DIGA MEU NOME | Minsung

Capítulo 30

P.O.V HAN JISUNG

A semana nunca havia passado tão devagar como essa passou.

Era como se dez dias fossem adicionados em apenas uma semana, mas fico feliz que ela já acabou, mesmo que não estava mais aguentando todos os dias olhar Minho e Changbin no rosto e não poder falar com nenhum dos dois.

Já estava de pijama quando ouço meu celular tocando. Me levanto para pegar e atendo.

— Sung! — Hyunjin diz com a voz irritada. — Por que não atende seu celular? Essa é a décima vez que eu estou te ligando!

— Eu estava no banho, acabei de sair, me desculpe, — digo sem ligar muito.

— Tudo bem, — a voz dele sai mais calma. — Então...você já está pronto?

— Pronto? Pronto para que? Estou pronto para ficar em casa comendo e assistindo filme se é isso que você quis dizer.

— O que? Nunca que eu vou deixar você ficar em casa, — Hyunjin diz determinado. — Olha só, se eu não ver você lá na praia hoje, eu juro que vou até a sua casa e trazer você a força, não me importa se você quer vir ou não.

— Me desculpa, Hyunjin, mas não é hoje que...

— É hoje sim! — Ele interrompe. — Sung, você precisa disso, você não saiu desde que terminou com Changbin, e faz dias que você só anda deprimido pela escola. Já chega disso, venha, saia hoje e se divirta. Esquece aquele babaca. Ele nem foi convidado, não se preocupe que você não vai ver ele lá.

— Tudo bem, mas... não é só com ele que eu estou preocupado.

— Você está se referindo a Minho? Porque se estiver, não se preocupe, ele não vai poder vir, então hoje nós estamos livres, — ele brinca.

— Vocês nem namoram.

— É, mas, hoje eu posso ficar com quem eu quiser, sem medo dele me ver. — Rio dele, mas ainda fico pensativo sobre ir para este 'encontro de amigos. ' — Por favor Sung, venha por mim, eu te imploro!

Eu realmente não estou com muita vontade de ir, mas Hyun está certo. Eu estou horrível desde que tudo aconteceu, e já que nenhum dos dois vai estar lá, esta é uma ótima oportunidade para eu conhecer e me divertir com novas pessoas.

— Tudo bem, eu vou, — digo, e já ouço a comemoração dele no outro lado da linha. — Mas é só porque você pediu.

— Que bom, que bom, que bom! Estou tão feliz que você vai vim! — Ele diz com a voz super animada. — Então tá, nos vemos daqui a pouco.

Desligo meu telefone e a televisão, não é hoje que James Bond vai ser meu companheiro pelo resto da noite.

Demoro tanto para me arrumar que quando saio de casa já estou com sono. Já está tarde, e minha vontade de sair de casa diminuiu ainda mais, mas agora é tarde demais para se arrepender, já estou quase chegando na praia, e de longe já avisto meus amigos.

Ao me aproximar do local que eles estão, começo a ver tantas pessoas que é como se tivesse tido um show em algum lugar perto daqui. Eu sempre soube que não seria uma reunião entre amigos, mas que seria uma festa enorme com pessoas de toda cidade, e eu estava certo.

Logo que piso o pé na areia, varias pessoas da escola vem me cumprimentar, incluindo o menino da aula de artes com quem conversei essa semana.

Ni-ki vem até mim segurando um copo de bebida em sua mão.

Sua roupa e seu cabelo estão praticamente igual ao dia que eu o conheci, exceto pelo seu sorriso, que agora está mil vezes mais radiante, mas acho que isso é culpa do que ele está bebendo.

— Han, não esperava ver você por aqui, — ele diz me cumprimentando com um beijo na bochecha.

— Ni-ki, olá! Por quê não? Na verdade, era eu que não esperava te ver aqui. Não me lembrava de ter te visto em alguma festa ou ao menos na escola alguma vez antes dessa semana. A não ser por uma vez há algum tempo atrás, mas aquilo já é passado, — digo, me referindo a briga entre ele e Changbin.

— Ah, não sabia que você estava lá no dia.

— Na verdade, acho que você sabia, me lembro de você bem demais, foi um dia e tanto, — digo, e vejo que Ni-ki não fica contente com o meu comentário.

— Foi sim, mas como você disse, é passado.

— Com certeza.

Um momento de silêncio deixa a situação entre nós estranha, mas Ni-ki logo quebra esse momento nada confortável.

— Então... você quer pegar algo para beber?

— Na verdade, eu preciso ir, preciso encontrar meu amigo que está por aqui. E é melhor eu ir até ele logo, antes que ele fique furioso comigo pelo resto do ano.

Isso não é totalmente verdade. A verdade é que eu não quero ficar tanto tempo mais conversando com Ni-ki, não quero que ele pense que nós somos amigos agora.

E eu também não preciso procurar por Hyunjin agora, mas é isso que eu vou fazer, quero ter a companhia dele para ver se consigo esquecer meus problemas essa noite.

— Ah, tudo bem, então nos falamos depois, — ele diz, e pela sua cara, está completamente ciente de que acabou de levar um fora.

Não demoro muito para achar Hyunjin, e quando acho, o sorriso que deveria estar nos meus lábios desaparece. Minho está ao lado de Hyunjin, com o braço passando ao redor dos ombros dele, e os dois estão conversando e se tocando sem parar, uma visão que faz meu estômago embrulhar.

Não apenas por os dois estarem juntos, mas porque ele está aqui, e Hyunjin mentiu pra mim sobre isso. Hyunjin percebe que já estou aqui e fica sério ao ver a minha cara nada paciente sobre a situação.

Ao invés de ir até ele, eu dou meia volta e começo a ir em direção à rua, para sair daqui o mais rápido possível, mas ele me chama e vem até mim.

— Sung, por favor, não foi nada demais, vocês nem precisam ficar perto um do outro, eu só queria que você estivesse aqui, — ele diz quando chega perto de mim.

— Não é por isso que eu estou bravo, Hyunjin, estou bravo porque você mentiu pra mim, mentiu pra mim como se fosse normal, sem pensar duas vezes, — digo irritado.

— Por favor, fique, — ele pede. — Me desculpa, eu não quis mentir pra você, mas eu sabia que se falasse que ele viria, você não iria querer vir.

Ele está certo.

Por mais que fez uma coisa errada quando mentiu pra mim, ele só queria que eu ficasse bem. Além do mais, eu basicamente estou mentido para o Hyunjin agora, quando não digo que já fiz mais coisas com Minho do que ele, então não posso ficar bravo com ele.

— Tudo bem, mas eu não vou ficar perto dele, não gosto daquele cara, — digo, ainda um pouco bravo.

— Nunca pedi para que você falasse com ele.

Concordo com a cabeça e me acalmo. Não sei o que vai acontecer nesta noite, mas não estou com um pressentimento bom.

...