1 - Inferno no Paraíso

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Dahyun se encontrava no inferno. E não havia dúvidas. Era verdade. Com Momo em cima de si, Dahyun vivenciava a mais profunda agonia e o mais sublime prazer ao mesmo tempo.

Dahyun também estava no paraíso. Quando os dedos de Momo a marcavam e a faziam sua, quando a boca de Momo a molhava, quando os beijos de Momo a tiravam da realidade, Dahyun estava no paraíso, naquele exato momento. E gritava para que todos soubessem que o paraíso existia mesmo. Tinha olhos pretos como a noite sem estrelas e se chamava Hirai Momo.

Quando ambas alcançaram o clímax, Momo parou seu nariz no pescoço de Dahyun. Não se moveu, apenas ficou ali, por alguns minutos. Foi quando Dahyun sentiu os dentes de Momo, mordendo seu pescoço com suavidade.

Apenas no dia seguinte Dahyun se lembrou das palavras de Sungjin e de tudo que estudara sobre híbridos até então. A cada mês que o aniversário de Momo se aproximava, ela mudava. Em vários sentidos. No aspecto físico, é claro, todo mundo percebeu. Momo estava mais alta, mais forte, mais musculosa, sua voz levemente mais grossa, e um cheiro (que fazia Dahyun querer grudar nela) bom e forte exalava dela. Mas, além disso, Momo estava mudando por dentro também. Tornara-se mais possessiva e protetora, com ela e as outras meninas. Comia mais.

Dahyun percebeu pela primeira vez que Momo estava mudando quando, no aniversário de Chaeyoung, em 23 de abril, Momo arrumara briga na taverna em que foram comemorar.

- Vamos, Chaeyoung! Sua primeira vez bebendo um bom Sake! - Sana parecia mais animada com o aniversário de 18 anos da menina do que ela mesma.

Todas comemoraram quando Chaeyoung bebeu tudo em um gole só, mas desconfiaram que não era a primeira vez que ela fazia aquilo.

- Son Chaeyoung, eu te vejo como uma filha - Nayeon falou, já bêbada demais para fazer sentido àquela altura.

As outras meninas se acabaram de rir, fazendo todos na taverna olharem as guerreiras. Claro, ninguém tinha raiva, pois as nove eram muito respeitadas no Condado, sempre ajudando e expulsando monstros do local.

- Ok, ok - Chaeyoung riu, aceitando sua nova condição. - Se você é minha mãe, quem é meu pai?

Foi quando tudo desandou. Um homem que já estava para lá de alterado apareceu na mesa, segurou Nayeon pela cintura e balbuciou algo como "eu posso ser, belezura". Em pouquíssimo tempo, um único soco de Momo tinha desacordado o homem. Sana e Dahyun, que sabiam que ela normalmente teria puxado o homem pelos cabelos e xingado várias gerações da família dele antes de socá-lo, estranharam.

Outro acontecimento foi quando as pessoas no Condado começaram a espalhar que Tzuyu poderia ser mais forte até mesmo que Momo. De primeira, Momo não pareceu se incomodar, mas aí, alguns dias depois, aleatoriamente, ela chamou Tzuyu para uma pequena luta amistosa, a fim de melhorar as habilidades de ambas. Momo estava tão dedicada àquele amistoso que falou que Tzuyu poderia usar magia ao invés de apenas arcos e as próprias mãos.

A batalha ficara tão intensa e durara tanto tempo que todos os animais livres da região fugiram por alguns dias. A luta terminara em empate porque Tzuyu havia ficado entediada, e era desnecessário dizer, mas enquanto Momo ficara destruída, Tzuyu mal tinha alguns arranhões. Mas o que o ficou na boca do Condado era que "fora provado que Momo era tão forte quanto Tzuyu".

E agora, faltando apenas três meses para o aniversário de Momo, Dahyun se sentia culpada por ter escondido o que soubera por Sungjin.

- Momo - chamou, sentindo o nariz da outra ainda em seu pescoço, enquanto acariciava-lhe os cabelos com uma mão.

-Hm.

- Eu posso te perguntar uma coisa?

Em um pulo, Momo se virou e se colocou em cima de Dahyun, apoiando-se na cama sob os joelhos e mãos.

Não Posso Me Parar (Ato 2) - TWICE AUOnde histórias criam vida. Descubra agora