capitulo 7

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Draco Malfoy

  Após alguns segundos,finalmente Draco sentiu seus pés se firmarem no chão. Apesar de ter crescido no mundo bruxo e já ter apartado com seus pais muitas vezes, ele ainda sim (pasmem) se sente enjoado no processo.
 
  O loiro observou à sua volta e não reconheceu o lugar. Talvez fosse uma dessas cidades trouxas que Harry vai para se esconder de imprensa.

  - Draco - só então Malfoy sentiu que o aperto em seu pulso não havia aliviado. O loiro evitou os olhos de Harry. - Vamos ter que andar um pouco, não tem como aparatar mais perto. Os pontos de aparatação na França são muito limitados.

  - Assim...entendo. Espera, o que? França?

  - Meu lugar favorito fica aqui em Paris , e achei que como você é rico e metido desde sempre, ficaria familiarizado. - Draco estava tentando decifrar o sorriso sarcástico de Harry por trás de suas palavras. Se ele não conhecesse Harry, diria que aquilo era uma tentativa desesperada de levar alguém pra cama.

  As ruas parisienses estavam iluminadas apenas por alguns postes de luz,por que apesar de em Londres ter passado apenas um pouco da seis da tarde, aqui na cidade do amor já era noite. Uma noite quente e úmida. Draco não tinha percebido que sentia saudade da França até voltar essa noite. Apesar de já ter se passado anos, o loiro podia jurar que a cidade tinha o mesmo ar de paz e segurança de quando ele tinha 9 anos e passou alguns dias com os pais em um hotel em Paris. E anos depois, passou a sua Lua de mel na mesma cidade.

  Harry soltou o aperto em seu pulso e levou a mão até as costas do loiro, encorajando -o a andar.

  - Por que me trouxe aqui, Potter ? Não poderíamos jantar em algum lugar em Londres? - Draco questionou,olhando desconfiado para o moreno ao seu lado. - Está planejando me bater em algum bar por aqui?

  - Te bater em algum bar ? Tenho certeza que você não vai me provocar tanto assim - Harry brincou de bom humor, Draco pensou que talvez a ideia de bater nele fosse uma coisa que se passava muito na cabeça de Potter.

  A mão nas costas de Draco desceu para a base de sua coluna enquanto eles andavam em direção a... onde eles estavam indo ? O loiro não sabia. Harry o estava guiando. Em outra época,Draco teria se sentido apavorado com a ideia de Harry o levar para um lugar desconhecido, mas agora, ele se sentia em paz. Harry não havia guardado rancor da época em que estudavam juntos. O moreno não lhe desejava mal algum, Draco tinha certeza disso, ele estava até mesmo o levando para um passeio em uma cidade francesa.

  Eles continuaram a caminhada, um pouco lenta, e Draco se viu perdido em suas memórias. A primeira vez que visitou a França, na viagem com os pais, a família passou dois dias aproveitando os pontos turísticos de Paris e, no final da viagem, levaram o pequeno Malfoy a uma vila no interior do país e mostrou a ele as ruínas do que um dia havia sido uma cidadezinha bruxa.

" Está vendo o que os trouxas fazem,pequeno dragão? Por sorte nossa família tinha estrutura pra se recuperar de toda a destruição e fugiram para a Inglaterra" a mãe tinha dito à ele um pouco antes de se despedirem de suas origens e retornarem para casa.

  A sua volta à cidade havia sido um pouco mais...agitada. Draco tinha 18 anos . Ele poderia se lembrar como se fosse ontem dos dias que passou aqui com Astória. De quando ela aproveitou ser 3 anos mais velha que Draco, e já ter idade pra beber, para comprar bebidas pra eles. Eles passaram a madrugada no hotel rindo e se divertindo pensando em como as coisas seriam se Astória não tivesse aceitado a ideia louca de Draco. E, infelizmente, o loiro passou a manhã no banheiro do quarto, vomitando tudo que havia bebido. E quando passou o resto do dia dizendo a amiga que estava brincando quando disse que eles poderiam tentar ter herdeiros. Foi a melhor viagem da sua vida.

