Chapter 62

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Season 6, Episode 7

"Cabeça erguida"
Lia's point of view


Glenn ainda não voltou. Daryl ainda não respondeu o rádio.

Parece que, novamente, o mundo está nos enviando um sinal para nunca esquecermos de que coisas ruins acontecem, o tempo todo elas acontecem. E temos que estar preparados pra isso.

Hoje antes que qualquer morador de Alexandria pudesse dar um sinal de que está acordado desci da torre de vigia em que passei a noite com Maggie e fui direto pra casa.

Decidi tentar ao menos dormir, descansar, mas não consegui. Todos os meus pensamentos vão direto para o Dixon. Onde ele está agora? Será que está bem? Machucado? Vivo?

Não dá pra saber. E sei que prefiro saber do que manter esse sentimento de angústia em meu peito enquanto olho pro lado vazio de minha cama e só consigo imaginar ele aqui comigo.

Bufei irritada afastando esses pensamentos e decidi fazer desse dia um dia produtivo. Continuar com o treinamento de armas e manter o foco nisso.

Encontrei Carl sentado na cozinha comendo cereais com Judy no colo, sorri ao ver os dois. Me lembrei do porque nunca perco as esperanças. É por eles.

— Bom dia, cowboy. Animado? — perguntei sorrindo fraco e peguei a bebê de seus braços.

Ela puxou meu cabelo e eu ri colocando um pouco de café em uma xícara qualquer. Me sentei em sua frente e vi que ele nem mesmo esboçou um sorrisinho. Algo está errado.

— Aí, — chamei — tudo bem?

— É só que...ah esquece, você não entende. — ele disse se levantando.

— Carl! — chamei de novo e ele me olhou — Senta aí. — ele me encarou entediado e eu apenas dei de ombros, ele se sentou — Fala.

Ele bufou e olhou em volta, provavelmente procurando as palavras certas. Apenas esperei.

— É a Enid. Ela saiu antes dos zumbis chegarem e agora 'tá lá fora sozinha e sem saber de toda essa merda que 'tá acontecendo aqui. E eu...eu pedi pra ela não ir. Tentei avisar que ir lá fora assim é perigoso mas ela não ouviu. — ele disse tudo de uma vez enquanto sinalizava com as mãos e eu apenas ouvi ele falar.

— Gosta dela não é?

— Lia!

— O que? Não é porque tudo está uma merda que temos que agir como loucos o tempo todo. Também temos nossos momentos normais. — expliquei bebendo meu café — Gosta ou não?

— Eu não sei. Nunca parei pra pensar nisso sabe? Antes a gente tinha que se preocupar em achar pelo menos um pouco de água e agora estou preocupado com uma garota que nem sequer liga pra mim. Eu não sei. — Carl falou com a voz baixa demonstrando sua tristeza.

Apenas assenti. Acabei meu café e Beth veio em minha direção sorrindo fraco. Ela pegou Judy e foi fazer a mamadeira dela, Carl e eu ficamos alguns segundos em silêncio.

— Sei que é difícil entender isso tudo, acontece muito rápido. Mas não deixa o mundo lá fora tirar as coisas boas de você. Ainda podemos ser felizes e sabe...ela é muito bonita. — falei brincando e ele riu baixo.

— Valeu, Lia. — ele respondeu e eu beijei o topo de sua cabeça.

— Vamos, pirralho. Hoje o dia vai ser cheio. — falei e então nós dois seguimos pra fora de casa.

Caminhando pelas ruas ensolaradas de Alexandria me dei conta de como essas pessoas parecem estar assustadas com tudo o que está acontecendo. Elas não andam pelas ruas mais. Não vejo quase ninguém fora de casa.

𝑪𝑨𝑴𝑰𝑵𝑯𝑶𝑺 𝑪𝑹𝑼𝒁𝑨𝑫𝑶𝑺, Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora