Chapter 44

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Season 4, Episode 10-12

"Reclusos" & "Ainda"
Daryl's point of view


A gente tem que fazer alguma coisa. — Beth resmungou.

Acho que ela não se cansa.

Quando saímos juntos da prisão, pensei que não iríamos conseguir ir muito longe. Não sou o melhor corredor e bom... Beth menos ainda. Mas ainda sim estamos aqui, no meio do nada tentando sobreviver com uma fogueira.

Olhei para ela com tédio nos olhos. Não podemos fazer nada, ela não entende que já era?

— Não foi só a gente que sobreviveu. Não pode ser. Rick e Michonne podem estar perto. Maggie pode ter saído do bloco A. Lia pode ter encontrado eles. — ela insistiu e eu a encarei calado — Podem sim.

Apenas encarei a fogueira, tentando não ser grosso com a garota.

— Você é um caçador, pode rastrear. — ela falou se levantando, continuei quieto — Tudo bem, se você não quer eu vou sozinha!

Beth pegou a faca dela no chão e saiu marchando mata adentro. Encarei o fogo e suspirei, não tem muito que eu possa fazer.

Fui atrás de Beth.

Já estávamos andando há um bom tempo quando o dia começou a dar as caras. Enquanto Beth andava distraída, fui tentando achar rastros.

Mexi em algumas folhas no chão e achei pegadas. Beth disse que não importa de quem sejam, significa que está vivo.

— Significa que estava vivo há 4 ou 5 horas atrás. — resmunguei.

— Eles estão vivos! — Beth ralhou e saiu andando.

Mas que garota teimosa.

Pensei e fui atrás da loira. Seguimos na direção das pegadas e eu vi alguns vestígios.

— Apertaram o passo aqui, saíram correndo. — falei apontando pro chão — As coisas ficaram feias.

— Não vai te matar tem um pouco de fé.

— Fé? Fé não fez diferença pra gente e com certeza não fez nada pelo seu pai. — falei e o arrependimento bateu no momento em que olhei para ela.

Não pedi desculpas, não consegui.

Ela se virou e começou a pegar algumas frutas, disse que eles estariam com fome.

Peguei o lenço no bolso e estendi a ela, que pegou e colocou as frutas. Ela me olhou com pesar e eu apenas desviei o olhar.

Continuamos a caminhar. Vi sangue em algumas folhas e o rastro de pelo menos uma dúzia de zumbis.

Beth insistiu em continuarmos. Um zumbi a agarrou e eu o segurei. A loira o matou e então seguimos.

Mais à frente vimos três zumbis comendo os restos de alguém. Matei eles com as flechas enquanto Beth apenas encarava tudo com tristeza nos olhos.

Havia uma bota ali, igual as que Lia usava.

— Não é dela, Beth. — ela me encarou — Não é da Lia.

𝑪𝑨𝑴𝑰𝑵𝑯𝑶𝑺 𝑪𝑹𝑼𝒁𝑨𝑫𝑶𝑺, Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora