Capítulo 11

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Um mês para irmos a Bright Moon, um mês em que planejava como raios levaria Catra dentro do trem sem levantar suspeitas. Esconder suas orelhas e cauda não era o grande desafio e sim seu corpo recoberto por pelos, mesmo se ela estivesse com roupas longas, havia seu rosto e ali não havia muito o que eu pudesse fazer.

Scorpia e Perfuma tentavam me ajudar a pensar em algo, resultando que minha casa andava bem movimentada. Scorpia e eu éramos militares e tínhamos um treinamento para missões, mas Perfuma era uma civil e Catra...? Catra era ranzinza.

— Ah... — Um som de surpresa junto a uma movimentação repentina me acordou do sono leve.

— Hmn...? — Meus olhos foram sonolentos procurando por meu celular constatando as horas. Quase três da manhã. — O que foi, Catra?

Então eu a procuro com o olhar em tempo de ver a garota correndo desesperadamente para a janela do quarto, onde farejou o ar de modo exagerado para então correr para a porta da frente.

"Eh?"

Demoro alguns segundos para entender o que estava acontecendo antes de me levantar também correndo, só me dando tempo de pegar um casaco e colocar os chinelos antes dela simplesmente destrancar a porta e sair.

"Ah não."

Fazia cerca de 40 dias que Catra morava comigo, 40 dias que minha rotina e talvez meu futuro tinham sido remexidos totalmente, e eu posso afirmar que em 40 dias não teve um único dia que Catra tentou fugir. Até agora.

Enquanto ela corria agilmente pelas ruas escuras tudo que consigo fazer é segui-la e sussurrar seu nome torcendo que ela parasse com a loucura que estava fazendo. Eu só pude realmente alcançá-la quando o muro estava à nossa frente, a pequena tateava a estrutura enquanto olhava fixamente para cima, e eu? Eu estava totalmente ofegante e suada, corremos muito em pouco tempo!

— Catra! Tá maluca? Não pode tá aqui fora, vamos voltar. — Imploro enquanto me aproximo da mesma, mas meu toque a fez reagir de modo agressivo recuando nervosa. — Catra, o que houve?!

— Melog! — A explicação demorou a entrar no meu cérebro, mas então encarei o muro também. Ah não.

— Ele está aí? Aí fora?! — Ela parece nervosa demais para me ouvir então seguro os ombros da mesma com força e a viro para me encarar. — Catra! O Melog está aí fora? — Como uma resposta externa, o som de algo arranhando o metal foi audível fracamente vindo do lado externo. Ele nunca poderia entrar desse modo, mas com danos suficientes para a estrutura o sistema de segurança acionária os guardas.

— Sim...sim, está. — A pequena estava hiperventilando, seus olhos não pareciam conseguir focar nos meus por culpa da preocupação que tinha pelo "irmão". Com cuidado aproximo nossos rostos e encosto nossas testas respirando pela boca de modo audível até que ela me imite, aos poucos consigo com que ela se acalme. — Preciso ver ele. Mandar ele de volta, Adora.

— Tudo bem, nós vamos fazer isso. Confia em mim, certo? — Ela acena com a cabeça. — Ótimo, mas nunca mais corra desse modo de mim, ok?

Tiro meu próprio casaco e coloco nela puxando o capuz para esconder suas orelhas, além de botar a cauda da garota dentro da própria bermuda. Enfim, um pouco menos híbrida, voltamos a andar.

Após minutos estávamos na estação de trem, agora eu precisava invadir algumas salas. Após usar Catra como minha assaltante oficial, ela usou as garras para abrir as salas necessárias para que eu pegasse um capacete e as chaves e nos dirigimos até uma pequena porta perto do portão que abriam para os trens entrarem e saírem. Uma porta de acesso para fora, servia para pessoas entrarem e saírem em situações específicas como meu trabalho com a Huntara de vigiar o lado externo, ou somente para consertos nos muros...ou para matar híbridos que tentassem invadir.

Called From OutsideOnde histórias criam vida. Descubra agora