Catra Pov's
Já faziam semanas que eu e Adora morávamos juntas, minha vida havia literalmente mudado de um jeito que eu não podia sonhar nem em um milhão de anos. Nunca mais senti fome ou sede, nunca mais tive que me esconder de furacões e enchentes repentinas, nunca mais precisei brigar para poder comer qualquer porcaria disponível...mas mais que isso, eu podia sentir que realmente estava em paz ali, e não era só por causa do lugar. Era Adora.
Adora era, no mínimo, estonteante. Às vezes eu me pegava admirando a loira fazendo tarefas simples da casa, o modo que ela se distraía e ficava com aquela expressão séria, ou como os músculos dela se contraiam facilmente. Posso afirmar que azul virou minha cor favorita, toda vez que seus olhos me procuravam era um misto de emoções bobas e idiotas.
Eu? Sinceramente não sei se tenho muita chance com o monumento ali, Adora era bonita, forte e uma ótima amiga, e quanto a mim? Eu era pequena, e sinceramente não via nada demais na minha fisionomia que pudesse agradá-la. Meus seios não eram avantajados, assim como todo resto do meu corpo não tinha nada muito chamativo, meus pelos não tinham a cor mais bonita do mundo, Melog sim conseguia ser encantador, era totalmente negro e mesmo vivendo onde ele vivia o rapaz parecia brilhar, eu? Meus pelos não eram nem um pouco próximos daquilo, além do rajado que manchava a cor que já nem era atrativa. Uma bagunça de cores, e nenhuma parecia boa o suficiente aos meus olhos, não se comparando com Adora.
Mais um motivo para achar não ter chances? Ela com certeza não devia me considerar uma possível parceira, nem um pouco, já fazia alguns dias bem cansativos que eu a provocava para tomar alguma atitude e mostrar se estava tão receptiva para mim quanto eu estava para ela. O resultado? Catastrófico, todos meus avanços pareciam não ter efeito nenhum nela.
Cansada dessa dúvida, se Adora poderia me ver como uma parceira em potencial, enfim tomei coragem essa noite e beijei ela. Não durou muito, só alguns segundos, mas que segundos! Ela era tão macia e quente, e eu poderia juntar nossos lábios repetidas vezes! Isso é...se ela tivesse tido alguma reação. Tudo que ela fez foi ficar parada com uma expressão de choque.
"Merda, merda, merda, ela vai me expulsar pela manhã."
Enfim cansada por sua falta de reação me forço a escapar do seu corpo antes que eu faça mais alguma idiotice. Agora eu estou deitada de costas para ela e Adora após um tempo estática também se deita. Quando sei que ela não poderia me ver agarro meu próprio rosto segurando a vontade de gritar.
"Infernooo!"
Frustrada era pouco para descrever, meu estômago se revirava de um jeito nem um pouco agradável enquanto meu coração parecia martelar forte no peito. Definitivamente...Adora não me via de um jeito atraente, se era por culpa da nossa diferença de espécies ou simplesmente gosto físico eu não saberia dizer.
Eu devia estar me concentrando em coisas importantes como a viagem que ocorreria na próxima semana, mas tudo que consigo pensar agora era em como eu não tinha a menor chance com a loira.
Eu confesso, por noites me peguei a admirando e velando seu sono, repetidas vezes a necessidade simples mas agradável de esfregar nossos corpos vinha a minha mente como um instinto que sussurrava para mim...eu queria mais contato, mesmo dormir juntas ou receber seu colo não parecia o suficiente, contudo toda vez que eu dava ouvidos a essa vozinha que me pedia para tentar chamar a atenção de Adora, parecia piorar!
Não sei dizer totalmente como a sociedade humana vivia, seus rituais para flertar ou como agiam com os parceiros. Scorpia e Perfuma, sem saberem, eram minhas professoras. Eu observei elas muito, buscando ver comportamentos que Adora não tinha comigo, o principal com certeza era aquela união que elas faziam com os lábios, beijo. Adora me beijava, bastante até, mas nunca nos lábios então minha pesquisa me levou ao pensamento óbvio que só namoradas faziam isso, devia ser o flerte dos flertes!
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Called From Outside
FanfictionHá 7 séculos de uma Terra mergulhada em caos, a humanidade se refugiou em cidades cobertas por domos e muralhas para escapar do ar tóxico do mundo exterior, um mundo esse que somente monstros nascidos de radiação e mutações conseguiram se adaptar pa...