4 - Lee Minho?!?!

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descia as escadas apressado, hoje era véspera do dia dos namorados, então eu não precisaria acordar tão cedo, exceto pelo fato de ter dormido na casa do Lee, na cama dele, para ser mais exato;

não lembrava de muita coisa da noite passada, só de ter bebido demais e acabado por ser colocado por mãos frias num colchão cem vezes mais macio que o seu, dormindo bem alimentado, aparentemente, já que não estou com a fome de todos os dias.

eu teria continuado descansando, se não fosse por um cheiro conhecido - bem hipnotizante, aliás - impregnando minhas narinas, me fazendo acordar e me deparar com a situação que eu me encontrava, no caso, a de alguns minutos atrás, antes de eu levantar e sair rapidamente dali.

quando eu me levantei, não vi nenhum sinal do Minho, apenas uma gatinha branquinha dormindo tranquilamente no sofá, e eu agradeço por isso;

se ele estivesse em casa, não saberia com que cara olhar para ele...que vergonha

" oi Minho, então...me desculpa por ter ficado bêbado, ter dormido na sua casa e ter invadido "

Ugh, não

por algum motivo, acho que ele saiu justamente para não me constranger, felizmente.

passei pelo porteiro, que parecia me conhecer, apenas para deixar a chave; com isso, ele me disse que o rapaz moreno não demoraria...me apressando ainda mais e me fazendo zarpar dali o mais rápido possível, a última coisa que gostaria era esbarrar no mesmo e ser pego no flagra fugindo com o rabo entre as pernas.

depois de algum tempo esperando em frente ao prédio moderno de Minho, o que só me deixava mais nervoso, já que ele poderia aparecer a qualquer momento, peguei um táxi, que não demorou para chegar até o meu destino, o hospital.

- obrigado! - disse ao táxi, acenando com um sorriso mínimo antes que ele saísse depressa dali e eu entrasse.

odiava aquele ambiente, as pessoas doentes, aquele cheiro único e o barulho de crianças chorando, mas infelizmente, fora obrigado a vir aqui sempre, já que minha avó ficou doente... e esse é o motivo de eu estar aqui hoje.

- jisung, veio ver a senhora hye-seon? - o médico alto, com luzes no cabelo, um rosto fofo e ombros largos perguntou, se aproximando com as mãos nos bolsos.

- oi, seung! vim sim, como ela está? - continuou andando em direção a sala, abraçando seu próprio corpo.

- infelizmente, as notícias não são boas...
- confessou, comprimindo os lábios.

- o que aconteceu??? - o mirei, preocupado.

- ela não tem obtido melhora, pelo contrário, esses dias nós fomos fazer uma checagem habitual e ela se estressou ao extremo, tivemos que doza-la - disse firme. - mas se quiser tentar, quem sabe é seu dia de sorte... - parou em frente a porta, encorajando apenas com os olhos.

e então eu assenti, abrindo a maçaneta devagar e observando a mais velha curvar a cabeça para ver quem vinha.

- oi vó, sou eu, jisung... você está sentindo alguma dor?

silêncio.

- não está me reconhecendo? - sorri terno.

- você é um dos médicos novos? - perguntou sincera, quebrando meu coração em vários pedacinhos sem nem perceber.

- não vó, sou seu neto, han! - tentei mais uma vez, esperançoso.

- que absurdo...o jiwook é só uma criança! como ele poderia ser pai e eu vó? - me segurei para não chorar, minha avó estava pensando no meu pai ainda jovem... - falando nisso, cadê o jiwook? eu quero vê-lo!

- mas vó...meu pai já não está mais entre nós desde que eu nasci.

- como é??? você primeiro vem aqui e fala que é meu neto, filho do jiwook, agora fala que ele faleceu? quem é você afinal??? - falava rápido, tão rápido que nem mesmo eu conseguia acompanha-la.

- se acalme...

- chame os médicos! eu quero ver o meu jiwook!! - gritou enquanto o aparelho que media seus batimentos apitava, o que me deixava imóvel.

- halmeoni, por favor, se acalme!

- não me chame assim, seu bastardo! - cuspiu as palavras, fazendo uma lágrima que eu nem percebia estar guardado, cair.

- jisung, você precisa sair daqui, rápido! - o doutor Kim me puxou para fora enquanto vários médicos entravam na sala e fechavam as cortinas.

- seung, me deixe voltar! eu quero vê-la! - me debatia nos braços do mais alto, fazendo esforço em vão enquanto chorava que nem uma criancinha.

- jisung, espere aqui! é perigoso!! - ele disse antes de me confortar colocando suas mãos em meu ombro e entrar para auxiliar os médicos, antes que ele fechasse a porta, eu pude ver a silhueta da minha avó apagada, com um inalador do nariz.

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eu estava sentado na sala de espera com as mãos rentes ao meu corpo e meus cotovelos apoiados nas pernas que não pararam de se mover por um segundo, contento o nervosismo enquanto olhava para um ponto qualquer daquele corredor; até que a figura conhecida sai daquela sala tirando suas luvas e com um olhar neutro.

eu levantei apressado, aflito, com o coração na mão enquanto o mirava apreensivo.

- e aí, seung, como ela está??? - fiquei frente a frente com ele, o fitando antes que ele começasse a andar novamente para a recepção, e eu o seguisse.

- foi difícil, mas deu tudo certo. - suspirou, com um sorriso mínimo no rosto. - ela está em uma situação bem complicada, então não deve passar por situações desse tipo...

- certo...eu entendo - e o silêncio se instaurou mais uma vez. - ela me confundiu com meu pai, o que isso significa?

- bom, como eu disse pra você antes, ela pode recuperar a memória a qualquer momento, mas quando é um mistério, então enquanto ela não recupera, o estado de alzheimer dela ainda é grave...

meu coração estava apertado, uma parte de mim estava se esvaindo.

- e... então, quanto eu devo? - desde quando minha avó foi internada, sempre devi ao hospital por não ter dinheiro para pagar, agora depois de receber meu adiantamento, posso cancelar minha dívida.

- ue...sua dívida com o hospital já foi paga. - disse com as mãos nos bolsos como se fosse óbvio, e eu parei no mesmo lugar, imóvel e pálido, como se tivesse acabado de ver um fantasma.

- como assim a dívida foi paga?...

ele parou um pouco depois de mim, se virando para observar meus olhos arregalados e minhas sombrancelhas erguidas.

- um tal de Lee Minho pagou pra você.

𝘔𝘺 𝘪𝘯𝘴𝘪𝘴𝘵𝘦𝘯𝘵 𝘱𝘳𝘦𝘴𝘪𝘥𝘦𝘯𝘵Onde histórias criam vida. Descubra agora