O passado me persegue

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05/10/2009

~Júlia ~

Eu estava indo para a escola, meu último ano no ensino fundamental. Eu era a " Gorda feia" da turma, todos me zuavam, principalmente o grupinho das garotas, Bárbara, Laura e Natasha. Elas me colocavam apelidos perjorativos, Eu odiava ir pra escola por causa delas. Elas me fizeram ter inseguranças com o meu corpo, me olho todos os dias no espelho odiando a pessoa que eu me tornei, uma garota diferentes das outras por causa do seu peso, olho os clipes das garotas magras e me comparo com elas. A cintura fina delas, a barriga lisinha e chapada delas me causava inveja. Mas enfim, eu tenho um amigo, o Lucas. Ele é o melhor amigo que uma garota poderia ter, ele levanta minha auto-estima mesmo eu finjindo acreditar no que ele fala, tenho certeza que ele fala isso só para eu não me sentir mal. Estávamos na sala de aula, a professora estava passando matemática e eu era péssima nessa matéria, gorda e burra. A professora pergunta quanto que é a fórmula de bhaskara, e eu respondo que é cinco. Todos riem de mim, a mulher deu um riso de canto que eu percebi, na mesma hora ela fica séria e pede para a turma parar de rir, as pessoas param, menos o grupinho das vagabundas.

Natasha: Ela é tão burra, que não sabe a fórmula de bhaskara. - disse alto

A olho com raiva e a garota mostra a língua pra mim, as amigas dela ficam cochichando e olhando pra mim com um sorrisinho sísnico. A professora continua dando a aula normalmente até que sinto bolinhas de papel sendo jogadas em mim e ouço novamente aquelas filhas da puta rindo no canto, me irrito e vou falar com elas.

Júlia: E ai suas putas, foi vocês que jogaram as bolinhas de papel em mim? - pergunto afrontosa

Barbara: Nós? Claro que não . - disse com um sorriso no rosto

Laura: Está louca? Não fizemos nada . - disse me olhando

Natasha: É melhor você se acalmar. - disse com deboche

Júlia: Se foi vocês, eu vou descobrir. - digo rígida

Professora: Júlia, se sente na sua cadeira. - disse me olhando

Me sento novamente na cadeira e toca o sinal para a merenda, vou até o refeitório com o meu amigo Lucas. A merenda era pão com preusnto e nescau, típico de escola pública. Estávamos comendo e conversando normalmente, até que passa aquelas metidas a patricinhas de bervely hills olhando pra gente dando risadinhas e colocando a mão na boca fazendo caretas, mostro o dedo do meio pra essas quengas e elas me olham com raiva.

Lucas: Para com isso, Júlia. Você pode levar uma advertência. - disse sério com o pão na mão

Júlia: Elas me irritam, e você sabe disso. - digo

Lucas: Ignore, sabe que não vale a pena discutir com elas. - disse calmo

Olho para o garoto e reviro os olhos, voltamos pra sala e era a aula de biologia, a professora estava falando sobre a puberdade e como o corpo das meninas mudavam nessa fase da adolescência, falava sobre os seios e as partes dos corpos, até as curvas.

Laura: Professora. - levantou a mão

Professora: Sim, Laura?

Laura: Sora, se as meninas começam a ter curvas na adolescência, por quê a Júlia não tem? Ela só tem gordura no corpo. - perguntou com ironia

A turma ri novamente, me vejo vencida, eu nunca seria que nem a Laura. Bonita e magra.

Professora: TURMA, PAREM DE RIR DA COLEGA. LAURA, QUEM VOCÊ PENSA QUE É PARA FALAR ASSIM DA JÚLIA? - perguntou brava

Laura fica quieta, envergonhada, com os olhos arregalados. A professora a encara com raiva.

Professora: VAMOS, RESPONDA. QUEM VOCÊ PENSA QUE É? - perguntou novamente

Minha Marrenta-Demi BennetOnde histórias criam vida. Descubra agora