Chapter 61

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Season 6, Episode 6

"Sempre responsável"
Daryl's point of view

Quero voltar pra casa. Quero voltar pros braços de Lia, pros braços da minha mulher.

Quando ela disse que o grupo de trás se dispersou foi como se alguém tivesse perfurado meu peito e arrancado meu coração. Fiquei aflito quando ouvi sua respiração ofegante e os grunhidos presentes no fundo.

Toma cuidado, eu vou ficar bem. Eu...fica bem.

Foi a última coisa que ela disse e desde então não ouço sua voz. Tentei o rádio várias vezes. Sem sucesso. Estou começando a ficar preocupado.

Tentei ir até Rick, mas pensei em fazer as coisas do jeito certo e talvez teríamos um pouco mais de sorte.

— Tentem me acompanhar. — falei pelo rádio para Sasha e Abraham.

Viramos na 642 e seguimos estrada. Meu corpo todo pedindo por descanso. Mais à frente, na mesma rua, fomos surpreendidos com tiros vindos de algum lugar. Abaixei a cabeça tentando não ser atingido quando me desequilibrei na moto e rolei no chão.

Sasha e Abraham continuaram e vi um carro atrás deles. Me levantei rapidamente e subi na moto. Olhei para trás e dois carros me perseguiam.

Que ótimo dia.

Pensei ironicamente tentando não ser atingido pelos tiros. Virei em alguns carros parados e desviei de um pequeno grupo de zumbis. O carro atrás de mim colidiu com um dos caminhões e finalmente parou de me seguir.

Um outro veio atrás mas consegui despistar e entrei na mata. Quando achei estar seguro finalmente me deixei cair no chão e respirar fundo.

Não sei por quanto tempo fiquei ali no chão mas decidi que preciso procurar por Abraham e Sasha. Ver se estão bem.

Arrastei minha moto por entre as árvores e o barro, sentindo cada vez mais vontade de ir embora. Os inúmeros corpos carbonizados no chão me fizeram desviar o olhar e continuar seguindo.

— Sasha? Abraham? Estão por aí? — perguntei pelo rádio.

Apenas um chiado, foi o que escutei.

Senti um líquido escorrer pela minha mão e vi o sangue que a cobria. Joguei a luva preta no chão e decidi tirar a jaqueta. Vi os cortes em meus braços e senti eles arderem.

Peguei a mochila na moto e escutei um galho se quebrar. Parece que não tenho 1 minuto sequer de paz. Segurei a besta erguida e segui na direção do barulho.

Dei mais alguns passos e me virei de supetão encontrando duas mulheres. Completamente sujas e magras. As duas levantaram as mãos em rendição.

— 'Tá legal, você achou a gente. Merecemos o que pegamos. — a morena disse e ouvi passos atrás de mim.

No segundo que me virei para ver o que fez barulho minha cabeça foi atingida por algo duro e tudo ficou escuro.

[...]

Abri os olhos lentamente, vendo tudo borrado. O que consegui distinguir foi a fogueira acesa e a voz da mulher morena. Parece que tem um cara também, deve ser o desgraçado que me acertou.

𝑪𝑨𝑴𝑰𝑵𝑯𝑶𝑺 𝑪𝑹𝑼𝒁𝑨𝑫𝑶𝑺, Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora