais manteiga? — perguntei, irônica.
— Calada, Camila.
O chef passou por nós e murmurou:
— Botão da esquerda, um pouco para cima.
Lawrence estendeu a mão e acendeu o forno como se soubesse o que fazer o tempo todo.
Dei uma olhada em Tanner e Nicholas. Nicholas claramente assumira o papel de líder e gritava as ordens. Tanner parecia não se importar; ria e fazia piadas sem ser impertinente. Eles olhavam para nós o tempo todo, e Nicholas chegou a vir nos ver algumas vezes. Mais ao fundo, Alex e Charles trabalhavam em silêncio. Alex ficou com a menor parte do trabalho e só ajudava quando
Charles pedia.
As mangas da camisa de Charles estavam arregaçadas, e sua calça, suja de farinha. Gostei de ver que ele parecia não se importar em botar a mão na massa. Mesmo Alex estava um pouco
sujo e também não tentava se limpar.
Olhei para Lawrence, que estava com a cabeça enterrada no livro de receitas.
— Já volto — avisei.
— Claro.
Assim que me afastei, ouvi ele tentar chamar a atenção do chef sem fazer muito barulho.
— Parece bom, rapazes — eu disse, parada ao lado de Tanner.
— Obrigado. Isso é até relaxante. Nunca cozinhei muito em casa… nada assim, pelo menos.
Mas não vejo a hora de experimentar.
Depois dessas palavras, Tanner voltou ao trabalho e se atrapalhou um pouco, tentando
recuperar o ritmo.
— Vai ser o melhor prato de aspargos que a senhorita já provou — Nicholas prometeu.
— Mal posso esperar — comentei antes de ir para a ponta da mesa.
Alex levantou o olhar e me cumprimentou com um sorriso.
— Alteza, como vai nosso jantar?
— Muito mal, para ser sincera — confessei.
Ele riu e contou a Charles sobre o estado da nossa ceia.
As mãos de ambos estavam cobertas de massa. Reparei nos potes de canela e açúcar.
— Já a sobremesa parece bem promissora. Você também cozinha, Alex?
— Ah, não profissionalmente. Mas moro sozinho, então cozinho para mim. E adoro todos os pratos tradicionais da Noruécia. Este é um dos meus favoritos.
Alex se voltou para Charles, e deu para ver que ambos falavam de comida, pois Charles estava
radiante de empolgação.
— Ah, sim! Charles acabou de contar sobre uma sopa que ele toma quando está doente. Leva
batata, peixe e… Ah! Sinto falta da minha mãe só de pensar.
Abri um sorriso enquanto tentava imaginar Alex sozinho, tentando fazer as receitas da mãe, e
Charles nos fundos de um restaurante, dominando todas as receitas tradicionais de sua família. Sempre me preocupava a ideia de que Alex podia se sentir excluído. Ele certamente se
esforçava para se separar dos outros: vestia roupas diferentes, caminhava mais devagar e até com os ombros um pouco encolhidos. Mas, quando o vi ali, interagindo com Charles — que era gentil demais para eliminá-lo da competição —, fiquei grata por sua presença. Ele deu uma
atmosfera caseira a uma situação que era muito fora do normal para Charles.
Deixei-os trabalhar em paz e voltei para o meu posto. Lawrence tinha juntado alguns ingredientes na minha ausência. No momento, ele picava o alho em cima de uma tábua de madeira. Ao lado, havia um pote de algo que lembrava iogurte.
— Aí está você. Muito bem, triture o açafrão e misture no pote.
Depois de alguns instantes olhando sem entender, peguei um potinho e um socador que, supus, serviam para isso, e comecei a apertar. Foi um exercício estranhamente satisfatório.
Lawrence fez a maior parte do trabalho: untou o frango com a mistura de iogurte e levou ao forno.
As outras duplas estavam em estágios de preparo diferentes. No final, a sobremesa ficou
pronta primeiro, seguida da entrada; o prato principal foi o último.
Tarde demais, Lawrence e eu nos demos conta de que deveríamos ter feito algo para servir com o frango. Então decidimos usar os aspargos como acompanhamento, e todos riram da nossa falta de planejamento.
Em seguida, nos amontoamos em uma das pontas da longa mesa. Eu estava espremida entre Nicholas e Lawrence, com Charles à minha frente e Tanner na cabeceira. Alex estava um pouco distante, mas claramente desfrutava da companhia.
Para ser honesta, eu também. A ideia de cozinhar tinha me deixado nervosa por ser algo
completamente estranho. Eu não sabia cortar, refogar nem nada assim. E detestava fracassar ou fazer papel de tonta. Mas a maior parte do grupo não tinha muita experiência e, em vez de a tarefa se transformar num fardo, virou uma brincadeira, o que tornou aquela refeição uma das mais tranquilas da minha vida. Nada de mesas postas ou lugares marcados. Como quase toda a porcelana que tínhamos estava em uso na ceia do palácio, comemos em pratos simples, tão velhos que a única razão para ainda estarem ali devia ser sentimental.
— Muito bem, como os aspargos seriam a entrada, acho que devemos prová-los primeiro
— Lawrence propôs.
— Vamos lá! — concordou Nicholas, que espetou sua criação e deu uma mordida, o que todos nós imitamos.
O resultado foi variado. Charles agitava a cabeça, aprovando, mas o meu tinha um gosto
péssimo. Percebi que o de Tanner também, porque ele não conseguiu esconder uma careta.
— Isso… isso é a pior coisa que já provei na vida — Tanner reclamou enquanto tentava mastigar.
