☼ | Loirinha.

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Anita, após sua habitual caminhada matinal na praia, encontrava-se em seu apartamento, discutindo com Clarita sobre os ocorridos na noite anterior.

— Clarita! - Exclamou, com uma leve irritação em sua voz.

— Me desculpa! Me desculpa! - Juntou as mãos, implorando.

— Eu nunca mais saio com você! - Suas falas carregavam um peso de frustração.

— Ah, qual é! Eu já falei que não vai acontecer de novo! — Rebateu, tentando ser compreendida.

— Você me abandonou, Clarita! E ainda levou o meu carro!

— Mas eu te busquei depois, não te busquei?

— Mas você demorou! E já era uma da manhã! Uma da manhã, Clarita! - Enfatizou, com uma linha de clareza em sua entonação.

Clarita cruzou os braços e a encarou com um sorriso malicioso, denotando um ar de desafio e satisfação.

— Certeza que você nem viu o tempo passar... a conversa tava boa, é? — Sorriu de canto, sarcasticamente.

— Não sei do que voce tá falando... - Revirou os olhos, bufando

— Pensa que eu não vi você de toda risonha com a Verônica?

Anita arregalou os olhos quando ouviu o nome de Verônica sair da boca de sua irmã.

— Você conhece ela? Da onde você conhece ela? - Perguntou imediatamente

— Ela é amiga do Nelson, conheci ela há uns dias atrás...

— Ah... entendi. — E de repente, Anita ligou os pontos... Verônica havia comentado na noite passada que o seu amigo fora embora com a sua "namoradinha", que era a Clarita.

— Mas fala aí, curtiu? — Perguntou, ainda com um sorriso suavemente malicioso em seu rosto.

— Curti o que? — Perguntou, ingenuamente.

- Voce é tão lenta, zero paciência pra gente assim...— Saiu, resmungando.

Anita arqueou a sobrancelha ao perceber que estava sendo desafiada. — Ei! Me respeita, eu sou mais velha que você! — Forçou um riso.

- E eu mais experiente, então abre os ouvidos, porque a mamãe vai falar agora. - Ordenou, cruzando os braços. Anita, no entanto, suspirou fundo e cedeu ao pedido de sua irmã. — É o seguinte, você precisa arrumar alguém antes de enferrujar de vez, morou? E eu arrumei a oportunidade perfeita!

— Como assim? - Questionou, franzindo o cenho.

— Vamos sair hoje. — Mostrou um sorriso de canto.

- Pra você me deixar de novo? — Levantou uma sobrancelha, questionando-a. — Tô fora, bebê. — Falou ironicamente, imitando-a.

- Você não vai ficar sozinha, porque a gente vai formar quatro é par. - Falou, mostrando um sorriso extravagante em seu rosto.

Anita cerrou os olhos, esforçando-se para compreender o significado das palavras de sua irmã.
Mas parecia impossível, porque o vocabulário da mais nova era riquíssimo em gírias, e precariamente pobre em formalidade. O que significa "quatro é par?"

— Fala português, pelo amor de Deus... — Suplicou em um suspiro cansado. — O que é isso?

— Eu devo ter jogado pedra na cruz... - Respirou cansada. - "Quatro é par" acontece quando quatro pessoas saem de casal, formando duplas, pegou? — Explicou, de maneira ignorantemente cansada.

Sol loiro ✶ VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora