Capítulo 21

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P.O.V HAN JISUNG

Subo as escadas praticamente correndo antes de me esconder no banheiro.

Estou com medo pelo que pode acontecer comigo e com o Minho sozinhos em um quarto, quem dirá se começarmos a nos vermos todo final de semana.

Já o vejo quase todos os dias na escola, e é agonizante sentir algo na minha intimidade toda vez que eu o vejo e não poder fazer nada. Não poder beija-lo e libertar esse sentimento enorme enquanto o sinto dentro de mim.

E esse sentimento piorou ainda mais desde o dia do trocador.

Antes, se eu o visse, sentia um frio na barriga descendo até a minha cueca, agora não posso vê-lo que minha cueca já está molhada.

E agora eu tenho que sair da mentira e arranjar um jeito de não perder completamente minha cabeça, ou minha sanidade na frente dele.

— Respira Jisung, tudo vai dar certo, na verdade, nada vai acontecer, vocês são velhos amigos, nada mais que isso.

Saio do banheiro e dou de cara com Minho me encarando, escorado em um móvel de madeira.

— O que foi? — Pergunto.

Ele me ignora e vai em direção a uma porta, então eu o sigo e percebo que o quarto que entramos é o dele. O que não foi dificil de decifrar, já que o quarto é basicamente todo preto e prateado, com poucas decorações.

— Bem você esse quarto — digo, mas sou novamente ignorado.

— Fique à vontade — Minho diz como alguém estivesse o obrigando.

Me sento em sua cama silenciosamente e começo a olhar ao redor.

As cortinas escuras tampam completamente a visão do lado de fora, é como se seu quarto fosse uma caverna escura e fria, como se nenhum tipo de luz ou sentimentos entrassem ali. Mas por algum motivo, estar naquele quarto, sentindo o cheiro dele espalhado pelo ar, me libertava, despertava a parte de mim que estava dormente até então.

— O que você quer fazer? Olhar fotos? — Pergunto.

Minho para do lado da janela e acende seu cigarro.

Ele solta a fumaça quase que com medo de deixá-la ir, e por alguma razão me pergunto se ele já se sentiu assim em relação a alguém.

— Tudo bem então — digo ao ver que ele realmente não está a fim de papo.

— Não tenho nenhuma foto aqui, o que você acha que eu sou? Um velho? — Ele diz, sem se importar muito.

Respiro fundo. Já estou começando a ficar nervoso com o comportamento dele, sua bipolaridade me irrita.

— Voce é ranzinza como um — digo de braços cruzados, indo em direção a ele.

— Ranzinza? — Ele ri. — Por esse palavreado que você usa já deveria estar em um caixão.

— Isso se chama ser educado, Minho, pra não chamar você de cretino egoísta.

Me aproximo ainda mais dele.

Tenho um sério problema de paciência, não precisa muito para eu ficar irritado e começar a discutir com qualquer pessoa que seja, e Minho é muito bom em me levar para esse estado de ódio.

— Agora eu sou um cretino egoísta? — Ele apaga o cigarro e o joga de lado.

Minho me puxa pelo braço e me faz ficar entre ele e a parede.

Acontece tão rápido que eu nem tenho tempo de revidar.

Ele passa as mãos pela minha cintura e desce até meus quadris, então olha para o meu corpo e logo sobe os olhos, olhando diretamente para a minha boca, e é aí que meu coração acelera ainda mais, e minha respiração decide me deixar na mão.

— Você não estava falando nada quando eu te fiz gozar.

Seus olhos olham para os meus tão perto que acho que vão me engolir, mas não reclamaria se isso acontecesse.

Não, é claro que reclamaria, eu namoro.

Sinto um fogo entre as minhas pernas aumentando cada vez mais, mas tenho que parar isso antes que aumente.

— Me solta — digo tão baixo que sai como um sussurro, e minha voz não parece nada firme. — Me solta! — Digo praticamente gritando.

Minho me encara sem falar nada.

Nossas bocas estão tão próximas que sinto sua respiração como se fosse a minha, e ambas estão apressadas e ofegantes. Ele dá um sorriso no canto dos lábios e se afasta de mim. Se vira de costas e vai até o canto do quarto, onde puxa uma cadeira e se senta nela.

Ele me observa enquanto eu tento manter uma postura indiferente, fingindo que não tenho vontade nenhuma de beijá-lo.

Mas deixo tudo isso de lado, já estou decidido, nada vai acontecer aqui.

— Hyunjin me disse que não aconteceu nada — digo tentando amenizar a tensão.

— Então ele descobriu?

— Ele está com medo que você negue se te perguntarem — digo ignorando seu comentário rude.

—Ele não quer estragar a preciosa reputação dele — Ele ri. — Por que seria tão importante se eu dissesse que nada aconteceu?

— Você sabe o porquê.

— Não sei não — ele se faz de desinformado.

Não quero dizer a ele que o status do Hyunjin  aumentou bastante desde que descobriram que ele 'transou' com o cara mais almejado da escola, e se descobrirem que ele estava mentindo, as coisas não vão ficar bonitas.

Rolo os olhos, me sento na cama e cruzo as pernas.

Minho continua quadrado sorrindo para mim, mas eu fico serio. Pelo menos eu tento.

Ele lambe os lábios enquanto olha para as minhas pernas, mas viro o rosto para a janela e finjo que não percebo.

— Você se divertiu? — Ele pergunta. Olho para ele de canto de olho, mas não dou muita atenção. — Se divertiu hoje no jantar?

Sua pergunta me faz olhar para ele instantaneamente.

Me levanto bruscamente da cama e vou até a cadeira que ele está sentado, e paro na frente dele.

— Se me diverti? — Pergunto irritado. — Eles poderiam ter visto tudo, Minho, você não tem ideia do que poderia acontecer se eles nos pegassem.

— Por que você está tão nervoso, Hannie? Não precisa esconder que você gostou daquilo. — Ele diz passando a mão na lateral da minha coxa. — Sei que gosta quando eu te toco, não se faça de difícil.

— Não estou me fazendo de difícil — digo com o coração batendo a mil.

— Não está? — Ele sobe sua mão até meu maxilar, nós nos encaramos por algum tempo, consigo sentir sua respiração em meu rosto e logo Minho me beija.

— Minho? Jisung? — Ele pergunta do andar debaixo. — Onde vocês estão? Já estão aí por tempo demais.

— Porra — Minho se levantando da cama rápido e indo até a escada. — Nós já descemos, só vamos guardar as fotos.

— Tudo bem — Sunoo responde.

Nós nos olhamos tensos, e um pouco envergonhados pelo que aconteceu. Bom... pelo menos eu, porque não sei se Minho ao menos tem sentimentos.

...

DIGA MEU NOME | MinsungOnde histórias criam vida. Descubra agora