Capítulo 10

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P.O.V HAN JISUNG

Tudo foi como o esperado pelo resto da semana, só vi Minho nas aulas que era realmente necessário. Sempre que Hyunjin está com ele, ele não fala comigo, porque sabe que não o suporto, e Changbin está passando mais tempo comigo do que antes, o que é maravilhoso. Sei que pedir para um amigo não chegar perto de mim quando está com o ficante é meio cruel e egoísta, mas ele quase nunca está com ele, porque ele aparentemente não sai só com ele, e Hyunjin não se importa com isso, ele só quer se divertir, então não vejo nada errado com o meu pedido.

Meu pai e minha mãe já terminaram de se arrumar e estão esperando os convidados na sala, mas eu ainda estou terminando minha maquiagem. Escolho uma das roupas que comprei na última vez que fui ao shopping. Uma calça bege larga e uma camiseta preta básica, e achei perfeito para a ocasião. Sempre fui acostumado a me arrumar bem básico para todo lugar, mesmo que o trabalho do meu pai seja importante importante que toda a família esteja bem vestida, para que os investidores tenham mais confiança ou algo do tipo, mas este assunto ainda é muito complexo para mim.

─ Sung, eles já chegaram, desça logo. ─ minha mãe me chama antes deles entrarem em casa.

— Já estou descendo! — respondo.

Logo ouço o som de novas vozes na sala, então calço meu sapato rapidamente e dou uma última checada no meu rosto e no cabelo. Então logo me lembro que Changbin não chegou ainda, e não sei se virá, então eu mando uma mensagem para ele, mas a mensagem nem chega, e deduzo que ele deve ter tido um imprevisto, porque ele sempre me avisa quando não vem.

— É uma vergonha que não nos vemos com mais frequência, nós somos vizinhos! — ouço meu pai falando enquanto desço as escadas.

— De fato, Jihoon, foi graças ao meu filho que estamos nos vendo novamente — o homem o responde.

Olho ao redor da sala e não vejo mais ninguém a não ser o vizinho, o que me deixa surpreso, já que achei que ele iria chegar com uma esposa e um filho. Eles param de conversar quando me veem chegando. Vou até minha mãe e paro do lado dela, então estendo minha mão para cumprimentar o nosso vizinho, Sunoo.

— Olá, Sr...— Fico em dúvida se devo ou não chamá-lo pelo primeiro nome, então espero alguém me informar seu sobrenome para que seja mais respeitoso.

— Sr. Lee — meu pai diz.

— Por favor, me chame apenas de Sunoo, meu querido — ele aperta minha mão, mas eu congelo. Lee?

— Me desculpa... Lee? — Pergunto quase suando.

— Sim, não se lembra? — Meu pai me pergunta, e dá um sinal para que eu responda que me lembro.

— É claro que me lembro, como não lembraria? Foram ótimos momentos, não sei porque paramos de nos falar.

Como eu não lembrei? Como não lembrei que o sobrenome do meu vizinho era Lee? Ele é o pai de Minho? Não pode ser, meu pai falou que o nome do filho dele era Lino e que estava em um intercâmbio. Existem inúmeros sobrenomes iguais ao redor do mundo, não é?Eu também não sei, mas espero que retomemos nossa amizade.

— Sr. Lee ─ diz olhando para o meu pai e minha mãe.

— Com certeza, Sunoo ─ minha mãe responde.

— E falando nisso, onde está o Lino?

— Ele já deve estar chegando, chegou um pouco tarde em casa, então a esta hora já deve ter acabado de se arrumar.

— Enquanto ele não chega, porque não nos sentamos um pouco antes de jantarmos? — Meu pai aponta para a sala, já indo em direção a ela.

Nós todos vamos até a sala e nos sentamos. Eles começam a conversar de diversos assuntos, mas não presto atenção em nenhum, só penso se Sunoo é de alguma forma parente de Minho. Sei que as chances de isso acontecer são mínimas, mas não impossíveis, e como vou ignorá-lo se ele morar na minha frente? Minhas mãos estão suando, e tem tantos pensamentos na minha mente agora que não consigo ouvir uma palavra do que dizem. Alguns minutos depois a campainha toca e a nossa funcionária vai atender. Eu então vejo um menino bem vestido entrar na sala. Ele tinha o cabelo igual o Minho, mas estava arrumado, tinha o corpo igual do Minho, mas não se vestia igual a ele, tinha os olhos iguais aos do Minho, e aquilo tudo tinha uma razão, era por que era ele. Minho acabou de entrar na minha casa, para jantar com a minha família. Meu único maior medo se tornou realidade, a pessoa que eu estou tentando evitar a dias mora do outro lado da rua.

— Lino! — Meu pai se levanta para cumprimentá-lo.

— Sr. Han! — Minho cumprimenta meu pai com um abraço e alguns tapinhas nas costas.

— Havia tantos anos que não nos falávamos.

— De fato meu jovem, mudou tanto durante este período.

— Nisso eu tenho que concordar com o senhor, é como dizem, o tempo faz bem — Minho ri, mas não de uma maneira irônica como se tivesse tirando sarro de alguém, desta vez é um verdadeiro sorriso, é aturável.

Meu coração começa a bater forte quanto o vejo, e não sei se é porque estou ansioso, com raiva, ou feliz. Ele está completamente diferente do que todos conhecem na escola, aqui ele é Lino. Ele cumprimenta minha mãe e logo vem até mim. Meu pai percebe que estou mais nervoso que o normal, e me pergunta o motivo.

— Não é nada, é que...— digo com o coração a mil. — Não esperava que fosse ele, na verdade nós estudamos na mesma escola.

— Mas eu te falei sobre ele, achei que sabia. — meu pai diz com carisma.

— É que na escola ele é conhecido por outro nome — explico.

— É claro que sim — Sunoo diz colocando as mãos nas costas no filho. — Lino sempre usou o seu nome com os amigos dele, nós da família somos os únicos que o chamam pelo seu apelido. — Minho olha para mim convencido, ele já sabia disso e do mesmo jeito não me contou, ele estava falando a verdade no corredor, mas agiu como se fosse uma brincadeira.

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