Capítulo 5

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Catra Pov's

Flashback on

— Mimimi...ain você nunca escuta...ain você só dá trabalho. — Resmungo baixo para mim mesma enquanto escalo aquelas paredes gigantes, as paredes que escondiam o monstro metálico que transportava comida todos os dias. — Ah mas eu quero ver...a cara deles...ugh, quando eu voltar cheia de mantimentos...

Subir aquilo era mais difícil do que parecia, minhas garras não conseguiam entrar fundo no material e ele tampouco havia fissuras para que eu pudesse me agarrar.

Enfim eu consegui me manter pendurada ali, não duraria muito tempo mas o suficiente. Aquele negócio de metal nunca parava do nosso lado, e a velocidade dele também quase não diminuía, então logo que ele saia era minha melhor aposta. Foi o que eu fiz. Assim que ele começou a sair pulei no telhado tentando ao máximo não fazer muito barulho e andei em direção para a parte mais de trás já que parecia ter menos vozes.

— "Aí você não vai conseguir entrar". Aham, não vou. Chupa. — Rio vitoriosa...antes de ter que me agarrar com tudo ao material abaixo de mim quando a velocidade que ele andava aumentou, e aumentava cada vez mais. — MERDA! PARECIA MENOS OLHANDO DE FORAAAAA!

A tarefa antes não muito complexa ganhou um novo grau de dificuldade com o fato que eu não conseguia me manter de pé. Foi difícil testar as partes mais macias da estrutura e mais difícil ainda arrancar, mas enfim...entrei.

Quando me joguei dentro do transporte fiquei alguns minutos somente atirada no chão tentando me recuperar da aventura...até ouvir passos e um cheiro vindo na direção de onde eu estava, antes que eu pudesse sequer comer alguma coisa tive que me jogar para entre as estantes procurando me esconder. Aquela coisa havia me visto, e pelo jeito não iria sair. A melhor aposta? Matar silenciosamente.

Mas não foi o que aconteceu no fim. Entramos em conflito e depois de alguns arranhões, mordidas e etc, algo forte e doloroso me acertou e me deixou incapacitada por tempo demais. Quando recuperei a consciência um grito escapou quando aquela coisa estava próxima demais de mim.

Certo, esquece o plano de matar! Hora de fugir! Mas foi em vão, quando tentei apoiar o peso em minha perna a dor e ardência me fizeram cair, e enquanto eu encarava meus ferimentos senti mais raiva ainda. Algo daquela magnitude poderia facilmente me levar à morte, e pior, ainda tinha aquela coisa me encarando, que francamente...era mais irritante ainda.

— VOCÊ! VOCÊ ACABOU COMIGO! — E novamente estávamos brigando. Eu estava ganhando, até aquilo agarrar meus pulsos como se não fosse nada. — Eu vou te levar comigo! Eu vou te matar porque você me matou, tá me escutando pessoa de metal?!

A intenção da cabeçada foi atordoar aquela coisa que emitia alguns sons ignoráveis...ignoráveis até a cabeça dele(?) sair rolando pelo chão e talvez a coisa mais bizarra que eu tenha visto estava à minha frente. Aquilo não era uma cabeça e sim uma proteção e por baixo tinha algo...algo muito parecido comigo mesma. Com olhos azuis e cabelos loiros, era impossível não comparar aquela criatura comigo mesma ou outros que eu conheci.

— Você...você me entende? É como eu? — Mas ela nada disse, somente me encarava confusa. Admito, acho que estou a encarando da mesma forma. — Ei! Você entende?

Flashback off

Os últimos dias foram muito confusos. Descobri que as pessoas metálicas eram aparentemente só pessoas e eu estava na toca de uma delas, a loira musculosa bonita.

Era...difícil aprender a usar as coisas que ela tinha e tentar aprender o idioma. Particularmente essa espécie parecia meio lesada, enquanto eu estava aprendendo o idioma alheio ela parecia ter uma dificuldade impressionante com o meu próprio. Eu precisava voltar e falar para os outros o que eu descobri, o que eu estava descobrindo...mas sinceramente não é como se eu tivesse pressa em voltar, Adora me deixava à vontade, me dava muita comida e água e embora eu odiasse me lavar era bom, nunca estivesse tão limpa em toda minha vida. Com certeza eu voltaria para falar com os outros, mas não agora, não com minha perna ainda ferida, o machucado não parecia grande coisa com Adora cuidando dele, mas lá fora onde eu não teria como sequer cobri-lo para evitar sujeira era uma sentença de morte.

Called From OutsideOnde histórias criam vida. Descubra agora