Sol loiro ✶ Veronita

☼ | Calor.

1 semana depois.

Era uma tarde de sábado, os raios do sol douravam as paredes do apartamento, enquanto as irmãs Ita se reuniam na sala, opinando sobre o nome do estúdio de tatuagens que Clarita havia escolhido.

Clarita havia alugado um espaço no centro de Copacabana para abrir seu estúdio de tatuagens. Além de ser localizado em uma rua movimentada, o estúdio exalava uma atmosfera rústica e ao mesmo tempo moderna, com uma fachada que combinava tons de verde e preto, destacando-se entre as lojas e cafés ao redor.

"CLANNABIS TATTO STUDIO"

— Que porra de nome é esse, Clarita? — Anita indagou, rindo do nome escolhido pela mais nova

— Gostou do trocadilho, bebê? — perguntou rindo, enquanto mirava um olhar travesso para a loira

Anita riu, vendo o trocadilho idiota que a mais nova havia criado. Embora sendo tosco e podre, reflete muito quem a Clarita é, que no caso é: uma maconheira.

— Eu achei a sua cara... — respondeu em meio risadas, enquanto olhava para a logotipo do estúdio — Quem que fez esse negócio? — perguntou, indicando para o design que estava sendo exibido na tela do computador

— Foi o Nelson, gostou? — perguntou de imediato, fazendo Anita balançar com a cabeça em concordância

— Ele é bom... não sabia que ele fazia esse tipo de arte — Anita balançou a cabeça levemente, contorcendo a boca para baixo, mas antes que pudesse prosseguir, arqueou uma sobrancelha, como se tivesse acabado de lembrar de algo importante

— Vocês estão bem próximos, né não? — Anita perguntou, com uma mistura de sarcasmo, orgulho e acusação nos olhos, fazendo Clarita revirar os olhos, sabendo exatamente o que a mais velha estava se referindo

— Você e a Verônica também, né não? — rebateu, na mesma intensidade e entonação

Anita jogou a cabeça para trás, deixando escapar uma risada calorosa enquanto se lembrava da morena, e dos seus lábios que eram tão suaves quanto uma melodia.

— Tô só manjando cês duas... — Clarita arqueou uma sobrancelha. Enquanto isso, Anita ria, se lembrando de Verônica ao ouvir o verbo manjar

E instantaneamente, um sorriso gigantesco se fez presente em seus lábios após ouvir aquela simples palavra que já havia virado algo próprio delas. Algo íntimo. Algo interno.

— Não era você quem dizia que não queria ficar com ninguém? — acusou Clarita, com as sobrancelhas arqueadas

— Quem disse que eu tô ficando com a Verônica? — argumentou, defendendo-se ironicamente

— Tá literalmente estampado na sua cara "tô ficando com a Verônica! Oba! Ela tá varrendo a minha boca, minha goela e minha buce... — Anita avoou uma almofada na direção da mais nova antes que ela pudesse terminar de citar

— Cala a boca! — exclamou interrompendo, fazendo Clarita gargalhar

— Desculpa, desculpa... ela não varreu a tua buceta ainda? — acrescentou, lamentando com uma expressão cínica

— Clarita?! — franziu a testa, descrendo

— Uai, que que foi? Tu se prepare, porque logo logo ela varre aí em baixo... — alertou com uma entonação sarcástica, porém verídica

Anita revirou os olhos, rindo enquanto negava com a cabeça — Você não presta! — exclamou, se levantando do sofá

— Eu presto sim, você só não vê! — rebateu, enquanto se acomodava mais no sofá