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Nat

Natalie não havia esquecido o fato de Lottie ter hesitado ao responder o motivo de seus pais tirarem seu carro. Mas ela não queria insistir. Se a morena não quisesse contar, devia ser algo muito ruim. Ela não gostaria de contar sobre seu pai, então não iria fazer Lottie abrir a boca.

A casa de Charlotte não mudara. Ainda era enorme e extremamente chique.

Quando eram amigas, Nat costumava se sentir bem deslocada quando ia para a casa de Lottie. Mas agora, por algum motivo, estava se sentindo em casa. O enorme lustre de diamante iluminando a sala, os móveis grandes e polidos espalhados por todo o lugar, a empregada antipática que só aparece para oferecer lanches ou dizer que elas estavam fazendo barulho demais... Cada elemento da casa de Lottie parecia familiar e confortável naquele momento.

O quarto da morena não mudara. Ainda tinha os pôsteres das bandas que Lottie gostava (por causa de Nat), dos filmes de terror que ela amava (Nat tinha um medo secreto e sabia que a morena compartilhava) e dos desenhos que ela fizera das amigas e, principalmente, de Natalie.

A loira ficou encarando e sorrindo para um pedaço da parede cheio de fotos e desenhos de si mesma, enquanto se sentia perdidamente apaixonada. Por um momento, se esqueceu de que Lottie estava no cômodo, se esqueceu de absolutamente tudo. Nada mais importava, como no dia em que elas se beijaram.

A morena se aproximou e a abraçou por trás.

- Você continua desenhando? - perguntou Nat, retribuindo o abraço e ainda olhando para os desenhos.

- Sim.

- É demais, você é muito boa nisso.

- Acho que é mais porque é impossível te deixar feia.

- Own - disse fazendo biquinho e dando um selinho na morena. - Valeu, mas são realmente incríveis. Você deveria virar artista.

- É, acho que já tenho a saúde mental dos pintores clássicos...

Natalie riu e Lottie sorriu meio sem graça. A loira entendeu que ela não estava exatamente brincando, mas preferiu não dizer nada.

A morena a abraçou por trás e sussurrou em seu ouvido, fazendo os pelos de sua nuca arrepiarem:

- Se gosta tanto dos meus quadros, porque não vem fazer um na minha cama?

- Isso foi uma tentativa de cantada? Acho que finalmente encontramos algo que você não é boa.

- Você não engana ninguém, Scartoccio. Tá mais vermelha que a pimenta mais ardente do mundo.

A loira sorriu e se virou para ela antes de elas se beijarem.

Depois de um tempo, as duas se deitaram na cama e ficaram apenas abraçadas, sem dizer ou fazer nada. Por algum motivo, Nat sentiu uma repentina necessidade disso. Sentiu que morreria se saísse dos braços de Matthews, como se Lottie a estivesse segurando e a impedindo de cair de um precipício.

Eu preciso de você, Lottie.

E, de repente, toda a angústia que ela vinha sentindo nos últimos dias pareceu querer sair de seu corpo como balas perdidas. Ela tentou segurar, mas em questão de segundos estava chorando.

— Nat? – chamou Lottie. – O que houve?

— N-nada. É... ansiedade.

Não era bem mentira, ela definitivamente estava se sentindo ansiosa. Mas era apenas uma parte da verdade.

Queria falar tudo para Lottie. Queria contar o que passara com Travis, queria contar que estava sentindo que a culpa era toda dela, queria contar sobre seu pai, queria contar que a amava...

Em vez disso, Nat fungou e olhou para Lottie antes de dizer:

— Só preciso de você, e vou ficar bem.

A morena assentiu e a abraçou com mais força.

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⏰ Última atualização: Apr 15 ⏰

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Nat e Lottie - YellowjacketsOnde histórias criam vida. Descubra agora