Labirinto Drarry

capitulo 5

Draco Malfoy

  Malfoy abriu a porta da mansão que morava com sua esposa e filho. Mas aquela não era a "Mansão Malfoy", a casa onde Draco cresceu, aquela é a "Mansão Draco". Era assim que Astória a chamava desde que o loiro disse que odiava a Mansão Malfoy.
 
  - Dray! - Astória Greengrass, uma mulher de olhar rígido,pele pálida,longos cabelos negros e olhos castanhos se aproximou animada de Draco. - Scorpius está na sala de jantar. Você acredita que nosso filho me acha burra ?
 
  - Tenho certeza que ele não te acha burra, Tóri  - de repente Draco não parecia o mesmo homem que saiu do escritório com os ombros tensos de preocupação com o caso de Harry Potter - Você é dramática, querida.

  - Eu não sou dramática. Mas roubar docinhos da mesa e achar que não vou perceber ? Claramente me acha burra. - a moça colocou um chapéuzinho de festa infantil na cabeça de Draco e sorriu nostalgica pra  ele. - três aninhos, Dray, acredita nisso?

  - Não...parece que foi ontem que ele nasceu. - o loiro mal havia terminado a frase quando um pequeno serzinho de cabelos brancos se agarrou a sua perna.
 
  - Papai ! - Scorpius era a criança de três anos mais esperta de todo mundo bruxo, na opinião de " pai bobo do ano" de Draco - Mamãe disse que eu já sou um homenzinho. Já tenho tudo isso. - disse a criança fazendo o número três com os dedinhos.
 
  - Sua mãe não sabe de nada. Você ainda é um bebezinho. - Draco estava consciente do olhar assassino de Astória a sua direita. - Papai vai tomar um banho e já volta pro parabéns, Tabom?
 
  A criança acenou em concordância e saiu correndo na direção do quintal,onde havia um enorme pula pula colorido. Draco calculou que pelo menos 10 crianças estavam pulando ali dentro.

  - " Sua mãe não sabe de nada" - O loiro ouviu a voz de Greengrass o imitando. - Sério?

- Menti ? - Draco disse com um sorriso debochado enquanto seguia em direção às escadas. Ele pensou ter ouvido alguma coisa como " Idiota". Astória gostava de dar a última palavra, e depois de anos de casamento ele já havia aprendido à ignorar. Tudo bem...no fundo ele gostava do jeito dela de ser uma velha chata no corpo de uma moça jovem.
 
  Enquanto andava na direção do banheiro, no segundo andar da mansão, Draco ouviu um barulho alto vindo de seu estômago. Ele não comia nada havia o que? Dois dias? Talvez três.
  
  Assim que Draco entrou debaixo da água quente do chuveiro ele sentiu sua visão escurecer. Suas pernas perderam o peso. Ele se segurou na porta do box e fechando o chuveiro enquanto se sentava no chão.

   Seu estômago parecia cheio de pedras, o que não fazia sentido, ja que estava vazio. A mãos do loiro tremiam como se ele estivesse com hipotermia.

  Sua visão ainda estava embaçada e seus ouvidos zuniam tanto que ele poderia jurar que um enxame de abelhas o rodeava.

A quanto tempo já estava naquele banheiro ? Ele não poderia ficar ali pra sempre. Mas suas pernas estavam tão trêmulas que ele sabia que não conseguiria ir até à porta sem ajuda.

  Com toda força que conseguiu reunir Malfoy esticou os braços e pegou a toalha que estava pendurada na porta do box. Se enxugou o melhor que pode. Colocou as roupas que estava usando antes, que estavam jogadas pelo banheiro, e se arrastou até a porta da maneira que pode.

  Draco gritou por Astória o mais alto que conseguiu. Ele podia ouvir as músicas infantis da festa de Scorpius estourando no andar de baixo. Por que crianças precisavam ouvir música no volume máximo?
 
  - Draco? - a voz curiosa da Greengrass soou por trás da porta alguns segundos depois - tá tudo bem ? Você me chamou ?
 
  - Tóri - Malfoy suspirou aliviado - Me ajuda, acho que minha pressão caiu. - o loiro saiu detrás da porta antes da mesma ser aberta rapidamente.

  Astória o ajudou a se levantar, passando os braços do loiro por seus ombros e sustentando parte do seu peso. Quando saíram no corredor e seguiram na direção do quarto de Malfoy, Astória começou as perguntas:
 
  - Você não comeu nada hoje, Dray? - ele sabia que Astória estava tentando ser discreta e delicada para tocar no assunto. Ela sabia dos problemas alimentares do loiro desde a época que "namoravam".

  - Você sabe que é difícil, Tóri - a voz de Draco estava quase tão trêmula quanto suas pernas. - E eu planejava comer hoje.. na festinha do Scorp.

  - Vou trazer alguns salgadinhos pra você comer. - ela abriu a porta do quarto do loiro e o colocou cuidadosamente em sua cama. - E acho que gostaria de saber que sua mãe já chegou. Está perguntando por você, por sorte não ouviu seu grito.

  - Tabom, diga a ela que já vou descer.

Astória saiu pela porta para ir buscar algo para Draco comer antes de descer. O loiro não poderia aparecer pálido daquele jeito para cumprimentar os outros convidados.

  Malfoy por outro lado,não estava pensando em comer. Ele estava se sentindo um peso morto, um incômodo para Astória. Seu filho merecia um pai mais divertido, que brincasse com ele em seu aniversário. Não um cara que quase desmaia por causa de um banho quente.
  O loiro se aconchegou mais em sua cama e esperou Astória voltar.
  ...
 
- Dray, ja tinha acabado quase tudo. Essas crianças são uns dragões. E...Já batemos o parabens. Os outros pais estavam reclamando. Sinto muito - a morena colocou o pratinho com um pedaço de bolo ao lado de Draco - Sua mãe vai passar a noite aqui, eu disse a ela que você estava com dor de cabeça e amanhã conversaria com ela, Tudo bem ?

  - Ah, tudo bem - Draco já estava dando trabalho suficiente, não poderia reclamar de não o terem esperado pro parabéns. - Tenho certeza que Scorp nem notou minha falta... Ele estava se divertindo com os outros.

  - Você pode passar o dia com ele amanhã, ele vai gostar. - ela se afastou em direção a porta - Coma um pouco e descanse, ja está tarde. Amanhã conversamos.
 
  - Tóri, você sabe que eu te amo,não sabe ? Você é minha melhor amiga. Nunca vou me perdoar por ter te arrastado pra esse casamento de fachada.

  Da onde vinha tanto sentimentalismo de uma hora pra outra ? Draco não sabia. Mas ele já estava com aquelas palavras entaladas na garganta. Ele colocou sua melhor amiga naquela situação por motivos pessoais, foi egoísta. Ela merecia ouvir um pedido de desculpas ( Não que esse tenha sido o primeiro, claro).

  - Eu também te amo, Dray. E não precisa se sentir culpado por nada. Me casar com você, mesmo que seja um casamento falso, foi melhor coisa que já me aconteceu.