5. Atitudes Inesperadas

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Kornkamon Teach

Acordo com o som das ondas azuis do mar indo e vindo na faixa de areia branca. As gaivotas no céu, voavam agitadas e vez ou outra davam flecheiros no mar, pescando peixes.

Me mexo um pouco, mas sinto algum peso sobre meu corpo, então abro o olho e noto a perna da Samanun sobre a minha perna e seu braço passando por cima da minha barriga, como em um abraço. Acho estranho sua proximidade daquela maneira, tendo em vista o jeito hostil pelo qual sempre fui tratada por sua parte, porém não posso negar que o calor do seu corpo e a pressão que ele fazia com seu peso sobre o meu era muito confortável. Fico alguns minutos imóvel sem saber como me portar, porque eu tinha a noção que assim que recobrasse a consciência, ela iria renegar tudo aquilo e se afastaria como se eu tivesse lepra.

Minha cabeça doía um pouco pela ressaca do rum, mas também ainda pela pouca quantidade de líquido que havia ingerido ontem. Respiro um pouco mais forte e sinto seu corpo se mexer levemente. Olho para seu rosto e seu globo ocular começa a se mover em baixo de suas pálpebras ainda fechadas, mas assim que ela abre, seu olhar encontra o meu imediatamente.

Logo nos primeiros segundos, ela mantém seu olhar profundo em mim e permanece assim, sem se mover. Nos olhamos por alguns vários segundos, até eu resolver quebrar o silêncio.

- Você parece estar bem confortável entrelaçada no meu corpo, para alguém que prometeu manter distância ontem à noite. - Falo e então ela parece despertar do seu transe matinal dando um pulo e se afastando de mim rapidamente. Não consigo não gargalhar da sua reação porque eu havia imaginado que fosse exatamente do jeito que foi.

Muito previsível, Samanun.

- Me, me desculpa. Eu--

- Corta essa Sam, somos duas adultas e eu sei que você também sente atração por mim. Está tudo bem em ter se aproveitado de mim durante a noite. Eu também teria me aproveitado de você, se eu não tivesse apagado de tanto cansaço.

Ela solta o ar em aborrecimento.

- Deixa de ser idiota, Kornkamon. Eu já te disse que não existe possibilidade da gente acontecer. - Ela aponta com o indicador pra mim e para ela. - . Tira seu cavalinho da chuva e eu também já falei para não me chamar de Sam.

- Engraçado falar isso agora, mas ontem quando te beijei você não reclamou. - Seu rosto fica vermelho e sua boca se abre, mas ela não emite nenhum som.

Aproveito a deixa e dou as costas indo embora.

- Eu vou pescar alguma coisa pra gente comer, se você puder procurar mais água seria bom. - Falo pegando meu punhal e andando pela areia fofa em direção ao mar.

Sua resposta não vem mais e eu não viro para ver seu semblante, mas muito provavelmente sua boca continuava aberta sem saber o que responder. Porque a questão é que era a completa verdade, ela bradava para os quatro cantos daquela ilha o quanto nos odiava e queria distância, que éramos inimigas, que ela nunca ficaria comigo e mais um monte de baboseira. Quando a pego de surpresa e faço minha aproximação dando um beijo, ela fecha os olhos e retribui o selinho.

Eu tinha feito aquilo de propósito, por dois motivos: primeiro porque eu queria irritá-la (o que parece não ter surtido efeito) e segundo porque eu precisava avaliar se realmente ela tinha aquele ódio todo por mim quanto ela clamava ter. E aparentemente, não tinha.

Ando poucos metros até o mar, quando a escuto gritando de onde estava.

- Eu estou indo até o cume daquela montanha, como falei ontem!

Me viro para olhá-la e ela já estava com suas botas nos pés e sua faca em mãos.

- Você só vai perder tempo! - Respondo e ela permanece parada me olhando, então vem até mim com passadas rápidas e uma expressão um pouco impaciente.

Velas Negras • MonSamTempat cerita menjadi hidup. Temukan sekarang