Capítulo 15

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P.O.V HAN JISUNG

Changbin entra no quarto olhando ao redor, provavelmente procurando a pessoa que falei que iria vir aqui para casa fazer o trabalho do poema.

─ Pensei em fazer uma surpresa, estava sentindo a sua falta. ─ ele diz vindo até mim para me abraçar e me beijar.

Me sinto envergonhado pelo que estava fazendo a dois minutos atrás, e tenho medo de não conseguir esconder minha cara de mentiroso dele, então dou um beijo demorado nele, e tento arranjar alguma desculpa, ou inventar alguma mentira para contar.

─ Que bom que você veio, eu já ia te ligar, a menina que veio acabou de ir embora. ─ falo alto pra que Minho escute e não saia do banheiro. ─ Ainda bem que ela foi embora, não aguentava mais, ela era tão grossa e irritante. ─ reviro os olhos.

─ Mas ainda é cedo, vocês fizeram o trabalho tão rápido assim? ─ Pego na mão de Changbin e o levo para se sentar na cama comigo.

─ Bom... na verdade eu fiz a maior parte, não aguentava mais ficar com ela.

Antes que Changbin possa responder, o barulho de alguma coisa caindo no chão do banheiro chega até nós, e Changbin olha pra trás, para a porta do banheiro.

─ O que foi aquilo? ─ Ele pergunta.

Meu coração acelera, e não há nada na minha cabeça que me faça criar uma mentira convincente o suficiente.

─ Aquilo o quê?

─ Você não ouviu? O barulho no banheiro.

─ Não ouvi nada. ─ minto.

─ Eu ouvi. O que foi? Foi alto demais. ─ Changbin começa a se levantar e ir até o banheiro.

─ Não! ─ Grito sem pensar. ─ Deve... deve ter sido porque eu deixei a janela aberta, deixa que eu vou lá ver o que caiu.

Dou passos acelerados para ultrapassar Changbin e entrar no banheiro antes que ele.

─ Fique aí. Daqui a pouco volto com uma surpresinha

─ Você não quer ajuda?

─ Foi só o vento, Binnie, não tem uma pessoa se escondendo dentro do meu banheiro. ─ falo sarcástico, mas suando de nervoso.

Entro no banheiro sem abrir muito a porta para não correr nenhum risco, e a fecho a trancando apressadamente.

Quando entro me dou de cara com Minho me olhando feio, como se a culpa de tudo isso fosse minha. As minhas coisas estão praticamente todas no chão estragadas, e quase surto ao perceber que milhares de reais estão no chão inutilizáveis.

─ O que foi? ─ Pergunto tão baixo que tenho a impressão que mexo apenas os lábios.

─ O que foi? ─ Ele repete irritado. ─ Arruma um jeito de me tirar daqui.

─ E como eu vou fazer isso?

─ Eu não sei, se vira, isso é culpa sua. ─ ele aponta pra mim.

─ Minha? Foi você que abaixou minha cueca!

─ Foi você que se masturbou na minha frente!

─ Hannie? Tá falando com alguém? ─ Changbin pergunta da porta do banheiro.

─ Na verdade sim, comigo mesmo. Espere um pouco Changbin, não me apresse, saio em um minuto.

─ É o que eu estou pensando? Nós vamos transar? Você vai ao menos tentar? ─ Ele pergunta confiante, mas não tão feliz quanto deveria.

Provavelmente já sabe como isso acabaria.

Minho me olha tirando sarro de mim, e o vejo mordendo os lábios para segurar o riso.

─ Quieto, ─ digo dando um tapa no braço dele. ─ Sim, mas se afaste, não quero me sentir pressionado, se não, não consigo. ─ Respondo Changbin.

─ Tudo bem, tudo bem.

Ouço ele dando uma rápida comemorada, se sentando na cama e tirando os sapatos, então me volto para Minho novamente, que está quase gargalhando.

─ Que vida triste você tem.

─ Cala a boca ─ retruco. Limpo minha garganta enquanto tento bolar um plano. ─ É o seguinte, eu distraio ele, aí você sai do banheiro sem fazer nenhum barulho.

─ Esse é o seu plano genial? Nem fodendo, o cara não é idiota, é claro que ele vai ver alguém saindo pelo banheiro.

─ Então o que você quer fazer? Eu nunca levo ele lá pra baixo, nós sempre ficamos aqui, seria estranho se eu fizesse isso agora, ainda mais quando o 'vento' derruba minha maquiagem. ─ faço um sinal de aspas com o dedo.

─ Vocês sempre ficam aqui e nunca transaram? Nossa Jisung...

─ Eu sei, eu sei... Eu tenho uma vida triste, sou patético, traio meu namorado, não precisa repetir ─ fecho meus olhos para impedir que todos esses pensamentos se tornem possíveis lágrimas.

Encosto minha cabeça na porta do banheiro e respiro fundo. Acho que estou tendo um ataque, por que o ar não chega até meus pulmões, e o pensamento de perder Changbin não sai da minha cabeça.

─ Sung, para com isso, o estúpido do seu namorado não consegue nem te levar pra cama, é um idiota, qualquer um já teria percebido que você não estava sozinho aqui.

Eu me desencosto da porta e me viro para Minho furioso.

─ Você não tem direito de falar nada, Lee Minho. ─ me seguro para não gritar. ─ Você já devia estar calado pensando em um jeito de sair daqui. Na verdade você nem deveria ter vindo, então cala a sua boca e não foda com o resto da minha vida, você já fez o suficiente.

Ele segura o meu dedo que aponto para ele e se aproxima de mim.

─ Nunca aponte seu dedo para mim!

─ Eu aponto meu dedo para quem eu quiser, e se quiser eu te jogo dessa janela só pela raiva que você me fez passar!

E de repente tenho uma ideia.

Engulo toda raiva que estou sentindo por Minho ter vindo, ter destruído parte da minha pureza, por ter quebrado minhas coisas e finalmente me encontro com um raio de esperança.

─ Vá pela janela! ─ Digo.

Minho rola os olhos e se abaixo um pouco para ficar da minha altura.

─ Você não acha que essa era a primeira coisa que eu pensei? Mas não é tão baixo assim, Jisung, vou quebrar uma perna no mínimo.

─  Bom, não seria algo tão ruim assim. ─ cruzo os braços.

Ele me observa enquanto nós dois tentamos bolar um plano melhor.

Não posso mandar Changbin ir embora daqui, e não posso fazer com que Minho desça pela janela, já que ele realmente poderia se machucar e fazer barulho, o que pioraria a situação por completo.

─ Eu vou pela janela ─ ele diz finalmente. ─ Parece que você não tem capacidade o suficiente de entreter um homem sequer.

─ Não tenho? Você não pode falar nada sobre isso, Minho, você nem me conhece direito, não sabe nada sobre o que aconteceu enquanto você estav...

Antes que eu termine de brigar com Minho, Changbin me chama novamente.

─ Hannie, estou ficando preocupado, me deixe entrar, ─ ele diz já nervoso. ─ O que você está escondendo? O que está acontecendo?

Eu travo, não me mexo e nem o respondo, não consigo olhar pra outro lugar que seja a maçaneta da porta se mexendo enquanto Changbin tenta a destrancar.

─ Vá logo pro quarto, eu me viro. ─ Minho parece estar mais furioso que Changbin, mas isso não é uma surpresa.

Eu fecho meus olhos e destranco a porta.

...

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