Capítulo Dezoito

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And all I need is you next to me

— Mary's Song (Oh My, My, My), Taylor Swift

~☆~

Ao chegar à empresa onde os galpões estavam localizados, Vanessa sentiu um misto de ansiedade e apreensão. Ela estava determinada a encontrar pistas, mas uma parte dela secretamente esperava que Yasmin fosse inocente. Não conseguia entender por que torcia por isso, afinal, há um mês ela vinha ligando os pontos que apontavam para a possível culpa de Yasmin. No entanto, agora, estranhamente, a ideia de Yasmin ser culpada não parecia tão atraente.

— Está tudo muito quieto por aqui. Não vejo movimento há algum tempo. — comentou o senhor que os acompanhava pelo corredor, ao lado de Alane e Vanessa. — Na verdade, a Senhorita Brunet é a única que costuma vir com frequência.

Essa informação fez com que Vanessa franzisse a testa, intrigada.

— Com que frequência a senhorita Brunet costuma vir aqui, senhor Rodrigues? — perguntou Alane.

— Quase todo mês, na verdade, muitas vezes durante o mês. Ela sempre traz consigo várias caixas. Inclusive, estava prestes a comprar outro galpão, mas parou de vir aqui depois do que aconteceu. — explicou o senhor Rodrigues, parando em frente a um dos galpões.

— Quando foi a última vez que ela esteve aqui? — perguntou Lopes, com um tom de apreensão.

O senhor Rodrigues não disse nada, apenas suspirou. Alane, impaciente, também suspirou.

— Esta é uma visita oficial. O senhor precisa nos fornecer todas as informações sobre a senhorita Brunet. — disse Alane.

Vanessa respirou fundo e dirigiu seu olhar para a policial ao lado.

— Por favor, tenha calma. Você está deixando ele nervoso. — Dias assentiu. — Senhor Rodrigues, não precisa ter medo de contar o que viu. — Vanessa tirou os óculos de sol para encará-lo melhor.

— Eu sei, mas tenho um carinho especial pela senhorita Brunet. Sempre que ela vem aqui, traz almoço para mim e, às vezes, até brinquedos para meus filhos. Ela é uma pessoa boa, sempre sorridente, educada e prestativa. Não quero colocá-la em mais apuros do que já está — disse, visivelmente nervoso.

Ele via na modelo algo além da imagem séria e inabalável que ela costumava projetar. Lopes sabia que, por trás daquela fachada, Yasmin era exatamente como o senhor Rodrigues a descreveu. Afinal, já tinha visto a modelo sem aquela máscara, já tinha presenciado sua vulnerabilidade.

— Senhor Rodrigues, a Yasmin pode ser uma assassina, então não insista em chamá-la de boa pessoa. — Dias expressou impaciência.

Vanessa olhou para ela, sem entender sua pressa, nem sua forma de falar sobre Yasmin. Não gostava de ouvir esse tipo de acusação.

— Alane, vamos manter a calma e agir profissionalmente. — ela repreendeu.

— Mas Vanessa...

— Deixe comigo. — ela voltou sua atenção para o senhor. — Yasmin é uma boa pessoa, senhor Rodrigues, mas até mesmo as melhores pessoas podem cometer erros. Talvez ela cometeu um erro grave, talvez até tenha tirado a vida de alguém. Precisamos de respostas e você é a única pessoa que pode nos ajudar. — ela falou com tranquilidade. — Tente se lembrar da última vez que a viu.

O senhor respirou fundo e concordou.

— Ela esteve aqui há cerca de quatro semanas, se minha memória não falha, um dia após aquela tragédia ocorrer. — ele começou a explicar. — Lembro-me bem desse dia; eu estava ouvindo rádio quando ela apareceu, por volta das cinco da manhã. Fiquei surpreso com o horário, mas não dei muita importância, afinal, ela disse que só precisava guardar alguns documentos que tinha recebido. Ela veio sozinha, e minutos depois, um rapaz chegou. Lembro-me de que ela estava nervosa, andava de um lado para o outro. Quando ele chegou, tiveram uma discussão breve, mas não me recordo do motivo.

Shadows of Fame - Yasnessa Onde histórias criam vida. Descubra agora