Vinte e seis

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Carlos Rossi

Nicole caminha até onde estamos com uma roupa preta e uma arma na cintura. Ela parece radiante, a última vez que a vi assim foi no nascimento de sua filha. Estamos nos preparando para invadir a sede da Europol. Soubemos que Ana e Nádia foram levadas para uma cidade afastada onde há uma sede, como se fosse a porra dos vingadores. Mal sabem eles que nenhum de nós sossegaria até encontrarmos nossa família. Beatrice acabou confessando que tirou o rastreador da Nádia e isso deixou Sirena furiosa, Kiara até tentou perguntar se tirou os dois. Beatrice doce e inocente disse que sim.

Em um rompante, Nate lembrou que o colar que Ana está usando é um rastreador. Na verdade, quando ele descobriu,  ficou louco.

Nathaniel Connelly

Ando de um lado para o outro e até mesmo chuto a cadeira do canto, não consigo pensar em nada que nos ajude nessa situação. Olho para o quadro onde há a Ana com os gêmeos no colo. Essa foto foi tirada há três semanas. Até na foto, o colar que ela comprou está brilhando. Espera…

Volto a encarar o colar e me lembro de quando ela comprou.

— Olha só! — Ana balança a peça prateada de um lado para o outro, no colar há uma pedrinha verde no meio de dois bonequinhos, uma menina e um menino.

— É lindo — observo quando ela se senta em meu colo. Passo meus braços em volta de sua cintura.

— Vou pedir pra Beatrice, fazer um favor para mim.

— Não vai pedir para ela colocar um rastreador nesse colar, vai? — Perguntei. Ela deu de ombros.

— Talvez, não sei. Quero que ela veja sobre uma pessoa, mas essa ideia do colar não é ruim.

Só tenho um sonho nesse momento, que ela tenha mesmo falado com a Beatrice. Ligo novamente para Bea. Ela atende no segundo toque.

— Vou te falar o mesmo que falei, não faz nem dez minutos, ainda não tenho nada! — Certo, já estava começando a irritar ela.

— A Ana te pede muitos favores? — Pergunto, ela suspira do outro lado.

— Quase toda semana. Por quê?

— Algum deles era um colar? — Pergunto, ela fica em silêncio por um tempinho.

— Puta merda! Como eu não pensei nisso? — Escuto o barulho das teclas e Luca perguntando algo — Achei! Estou mandando a localização.

Carlos Rossi

Agora estamos saindo da mansão da Famiglia equipados para invadir qualquer que seja o esquema de segurança. Kiara passou por mim com o cabelo solto, curto e com mechas roxas nas pontas, o olhar ameaçador, segurando sua arma com a mão que é tatuada.

— Vamos nos dividir em grupo de cinco, nesses grupos tem que ter dois assassinos da equipe ou do grupo. Liderando o grupo de soldados. Quero dois desses grupos atrás do prédio, e um em cada lado, dois na frente. Prefiro Tereza viva, e lembre-se de que o foco principal é a Ana e a Nádia. Quero Tereza viva, mas se for um empecilho....... morrerá.

— E quanto ao Eduardo? — Nicole pergunta, ela segura sua arma em cima do ombro. Logan sorriu, um sorriso perverso que pode haver várias explicações. Mas ele escolhe um.

— Esse? É um verme que deve ser exterminado da terra — Ele se vira para falar com sua esposa depois que termina seu discurso. Me aproximo de Kiara e Stephan, os dois estão em mais uma discussão.

— Você é o cara mais burro que já vi em toda a minha vida!

— E você a mais chata que conheci! Santa mãe Kiara, você é insuportável!

Reviro meus olhos enquanto eles discutem, os dois se encaram e por um momento penso que vão se beijar. Mas Kiara sorri e sei o que esse sorriso significa: flerte.

— Tá me encarando demais Stephan, quer uma foto? Posso te dar uma, até sem roupa se preferir — Stephan piscou três vezes e vi seu rosto ganhar cor, envergonhado.

— Bruxa! — E com isso saiu batendo perna.

— Eu sei que sou! — Kiara gritou.

— Qual era a discussão da vez? — Perguntei curioso. Ela abriu a embalagem de um pirulito e deu de ombros.

— Algo como achar o pau dele pequeno.

— E você já viu? — Ela sorri quando coloca o doce na boca.

— Não, mas é sempre maravilhoso deixar um homem desconcertado. Quanto mais humilhado, mais eu gosto! — Depois se pergunta porque ganhou o apelido de bruxa.

No meu grupo, Kiara fica como minha dupla. Adam gritou dizendo que Kaleb era sua dupla e Logan encarou os dois e balançou a cabeça soltando um “Deus nos ajude”. Apelidaram eles como dupla confusão. Nick amou, porque da última vez que fez dupla com o Adam, ele passou o tempo todo cantando.

Kaleb e Adam passam cantando como se tivesse comprovando um fato. Reviro meus olhos porque os dois fazem até passos combinados.

— Qual é o motivo da dança? — Stephan pergunta. Kaleb dá de ombros.

— Minha irmã, óbvio, não importa quem se intrometer na minha frente. Hoje eu trago minha irmã para casa — Falou sério enquanto ajeitava a aljava nas costas. Pegou uma aljava e algumas flechas e disse que iria trazer sua irmã para casa no estilo dela.

— Nate vai? — Pergunto. Logan é quem responde ao se aproximar.

— Não, muitas emoções podem atrapalhar. Já basta o Kaleb.

— Eu? Nada a ver! — Kaleb se defendeu. Dei de ombros e segui para o carro, Kaleb ainda saiu resmungando dizendo que não é sensível.

Olhei para a mansão antes de entrar no carro, e avisto um Nate abatido bebendo whisky. Do lado dele está Aslan, o tigre de estimação da Ana. Só uma doida mesmo para ter um tigre de estimação.

— Vamos lá, galera. Vamos trazer as duas para casa. Quero mandar a cabeça do Eduardo em uma bandeja de prata para Ernesto — Logan grita.

E então seguimos a caça.

Eles já brincaram de esconde-esconde. Agora vamos brincar de pega-pega.





Dois lados opostos - spinoff de um grupo em Nova YorkOnde histórias criam vida. Descubra agora