Capítulo 15

42 5 0
                                    


"Eu...talvez eu saiba quem mandou aquela mensagem suspeita que eu falei pra você."

Havíamos chego a Bright Moon não faziam muitas horas, desde nossa chegada a minha antiga casa felizmente as coisas estavam calmas. Ao menos no exterior, porque minha mente estava uma bagunça.

Embora eu quisesse dar mais atenção para a vovó após tantos anos, usei a desculpa de estar cansada da viagem para tentar pôr as ideias alinhadas, e como tantas séries e filmes que já havia visto confesso que estava com vontade de montar um quadro de "provas" e ligar os fatos. Catra? Ela estava incomodada ainda com o ambiente novo e literalmente se escondeu no armário de roupas onde estava dormindo nas últimas horas, numa posição anatômica muito estranha e não muito humana. Garota flexível.

— Ah... — Com um suspiro toco na minha própria testa com a mão esquerda, já que a outra estava ocupada segurando meu celular. — Vamos lá...isso não vai ser muito estranho, só...só um pouco estranho. Não muito.

Sussurro para mim mesma antes de clicar no ícone de ligação, chegando a me sentar na cama pelo desconforto e antecipação esperando ouvir aquela voz tão familiar.

Luz...ela não era uma hacker, não até onde eu sabia, mas eu a conhecia bem e admito que ela sempre teve um fascínio pelo oculto. Pensar na latina se embrenhando em território de híbridos para buscar aventuras não parecia algo tão surpreendente assim, mas desde que o pai dela veio a falecer perdemos totalmente o contato. Se for ela que me contatou, estaria do lado dos híbridos ou contra eles?

— Adora? — A voz me fez estagnar um pouco, e confesso, embora os sentimentos românticos tivessem ido embora a um bom tempo, a nostalgia quase me fez sorrir.

— Luz! Oi! Ah...desculpa te ligar do nada, é que eu fiquei sabendo que você veio visitar minha avó, aí pensei em te ligar. — Uma meia mentira não fazia mal a ninguém.

— Ah sim! A senhora Rizzo, desde que você se mudou fiquei preocupada dela estar sozinha...a mãe achou legal eu fazer uma visita, já que eu vivia aí quando éramos mais novas. — Embora ela não pudesse ver, movo a cabeça acenando positivamente.

— Foi bastante coincidência você visitar ela semana passada porque...olha só, eu voltei na cidade, sabe? — Enquanto jogo verde brinco com meus próprios cabelos tentando notar alguma mudança de comportamento.

— Sério?! Que legal, Adora! — Me levanto e começo a andar em círculos no quarto, era realmente incômodo como ela parecia a mesma Luz de sempre. — Deve ter muita coisa para contar das suas aventuras nos trens e os híbridos! Eu adoraria ouvir.

Bingo! Só podia ser ela

— Nós podemos nos encontrar para te contar. Eu aposto que- AAGH!

Repentinamente algo tocou na minha perna, algo espetado. Num primeiro pensamento a ideia de uma barata me fez virar rapidamente a mão para dar um tapa enquanto meu celular caia no chão, mas o golpe foi desferido contra mim mesma. Perto da minha perna? Uma cauda escura e arrepiada, e seguindo sua origem pude ver os olhos bicolores me julgando irritadíssima.

— Ai meu deus...Catra, que susto! — Reclamo mais alto do que pretendia, negando com a cabeça. — Eu não vi você acordando.

— Como dorme? — Minha expressão atordoada fez a pequena irritada revirar os olhos, apontando para meu celular. — Não cala a boca!

— Ah, desculpa não respeitar seu sono da beleza! Talvez se dormisse de noite não sentiria tanto sono de dia. — Resmungo enquanto me abaixo para pegar o aparelho caído no chão, mas a morena foi mais rápida o pegando de mim e após encarar fixamente a foto na tela me encarou. — Ei, me devolve, sua ladrazinha.

Called From OutsideOnde histórias criam vida. Descubra agora