era mais um dia tedioso e monótono na empresa, exceto para três garotos que fofocavam entre si em uma mesa da área de lazer.
- espera, então o médico bonitão disse que o chefe pagou sua conta do hospital???? - vociferou o mais robusto do trio em um berro maior do que o esperado.
- fala mais alto... - ironizou o yang, recebendo um olhar mortal do outro.
- exatamente, e podem apostar, não era uma conta baratinha; aquilo é mais do que eu receberia até o final do ano, é quase o preço do meu rim!!!! - jisung amava exagerar enquanto verbalizava o máximo possível, mas dessa vez, não era um exagero...
- e o que você vai fazer a respeito? - cruzou os braços e as pernas - você não pode simplesmente ignorar que dormiu na casa dele e ele simplesmente pagou uma das suas maiores dividas.
- olha só, parece que temos uma fada sensata - o australiano debochou e sorriu sínico, fazendo o menor revirar os olhos. de uns tempos para cá os dois estavam que nem cão e gato, quase impossível de aguentar.
- vou tirar satisfação com ele, ue.. - disse decidido, como se fosse a pessoa mais confiante do mundo.
- simples assim? - descruzou as pernas e levantou as sombrancelhas surpreso.
- é, e se quer saber, eu vou lá agora! - levantou, fechou o punho, inflou as bochechas e saiu, deixando os amigos para trás.
- nem deu tempo de encorajar. - o maior deu um riso mudo e tombou pra trás, aproveitando seus últimos minutos de descanso.
- ele esqueceu o celular, será que eu levo pra ele? - apontou para o objeto bastante danificado em cima da mesa, que magicamente acendeu e começou a vibrar, indicando que alguém estava ligando.
- atende, pode ser importante - levantou e se espreguiçou, se preparando para mais horas algumas horas arduas de trabalho. - deu a minha hora, a gente se vê... - deu a volta na mesa e bagunçou os cabelos pretos do garoto antes de sair pela porta.
jeongin encarou o celular por alguns segundos e o pegou, levando ao ouvido.
- alô?... - disse meigo, nem parecia a mesma pessoa de alguns minutos atrás; não que ele não fosse meigo, mas tinha seus momentos.
- jisung, eu te liguei várias vezes na segunda feira!!fui até na sua casa e você não estava, aonde você se meteu? - uma voz familiar ecoou no telefone, se afastou minimamente para olhar o apelido com um coraçãozinho na tela : Hyunnie❤️
- quem é? - disse da forma mais curiosa possível, quase se esqueceu que o celular não o pertencia...
- eu sou o hyunjin, oras! cadê o meu amigo??
hyunjin?????
quantos hyunjin's existiam em seul????
o rapaz congelou por alguns segundos, era o hyunjin??o mesmo hyunjin que tirava suas noites de sono a dias?
- hwang hyunjin??? - os olhos estavam arregalados e, sem perceber, se levantou de sua cadeira. agora estava parado em frente a ela focado no que viria a seguir.
- o próprio...
nada mais saia da boca do moreno, ele gostaria de dizer algo, gostaria de dizer que foi tudo um mal entendido e que não sabia que era possível pensar por tanto tempo em um desconhecido que só sabia o nome, mas não conseguia.
- olha, se não vai dizer nada e nem aonde está o jisung, eu vou desligar!
- não! esper... - escutou o barulho que tanto conhecia, o barulho que dizia que a ligação tinha se encerrado, mas dessa vez, pareceu ter o atingido certamente.
[...]
a porta se abriu em um baque, fazendo o empresário que estava concentrado em seus papéis desviar-se dos contratos.
- entrar sem bater é falta de educação, sabia? - voltou a olhar as folhas, assinando todas depois de ler minuciosamente as entrelinhas.
- nós precisamos conversar. - disse sério e autoritário, trancando a porta atrás de si, o que fez o lee levantar uma sombrancelha e largar o que fazia de vez.
- sobre...? - se encostou na cadeira e olhou um pouco confuso.
- sobre você ter pagado a estadia e os remédios do hospital!!!!- se aproximou da mesa, sua feição era brava, o moreno até acharia fofo se ele não estivesse prestes a lhe estrangular ali mesmo. - que loucura é essa Lee Minho?????
- Lee Minho? agora quando fica bravo me chama pelo nome?não sabia que estávamos tão íntimos assim... - sorriu, mas a brincadeira não durou muito já que o menor parecia ter se enfurecido ainda mais; e sim, era possível. - olha, eu só queria ajudar você...eu sei que largar a faculdade pra conseguir sustentar uma pessoa não é fácil... - suspirou, pela primeira vez naquela conversa ele estava falando sério...
- eu estava bêbado, nunca disse que precisava da sua ajuda.
- jisung... - o mesmo fechou a cara e destrancou a porta saindo sem olhar para trás, talvez ele fosse o único com coragem o suficiente para contrariar seu chefe, e o único que conseguisse ser perdoado todas as vezes.
[...]era quase sete horas da noite e o han e yang caminhavam numa rua escura e vazia para voltar para casa, mas até aí nada fora do comum, apenas o comportamento do mais novo. Jeongin era o tipo de pessoa que costumava ser tão falante quanto o amigo, e agora estava suspeitamente calado.
- você é um sádico ou algo do tipo? - agarrou sua bolsa e disse ainda observando a rua.
- hm? - tirou a atenção dos seus fatídicos pensamentos quando foi chamado a atenção depois de longos minutos em silêncio.
- você 'tá calado, e isso me preocupa. - o fitou e pôde vê-lo dar um riso anasalado. - é sério, não gosto de te ver assim. aconteceu alguma coisa?
- não! está tudo bem..., eu só estou pensativo. - omitiu e parou ao ver o amigo se fincando no lugar.
- não minta pra mim. aconteceu alguma coisa que você está me escondendo... - suspirou - você pode confiar em mim, eu sou seu amigo!!
- tudo bem, você me pegou. - riu pequeno e voltou a andar, sendo seguido - eu preciso muito da sua ajuda.
- sou todo ouvidos... - colocou as mãos no bolso, seus passos eram sincronizados.
- me dá o endereço do hwang hyunjin? - agora os passos começaram a ficar mais lentos e o han franziu o cenho.
- o hyunjin? de onde vocês se conhecem???- ele esboçava confusão e uma vontade ávida de saber o consumia.
- é uma longa história...mas e aí, vai me ajudar ou não?
jisung pensou por alguns segundos e concluiu que qualquer coisa era melhor do que ter que lidar com o silêncio do outro... então resolveu ceder, por mais que não soubesse do que se tratava, yang jeongin não era nenhum louco, ele já era adulto e sabia o que fazia.
- tudo bem...mas depois você vai me contar timtim por timtim! - levantou o dedo mindinho, afim de selar uma promessa.
- você é o melhor! - juntou os dedinhos com um grande sorriso no rosto.
"me aguarde, hwang hyunjin"
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𝘔𝘺 𝘪𝘯𝘴𝘪𝘴𝘵𝘦𝘯𝘵 𝘱𝘳𝘦𝘴𝘪𝘥𝘦𝘯𝘵
Romancecom o falecimento dos pais, jisung foi obrigado a viver apenas com a companhia de sua avó, sendo cuidado por ela praticamente a vida toda, pelo menos até receber a notícia de que seu estado de saúde agravou e que ela teria que permanecer no hospital...