☼ | Garota nacional

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Ouroboros
O ouroboros é um símbolo antigo representado por uma serpente que engole a própria cauda, formando um círculo. Ele carrega um profundo significado de eternidade, ciclo infinito e renovação constante, simbolizando o eterno retorno e a interconexão entre começo e fim.

[...]

Era uma tarde de segunda-feira e Verônica estava no quiosque, passando um pano no balcão com movimentos automáticos, já que fazia isso com frequência, mas sua mente estava longe dali.

O celular dela vibrava, e um suspiro pesado escapou de seus lábios. Lá estava ela de novo. Teresa.

Ela revirou os olhos, frustrada, enquanto relia a notificação. Não era Anita, que costumava mandar mensagens durante o dia, mas sim Teresa.

— Ah, mas nem fodendo... - Nelson exclamou sem acreditar quando ouviu o que Verônica disse

— Pois é, bebê... Teresa tá aí.

— Cara, isso é foda, Verô. Você não tem que ficar aguentando isso. Já passou tempo pra caralho!

Verônica não respondeu de imediato. Seus dedos deslizaram pelo pano úmido, mas sua mente estava distante, focada em Teresa e em tudo o que ela trazia de volta. Era como um ciclo vicioso.

Ela suspirou pesadamente, olhando para o horizonte, onde as ondas quebravam com suavidade, mas sem poder ignorar a tempestade interna que se formava.

— Eu sei, Nelson. Só não sei o que fazer. Cada vez que ela aparece, é como se tudo o que eu conquistei com a Anita... desmoronasse. Ela sabe como me mexer. Sempre soube.

Nelson arqueou as sobrancelhas e encostou-se ao balcão do quiosque, cruzando os braços enquanto olhava para Verônica com um meio sorriso.

— Então é isso... essa véia te mexeu mermo, hein?

Verônica bufou, largando o pano que tinha nas mãos.

— Nelson, tu sabe como foi com a Teresa. A mulher era um furacão na minha vida. Nunca soube o que queria de verdade, só me puxava e me largava quando bem entendia. E agora, do nada, ela aparece mandando mensagem como se fosse qualquer coisa?

— E tu respondeu?

— Claro que não. — Verônica se apoiou no balcão, passando as mãos pelo rosto. — Mas não importa. Só dela estar aparecendo de novo, já é como se... sei lá. Parece que ela sabe exatamente onde cutucar pra me tirar do eixo.

— Pior né? E como foi lá no bar com ela e a Anita?

— Viado, eu tentava disfarçar e fingir que eu tava de boa trocando ideia com as duas, mas meu coração faltava sair pela boca! — Verônica exclamou — Tinha umas hora que eu saia e pá com a desculpa de ir pegar bebida, mas a verdade é que era pra eu me recompor!

Nelson soltou uma gargalhada alta, batendo a mão no balcão.

— Tu, Verônica, a rainha da tranquilidade, nervosa desse jeito? A Teresa deve ser um efeito colateral pesado pra tu ficar assim.

— É, rindo tu acha fácil, né? — Verônica rebateu, apontando o pano na direção dele como se fosse uma arma. — Eu juro que tentava me concentrar, mas a Teresa... porra, ela parecia que tava me testando. E a Anita, cara, ela tem aquele jeitinho calmo, mas o olhar dela... parecia que me atravessava.

— Tipo "cuidado com o que você faz"? — Nelson gesticulou, imitando um olhar de advertência.

— Exatamente. — Verônica suspirou, jogando o pano no balcão. — E pior que a Teresa não tava nem aí. Jogava umas conversas nada a ver, uns apelidos que eu nem lembrava mais. Parecia até que tava fazendo de propósito.

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⏰ Última atualização: Jan 06 ⏰

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Sol loiro ✶ VeronitaOnde histórias criam vida. Descubra agora