— O meu está bom! — Nicholas se defendeu. — Você provavelmente não está acostumado com comida de primeira.
Tanner abaixou a cabeça, e então descobri algo que não saberia de outra maneira: Tanner era
pobre.
— Posso experimentar o seu? — cochichei para Charles, gesticulando um pouco. Fiquei feliz
por ele ter compreendido sem a ajuda de Alex.
— Qual é o problema? — Tanner reagiu em voz baixa. Fingi estar muito concentrada na comida para ouvir. E o pedaço de Charles realmente estava bem melhor. — E quem disse que não foi você quem cozinhou mal?
— Bom, talvez se o meu parceiro fosse melhor… — Nicholas disparou.
— Ei, ei, ei! — Lawrence interrompeu. — Não é possível que o prato de vocês esteja pior que o
nosso.
Comecei a rir, tentando desfazer a tensão. Dava para sentir a raiva de Nicholas pairando no
ambiente, e eu só queria voltar à tranquilidade de quando nos sentamos para comer.
— Muito bem — eu disse com um suspiro. — Acho que a primeira coisa a fazer é cortar cada pedaço de frango ao meio para conferir se está bem cozido. Sério: não quero matar ninguém.
— Você está duvidando de mim? — Lawrence perguntou, ofendido.
— Com certeza!
Hesitante, mordi um pedaço… e estava muito gostoso. Não estava mal cozido. Na verdade, os cantos que não foram bem untados ficaram até meio secos, mas ainda assim dava para comer! Tendo em conta que só fizera uma fração do trabalho, talvez tivesse ficado orgulhosa
demais.
E assim comemos, repartindo os pedaços de aspargo que não estavam tão ruins, mas ainda
me preocupava com a possibilidade de passar mal mais tarde.
Quando finalmente estava satisfeita, anunciei:
— Estou pronta para a sobremesa!
Charles riu ao compreender e foi até o balcão onde as tortas esfriavam. Com movimentos
cuidadosos, usando apenas a ponta dos dedos apesar de os pãezinhos parecerem firmes, ele
passou cada um deles para uma travessa e os apresentou diante de nós.
— É korvapuusti — ele informou o nome do prato.
Em seguida, Charles tomou a minha mão e fez um discurso que parecia muito sério pela
intensidade de seu olhar. Desejei tanto compreendê-lo por conta própria…
Quando ele terminou, Alex sorriu e se voltou para mim:
— Korvapuusti é um dos pratos que Charles mais gosta de fazer e comer. Ele diz que, se a
senhorita não gostar, pode mandá-lo para casa esta noite, porque ele tem certeza de que o
relacionamento de vocês não daria certo se a senhorita não amasse esse doce tanto quanto ele.
Tanner riu da minha cara de espanto, enquanto Charles fez que sim com a cabeça para garantir
que suas palavras eram sérias.
Respirei fundo e peguei um dos delicados pãezinhos enrolados.
— Aqui vamos nós.
O sabor da canela foi a primeira coisa que senti. Havia algo mais que me lembrava
toranja… mas eu sabia que não era. Tinha um sabor deliciosamente doce e, além de ter ficado
claro que era uma sobremesa fantástica, também era evidente que havia sido preparada por um chef fantástico. Charles pusera a alma naquilo. E eu podia apostar que parte daquele esforço se devia a mim… mas pensei que o mérito maior era dele próprio, que não se permitiria fazer algo que não fosse incrível.
— Está perfeito, Charles! — exclamei, totalmente encantada.
Os outros pegaram seus pedaços, enfiaram na boca e aprovaram o doce com gemidos de
prazer.
— Minha mãe morreria se comesse isto. Ela é muito fã de doces! — comentei.
Lawrence concordou com a cabeça. Ele sabia como minha mãe era com sobremesas.
— Está ótimo, Charles — ele elogiou com os olhos arregalados. — Bom trabalho também, Alex.
Alex sacudiu a cabeça.
— Quase não ajudei.
— Isso é armação, não é? — Nicholas perguntou com a boca meio cheia de massa.
Olhamos para ele, confusos.
— Quer dizer, eu vim com essa ideia, e Charles embarcou no último segundo só para envergonhar a gente.
O rosto de Nicholas ficava cada vez mais vermelho, e a sensação de desconforto voltou a
tomar conta do ambiente.
Tanner pôs a mão no ombro dele.
— Calma, cara. É só um pãozinho de canela.
Nicholas afastou a mão de  e jogou o resto da sobremesa no chão.
— Eu teria me saído bem melhor se você não estragasse tudo o tempo inteiro!
Tanner fechou a cara.
— Ei, foi você quem ficou parado, dizendo como a princesa era gostosa, quando deveria estar olh…
Nicholas deu um soco que fez Tanner recuar vários passos para trás. Fiquei paralisada, quase sem respirar. Tanner avançou para dar o troco, e Nicholas me derrubou no chão enquanto se preparava para outro golpe.
— EI! — Lawrence pulou por cima de mim e começou a empurrar Nicholas, enquanto Charles berrava com Tanner em finlandês.
Depois de tudo que acontecera com Charlie, meu instinto era levantar e revidar. Ninguém ia me
machucar e sair impune. E eu teria tentado se não fosse por uma coisa.
Alex, o observador silencioso, deslizou por cima da mesa para me ajudar a levantar.
— Venha — disse ele.
Eu não era muito de obedecer ordens, mas ele disse aquilo com tanta pressa que o segui.

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