Chapter 08

1.3K 127 13
                                    

Season 1, Episode 6

Lia's point of view
"TS-19"

Um barulho de algo caindo me fez abrir os olhos assustada. O sol que entrava pela janela do quarto batia em meu rosto me fazendo fechar os olhos de novo. Minha cabeça pesava e meu corpo também.

Toquei a testa acima do olho e senti algo seco, imagino ser sangue. Meu rosto inteiro estava dolorido e minhas costelas mais ainda.

Me levantei com cuidado do chão onde eu estava e escutei um grunhido no andar debaixo. Suspirei e conferi se a porta estava trancada.

Fui até o banheiro e liguei a luz. Me assustei ao me olhar no espelho. Minha bochecha e meu olho direito estavam roxos. Minha boca tinha um corte e minha testa tinha sangue seco.

Meus olhos lacrimejaram pela dor na costela, tirei a blusa com cuidado e me arrependi instantaneamente. Do lado direito do meu corpo haviam várias marcas roxas e avermelhadas e meu pescoço estava roxo.

Meu pulso doía e minha panturrilha também. Eu estava um caco.

Liguei a torneira e vi que a água funcionava. Tirei as luvas pretas e suspirei passando a mão pela cicatriz. A cicatriz pela qual eu me arrependia.

Tirei as botas e a calça, vendo o corte na panturrilha. Entrei no chuveiro e deixei a água cair. Ali tinha um sabonete pequeno e um resto de shampoo, sorri ao ver os dois.

Olhei pro chão e vi a água sair vermelha e marrom, pelo sangue e o barro. Eu realmente estava precisando de um banho.

Alguns minutos e eu saí dali, me sequei com uma toalha de rosto que achei no armário e fui procurar por roupas limpas.

No guarda roupa do quarto rosa havia apenas duas regatas brancas e uma calça jeans. Vesti a calça e uma das regatas, guardando a outra na mochila preta. Logo depois coloquei as luvas de novo, com cuidado já que minha mão estava machucada.

No banheiro tinha uma maletinha com algumas coisas de primeiros socorros, usei algumas gazes pra fazer um curativo improvisado na panturrilha.

Abri a porta devagar e senti o cheiro de podre me incomodar. No corredor o corpo do homem continuava ali no mesmo lugar e o da mulher estava caído no quarto, o machado ainda cravado em seu peito.

Engoli em seco vendo aquilo, ainda não acreditava que eu tinha matado duas pessoas. Fui até o corpo da mulher e arranquei o machadinho.

Mexi em seus bolsos mas só tinha cigarros, peguei os guardando na mochila. Fui até o corpo do homem e achei duas balas e um isqueiro em sua jaqueta.

Depois de descer as escadas, encontrei o zumbi que fazia barulho ali. Acertei sua cabeça com o canivete e senti a costela fisgar.

Comi a última barrinha de cereal e bebi o resto da água de uma garrafinha que achei.

Resolvi sair dali rápido porquê sabia que hoje iria ter de caminhar muito mais.

[...]

No relógio velho que meu pai tinha me dado marcava meio dia, não sabia se estava certo mas decidi acreditar que sim.

𝑪𝑨𝑴𝑰𝑵𝑯𝑶𝑺 𝑪𝑹𝑼𝒁𝑨𝑫𝑶𝑺, Daryl Dixon Onde histórias criam vida. Descubra agora