Velas Negras • MonSam

20. Traição...?

Korkamon Teach
A cena inusitada que eu via na minha frente, só deixava claro que os meus receios eram legítimos: a Sam havia me enganado para se aproximar de mim e me apunhalar pelas costas.

- Eu estou aqui para te proteger! - Ela tenta se justificar, mas antes que comece a falar mais alguma coisa, o homem ao seu lado puxa sua espada, porém sem pestanejar, em um movimento super ágil, ela saca a arma de fogo que estava em sua cintura.

No entanto, experiente como deveria ser, o general estava preparado e, antes que a Sam pudesse puxar o gatilho, ele avança em cima dela. Em uma fração de segundos, eles engatam em uma briga física. Puxo minha espada para me aproximar, mas antes que eu pudesse pôr minhas mãos no homem que rolava pelo chão com a Samanun...

*barulho de arma sendo disparada*

Meu coração gela por alguns poucos momentos.

- Ai, sua filha da puta! - O homem grita e consegue colocar a sola da sua bota no corpo da Sam e, em um movimento rápido, empurra-a para longe.

A força que ele pôs no movimento havia sito tão descomunal que o corpo da Sam vooa pelo recinto, pousando em cima da mesa e arrastando todas as coisas que haviam ali para, em seguida, cair no chão imóvel.

O general se levanta com a mão na perna direita. Ao redor da mão que ele pressionava contra a entrada da bala, jorrava muito sangue e ele tentava, distraídamente, cuidar do ferimento. Por isso, eu aproveito a deixa e corro para atacá-lo. Ele estava tão vulnerável, seria fácil demais atingi-lo, mas aparentemente o tiro havia chamado a atenção de algumas pessoas do lado de fora, porque antes mesmo de eu chegar mais perto do homem agonizante, eu sinto a lâmina de uma espada atravessando minha barriga.

Algum dos seus marujos havia me atingido por trás.

Olho para baixo e me deparo com a ponta ensanguentada atravessando minhas roupas e, quando levanto meu olhar, encontro o general assistindo à cena com um sorriso triunfante no rosto.

No momento seguinte toda a cena congela e eu passo a ver os próximos acontecimentos em câmera lenta: Samanun se levanta meio cambaleante de onde havia caído e olha para mim com a expressão desesperada, em seguida olha para minha barriga com a lâmina atravessada e, apressadamente, captura sua arma de fogo no chão e atira na pessoa que segurava a espada atrás de mim. O tiro deveria ter sido certeiro, porque eu ouço o corpo do homem caindo e, quando volto meu olhar para baixo vejo o último resquício da lâmina deslizando de volta para dentro do meu corpo e saindo pelas minhas costas, caindo no chão junto com seu dono.

Sob minhas vestes escuras, uma  quantidade de sangue abundante começa a jorrar pelo ferimento que estava posicionado do lado esquerdo da minha barriga, mas de tanta adrenalina que corria nas minhas veias, eu não conseguia nem mesmo sentir dor, apenas me preocupo de rasgar um pedaço de pano da minha própria camisa e apertar em cima do ferimento.

Ao mesmo tempo que eu tentava estancar o líquido vermelho que se negava a parar de emergir pelo buraco causado pela espada, a Sam voltava a duelar com o general. Ele estava debilitado, mas sua habilidade e experiência conseguiram manter a Sam e sua espada, afastadas de seu corpo de maneira eficiente.

Ando até próximo à mesa onde a Sam havia sido arremessada e me sento no chão, encostando na parede de madeira atrás de mim. Dessa forma eu sairia da passagem e me protegeria da maneira que dava. Além disso, eu precisava me sentar, porque sentia meu corpo fraco, ao passo que o líquido vermelho vertia pelo chão, formando uma poça escura ao meu redor.

A cada momento que passava, mais marujos europeus chegavam. Mas, ao tentarem se aproximar de mim, eram impedidos pela Sam que, incessantemente, me protegia. Àquele momento ela já duelava com três, ao mesmo tempo.