Capítulo 12

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Joana:

— Janaína! Tá me ouvindo? Ai meu Deus, ai meu Deus. – sacudo ela, bato nas suas bochechas, mas sem sucesso — O que a gente vai fazer? – começo a roer as unhas — Me responde, Flávio, o que a gente vai fazer? – ele não fala nada, só me observa. — Flávio, não consigo respirar – ele não demonstra nenhuma reação, me sento ao lado da minha amiga e apoio às minhas costas no tronco da árvore, meu coração acelera, sinto um formigamento por toda a minha pele, o suor começa a invadir o meu corpo. Juntando toda a minha força tento respirar, mas sem sucesso, a única coisa que consigo pensar é que esse vai ser meu fim, ao lado de Janaína. Tento puxar o ar, mas sem sucesso, o medo começa a florescer dentro de mim e sinto que não vou conseguir fugir, e nada do que eu fizer vai me libertar desta prisão. Respiro mais uma vez, tento me levantar, mas não consigo a tensão física e mental são tão grandes que meu corpo não consegue se mexer, não consegue dar um sinal de vida. O medo e o nervosismo mais uma vez floresce no meu corpo e a única coisa que me resta é aceitar que esse será o meu fim. 

Joana:

Será que eu morri? Isto é depois da vida? Eu tô no purgatório? Ai meus Deus!! Será que eu vou para o inferno? Não… eu sempre fui boa, honesta, sempre fiz o bem, eu não posso ir para o inferno. 

Tudo está escuro, rolo meus olhos por todos os míseros cantos desse “quarto”, mas não vejo nada. Ando a passos curtos e cautelosos, sempre esticando meu braço direito para não esbarrar em nada, por mais que eu ande não consigo sentir nada, como se não tivesse nada, como se esse “quarto” que agora desconfio que seja um, estivesse vazio. Já entrando em uma crise, percebo uma luz bem distante, a minha luz no final do túnel, a minha esperança, vou correndo o mais rápido possível. 

— Janaína! Tá me ouvindo? Ai meu Deus, ai meu Deus.
— O que a gente vai fazer?...
— Acorda meninas, vocês duas estão me deixando nervoso. Oh meu Deus, uma até vai, mais agora duas?

Ao decorrer que caminho no encontro da porta misteriosa, vou escutando a minha voz e a dos meus amigos, isso me dar um incentivo que me faltava, vou caminhando mais rápido, e agora percebo que as paredes do “quarto” vão se formando nas minhas memórias que antes não lembrava, como se elas foram apagadas e agora estão sendo restauradas. No embalo, despertei de forma brusca após quase perder a vida, olho à minha volta, Janaína que até então supus que também teve um pequeno desmaio, estava sentada debaixo de uma árvore e sendo abanada por Flávio. Acho essa cena fofa, mas estranha ao mesmo tempo, não era muito a cara de ambos fazerem isso. 

— Fiquei tanto tempo desmaiada, assim? O que eu perdi? – Falo com minha voz saindo um pouco fraca, meio desorientada, mas ainda não perdi a oportunidade de assustá-los e deixá-los desconfortáveis. 

— Na-Nada- Flávio fala se afastando de Janaína, que percebo está com uma cara pálida. 

— Janaína, se não me engano você iria nós falar alguma coisa, sabe… antes de tudo isso acontecer. – a pergunto 
— Ia, mas…- ela desvia o olhar que antes estava em mim, para o nada. Seus olhos azuis estão opacos, transmitindo toda a sua tristeza que sua boca não foi capaz de dizer.

— Mas… fala logo, você está me deixando nervoso – Flávio a interrompe, falando o que eu estava pensando. 

— Tá. Eu vou ser rápida.
— Por favor– Flávio dá mais um sinal

— Eu encontrei-o, eu encontrei o Pedro– Seus olhos se iluminam, não de felicidade ou de esperança, mas sim de tristeza. As lágrimas escorrem pela sua face abalada, as gotas caminham através dos sulcos profundos e tristes que marcam sua pele, derramando a sua dor aos poucos. Seu olhar era mais cinza, de uma palidez inexplicável. Sua expressão denunciava uma profunda tristeza.

Ela não precisou falar mais nada, já estava explícito o suficiente. Olho para o meu lado direito percebo que Flávio está com o olhar sem  vida, parecia ter se esvaziado de sua significância. Era como se esse acontecimento tivesse conseguido tomá-lo inteiramente, feito em pedaços incontáveis, como os mil e um neurônios que abrigavam sua mente profunda e sofisticada, comandando um corpo infrutífero, inútil e abandonado. Não consigo esboçar uma reação neste momento, por mais que estivesse triste, fico impressionada com a reação de Flávio. Óbvio que essa é uma reação esperada, já Pedro é seu melhor amigo, mas em todo esse tempo que eu tenho de amizade nunca o vi chorar, que chega até ser estranho. Tento os consolar e falar algumas palavras positivas, que desconfio que não serviram de nada.


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•Estamos chegando na reta final.😥

•O que vocês estão achando até aqui? 😁





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