Capítulo 5

11 2 1
                                    

                               Joana:

 Assim que chegamos parecia que tudo ia dar errado, primeiro foi a casa que já tinha hóspedes sendo que a gente já havia alugado, me senti no filme noites brutais. Agora estamos parados em frente ao lugar que pega as lanchas que foram alugadas e como a gente está com muita sorte o sistema está constatando que nenhuma lancha foi alugada no nome de Flávio Passos. 

— Você tem certeza que alugou essa porcaria? – Pedro pergunta a Flávio.

— É óbvio cara, eu passei a semana inteira planejando essa bendita viagem para que nada desse errado – Flávio respondeu cabisbaixo e acendeu um cigarro.

— Oh moço! Olha aí direitinho, reinicia o computador, sei lá – Janaína pediu de forma calma.

—  Você está insinuando que eu não sei fazer o meu trabalho? Olha aqui mocinha eu estou aqui há mais de VINTE ANOS – o recepcionista de cabelos grisalhos se levanta da cadeira batendo as mãos em cima da mesa de forma alterada. 

— Não é isto senhor, desculpe se passei essa express…

— Desculpas nada, vocês já podem ir embora só estão me atrapalhando, olha o tanto de gente que tem atrás de vocês – o senhor fala apontando o dedo para a multidão, que grita com a gente.

— A gente não vai embora daqui até o senhor nos dar a lancha, olha aqui o comprovante que prova que eu aluguei por exatos dois dias– Flávio se altera um pouco e mostra o comprovante. 

O senhor revirou os olhos, e novamente foi atrás do nome de Flávio. Depois de alguns minutos procurando, ele falou:

— Ok, podem entrar– fala logo depois de entregar em papelzinho para Flávio.

— Isso porque não tinha – Pedro fala baixinho, bato o meu braço no seu em uma tentativa de mandar ele calar a boca. 

Depois de uma eternidade, finalmente conseguimos iniciar o nosso passeio. 

                            Pedro:

Finalmente estamos na lancha, no começo estava com um pressentimento ruim, pra falar a verdade ainda estou. Primeiro foi a casa que alugamos que já tinha gente e depois a lancha que quase não conseguimos alugar, entretanto como já havia resolvido antes não falei para ninguém, acho devo está ficando paranoico ou coisa do tipo. Depois de toda a dor de cabeça que tivemos finalmente estamos na lancha, um rapaz veio nos dá a instrução de como pilotar, confesso que fiquei impressionado com a confiança que ele depositou na gente, porque tipo assim, quem é que deixar um grupo de 4 amigos sozinhos em uma lancha que nunca pilotaram. A gente não sabe dirigir nem um carro, muito menos os dos videogames, quem dirá uma lancha, mas o moço disse que era como dirigir um carro, esse é o problema. Flávio se voluntariou para aprender a dirigir a lancha e foi para o lado do rapaz que tinha um impressionante corte de cabelo, sei que isso não é muito relevante, mas caramba que corte, não entendo muito dessas coisas, mas com certeza irei passar esse para o meu barbeiro. Terminado de passar as instruções para Flávio e Joana, um fato que acabou me chocando é que duas pessoas precisaria saber dirigir a lancha, sei que parece óbvio, mas quando se tem um pressentimento ruim tudo o que você menos quer escutar é “ duas pessoas precisará saber dirigir a lancha, caso alguma coisa aconteça” disse o moço do corte perfeito de cabelo antes de Joana se manifestar. Óbvio que não me voluntariei porque Deus me livre a vida de todos terem que ficar nas minhas mãos, não sei nem cuidar da minha direito. Agora a cor que mais predomina é o azul, tanto do céu, quanto do mar, o céu estava radiantemente lindo, não pelo fato dele estar azul, mas sim porque ele passava uma paz, uma paz que não é transmitida na cidade, principalmente com as correias do dia a dia. O céu é como um tapete de pêlos de seda, preso entre as nuvens castanhas, é como um abraço muito confortável, tão acolhedor, como se fosse uma manta encantada, quando olho pro céu, sinto como se estivesse olhando pra uma poça de areia mágica, com todas as suas pequenas variações de cores, mas hoje ele só está bem azul, o calor o acompanha junto com a brisa do ar que estava maravilhosa, também trazia um sentimento de paz e solenidade. Já o mar se comporta como uma tela de tecido imóvel e azul no lago, é como se o mar estivesse congelado, em um movimento de paz absoluta, onde todas as coisas estão no seu lugar. O mar é como uma pintura gigante, com um azul homogêneo, que estendia, igual uma mágica tela azul, desprovida de ondas. 

Depois de tudo que a gente passou até estarmos aqui, o que nos resta é se divertir, enquanto Flávio nós conduz pelo o mar, Joana liga o caixinha de som e conecta no celular, quando a música começa a ser reproduzida as meninas começam a dançar, em um ritmo que tenho certeza que elas inventaram de tão ridículo que estava. Acho que estava enganado, o dia mal tinha começado e já tinham sido as melhores férias da minha vida, já haviam se passado algumas horas depois dos desentendimentos até chegamos aqui. Joana que depois de se divertir bastante agora estava conduzindo a lancha, enquanto Flávio estava deitado em uma das espreguiçadeiras. Essa com certeza tinha sido a melhor ideia e me arrisco em dizer as melhores férias. 

Perdidos na ilha Onde histórias criam vida. Descubra agora