Ferlane - Sob o sol e a lua.

3 - Flor de tangerina.

                  A loba venceu a prova do líder e comemorou como nunca, depois daquele dia Bande evitou os mesmos ambientes que Alane. A bailarina se sentia ansiosa para o paredão, e no chamado da noite de sexta, Tadeu pediu para Bande escolher suas miras, que olhou inúmeras vezes para Alane. "É tudo um jogo, eu não posso arregar agora, qualquer um ali teria o dever de me ajudar, eu faria o mesmo". Pensativa a loba se concentrou.

--- Vamos lá Fernanda... quem está na sua mira?

                 Alane evitava o contato ocular enquanto mantinha a grande tempestade em sua cabeça, no fundo sabia que iria para o paredão. Fernanda escolheu Alane primeiro, que suspirou e pegou sua pulseira tocando um pouco nos dedos da loba que estremeceu, naquele momento ambas se encararam e então a Bailarina virou seu rosto rápido voltando para o lado de Beatriz que também recebeu a pulseira, se juntando a Anne e Davi. Assim que Tadeu encerrou, todos se dispersaram para seus quartos. Bande chegou a olhar para Alane, mas logo andou rápido para seu quarto do líder, lavou seu rosto no banheiro e olhou no espelho pensativa.

--- Está tchudo bem contigo? Está estranha a dias e hoje pareceu piorar... --- Pitel chega no quarto questionando a amiga.

--- Acho... que preciso de um tempo.

Pitel analisou.

--- Te doeu dar a pulseira para a bailarina?

--- Pitel! Eu não quero falar disso.

--- Sabia! --- Pitel foi andando até a porta --- Ela mexeu contigo, desde aquele dia que ela te ajudou... se está se julgando por isso, porque não poupou tamanho sofrimento colocando a pulseira em outra pessoa?

A porta estava aberta e Alane que estava na escada escutou perfeitamente o grito de Fernanda.

--- PORQUE EU A ODEIO PITEL, NÃO SUPORTO AQUELA VOZ FINA E FORÇADA, ELA É TOSCA E FALSA, NÃO SERVE PARA NADA NO JOGO ENTENDE? PUTA QUE ME PARIU!

Pitel sentiu uma presença e olhou para a escada onde a bailarina estava.

--- Tem alguém aí?

Alane pediu silenciosamente para Pitel dizer que não.

--- Não... --- Pitel olha para Fernanda --- Você precisa descansar. --- Pitel fecha a porta.

--- Pitel? Foi m... --- Pitel já tinha saído e Fernanda se sentiu mais culpada ainda.

                    No outro dia de manhã como de costume, Alane acordou muito cedo e foi para a academia. Bande mal conseguiu dormir e seguiu até a academia também. A loba poderia ter dado meia volta quando viu Alane dançando balé, mas aquilo não assustou a loba, afinal, elas teriam que conviver até o final do jogo. Quando ela entrou na academia, Dias tomou um susto que seu batimento cardíaco aumentou.

--- Foi mal...

             Alane seguiu calada e se sentou para alongar as pernas novamente. Ambas seguiram caladas até Bande tomar a decisão de falar.

--- Sabe que... eu também te ajudaria né? Mas o jogo não muda, somos rivais.

Alane revirou os olhos e suspirou se levantando, tirando a mecha de cabelo do rosto.

--- Se está tão certa disso... por que estás a falar comigo? Afinal eu sou apenas a garotinha imatura da voz fina e forçada... ou quem sabe eu também sou tosca e falsa né?

Fernanda arregalou os olhos ao ver que ela sabia, mas respondeu logo de imediato.

--- Está sendo tosca agora. --- Cruzou os braços.

--- Vai se foder Fernanda!

Alane se levantou indo até a porta.

--- Ah você não vai fugir, não dessa vez. --- Bande chegou a tempo de interferir a passagem de Alane com seu corpo. Alane se assustou ao ver que ficou muito perto do rosto de Fernanda, a loba segurou sua cintura, olhou em seus olhos, admirou a vista dos lábios de Alane e falou: