Não Posso Me Parar (Ato 2) - TWICE AU

7 - Vai Com Tudo

Antes de dormirem, voltando do baile, Dahyun havia chamado todas em seu quarto para discutir coisas importantes. Ela contava que havia conseguido acessar a profecia que revelava a conexão entre as nove.

- Talvez não entendam porque eu não falei antes, mas é porque estava pensando sobre, eu e Jihyo, na verdade, tentando entender os caminhos que isso nos levará a seguir. E peço que compreendam que eu sempre irei pensar antes de contar uma coisa a vocês, pra evitar pânico desnecessário. A não ser que seja de extrema urgência que vocês saibam. Conversei com Jihyo, e ela concorda comigo. As coisas que eu vejo, podem ser perturbadoras, sabem?

Mina entendia. Também não sairia contando tudo que ela via normalmente. Por exemplo, ela via almas em todos os cantos daquele Palácio. Não empregados, apenas alguns soldados que não aceitavam suas mortes e voltavam por lealdade ao Reino. Mas ela não tinha porque contar isso a todos ao seu redor. Na Floresta também via olhos esquisitos que ninguém mais via. Estudou um pouco e descobriu que a criatura era tão desagradável que inconscientemente as pessoas escolhiam por não vê-la. Mina, por outro lado, não tinha escolha. Inclusive, era até uma história engraçada entre elas, mas Mina se lembrara eventualmente que havia visto Tzuyu tentando alertá-la do monstro um pouco antes de seu aniversário, mas não conseguia ouvir, então pensou que fosse só mais um espírito na casa. Por tudo isso, não culpava Dahyun por não contar tudo de primeira mão. Mas estava ansiosa para saber sobre a profecia.

- Vou recitar a profecia pra vocês:
"O fio que liga as 9 almas
Impede que Kojiro vença
Por isso deverão
Vencer o medo
Alinhar os propósitos
E se encontrar onde há
o Grande Resgate".

- Quem é Kojiro? - Sana perguntou.

- Eu não sei, e não achamos nenhum registro - Jihyo falou. - O que me leva a crer que é alguém do futuro de vocês, como Masato.

- É tudo que a gente precisava mesmo - Momo reclamou. - Dois inimigos que ainda não nasceram.

Mina não sabia se ela era a única que percebia, mas era nítido que Dahyun e Momo não estavam confortáveis ficando no mesmo cômodo. Era esquisito de se ver, e agora, quando o fio aparecia para Mina, entre elas duas a cor era mais fraca.

- De qualquer forma, para mim e Jihyo está claro que a gente precisa ir para o futuro, de alguma forma. O que acha, Tzuyu?

- Concordo. Mas preciso de um bom tempo para analisar essa profecia. Entendo sua preocupação, Dahyun, mas ler e entender profecias é algo que meu povo faz há séculos, e se hoje há humanos profetas é porque houve miscigenação. Da próxima vez, compartilhe a profecia comigo, por favor - Dahyun assentiu e se desculpou. - Apesar de levar certo tempo, eu estou quase certa que alinhar propósitos significa resolver desavenças. E vocês têm que se resolver. Mina, você vê não é? Como esse fio está entre elas?

Tzuyu não citou nomes, mas todas sabiam que ela falava de Momo, Dahyun, Jeongyeon e Nayeon.

- O fio entre vocês tem a cor a mais fraca.

- Não estou pedindo pra fazerem isso em uma semana, porque ainda temos tempo, já que nossa intenção é sair em março do ano que vem. Mas o Aka Ito não é brincadeira e não podemos enfraquecê-lo.

As meninas pareceram envergonhadas, mas Mina sabia que elas tinham entendido o recado.

- Tzuyu tem razão - Jihyo falou. - Felizmente temos alguns meses para resolver qualquer coisa. Outro assunto é: não temos tanto dinheiro e pedir para o primo de Chaeyoung está fora de cogitação. Nesse tempo, a gente vai ter que trabalhar mais e cobrar mais caro. Sugiro que sejamos transparentes na medida do possível com o povo do condado pra que eles não se revoltem com os preços.