  - É aqui - Malfoy sentiu um aperto em sua cintura e parou abruptamente. Eles estavam em frente a uma cervejaria. A placa do local dizia " Chez Savy". - Não é um lugar muito conhecido, mas é chique.

  Eles entraram pelas portas de vidro fumê e Draco observou que o local era pequeno,mas tradicional. Tinha uma decoração parisiense,no estilo Art déco com pisos em mosaico,espelhos originais e todas as mesas organizadas em nichos.

  - Esse lugar faz totalmente seu estilo,Potter. - Draco comentou enquanto se sentava em uma das mesas, se afastando das mãos do moreno.
 
  - Você não conhece meu estilo - Ele se juntou ao loiro, se sentando na cadeira do lado oposto da mesa - E me chame só de Harry.

Draco o ignorou.
  Ele estava se sentindo satisfeito por ser levado a um lugar legal,em uma cidade que ele gostava. Mas alguma coisa no jeito gentil demais de Harry o estava incomodando. Ele sentia saudade do jeito distraído do moreno, que o fazia ficar irritado e fazer comentários sarcásticos sobre isso, levando Harry a ficar estressado, as vezes até agressivo, talvez. Ele gostava de irritar Potter ao máximo, levar ele ao ápice das provocações, vê -lo perder a paciência.

  E também,na visão de Draco, isso não era um encontro. Harry jamais o levaria em um encontro, certo?

  - Voilà votre commande messieurs. - Uma jovem loira colocou na mesa duas canecas.
 
(Aqui o pedido dos senhores)

  - Merci - Harry agradeceu e a moça se afastou.

(obrigado)

  - Quando você fez o pedido ? - O loiro estava se sentindo um idiota por ser tão distraído. Ele sempre julgou pessoas desatentas. Talvez a áurea de Harry estivesse afetando-o.

  - Enquanto você admirava minha beleza, Malfoy. - Harry tinha aquele sorriso zombeteiro estampado no rosto. Malfoy percebeu que estava encarando-o enquanto vagava em pensamentos, tanto que nem percebeu quando Potter fez o pedido.

  - Draco. Me chame só de Draco. - Ele se perguntou se é possível pessoas tão bronzeadas como Harry ficarem com as bochechas tão vermelhas quanto ele estava agora.
 
  - Sabe, - Harry começou depois de tomar um gole da cerveja - Eu te trouxe aqui por que queria... que você soubesse que ocultei algumas coisas que aconteceram em agosto, naquele dia entende ? - o moreno tomou fôlego e continuou - Eu não tive uma infância fácil na casa dos meus tios, e aparentemente aquele homem era um vizinho que tinhamos. Eu não o reconheci de primeira, mas depois me lembrei. Eu sei que pode parecer fútil da minha parte mas...Eu Não queria que ninguém soubesse nada sobre a minha vida pessoal, quanto menos a minha infância.
 
  O quanto tinham machucado Harry, ao ponto dele achar que ter privacidade é um luxo ?

  - Não precisa me contar - No fundo o próprio Draco não queria que soubessem nada mais sobre ele. A exposição que sofreu depois de se alinhar ao lado errado da guerra já bastava pra uma vida toda.

  Os olhos de Harry estavam brilhando em lágrimas. Draco achou que estivesse sonhando.

  - Tudo bem, não se preocupe, não vou desabar em você, Draco - Ver Harry demonstrar fraqueza e se permitir falar sobre sua própria vida dava em Draco a sensação de conseguir algo que queria muito e no final não se sentir satisfeito com aquilo. Ele infernizou a vida de Harry por anos,desejou atenção dele. Agora ele tinha.. bem,poderia ter. Ele queria ter Harry para si, como sempre quis.

  O loiro tomou metade da sua bebida em um único gole.

  - Pode desabar, Harry. - o moreno levantou as sobrancelhas - vou estar aqui,somos amigos agora.

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