Capítulo 13

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Quinze dias depois

Janaína:

Não conseguindo pegar no sono de jeito nenhum, saiu da barraca feminina, o céu está estrelado e rapidamente sinto o vento frio entrando em contato com minha pele que reage se arrepiando, decido dar uma volta pela ilha na esperança do sono aparecer, entro no caminho de arbustos que ficava em frente a barraca, vou seguindo reto, aproveitando para olhar à minha volta. Noto o verde denso das árvores, o movimento rápido dos pássaros, o canto das rãs, as moscas e outros insetos zumbindo pelas árvores, avisto também várias flores de diversas cores e consigo perceber algumas raízes que estão crescendo e no futuro se tornarão lindas árvores. Ao decorrer que estou caminhando vejo uma pedra no meio de um campo aberto, onde a lua era a atração principal, ela fazia questão de rivalizar com todos os astros, oferecendo um brilho exuberante, um cenário único, que apenas ela era capaz de mostrar com o seu encanto natural. Nunca tinha parado para analisar a lua ou o sol, não sou muito fã de astronomia, mas caramba. Me sento na pedra, observo de primeira o céu, percebo várias estrelas e peço a ele que me mande uma cadente. 

— Será que nunca mais vamos sair daqui?– pergunto ainda olhando para cima. — Esse que é o fim?– Por mais que fosse difícil não podia deixar de perder as minhas esperanças. Agora que estou sozinha não precisava mentir para ninguém, não precisava dizer que tudo estava bem, sendo que nada estava bem.

Droga Janaína! O que você tem na cabeça? Você acabou de perder alguém importante.

Como todos as outras vezes, minha mente faz questão de me lembrar como ele estava. Seus braços estavam em carne viva, nas articulações de ambos braços estavam aparecendo os ossos, tinham sangue por todo seu corpo, pele espalhada por onde ele estava, na sua barriga estava aberta, seus intestinos estavam para fora, no seu rosto estavam cheios de minhocas e moscas entrando e saindo, explorando cada parte do seu corpo. Quem quer que tenha feito isso queria causar um grande impacto. Sinto uma ânsia de vômito me tirando assim dos meus pensamentos. Me levanto da pedra e vou caminhando sem rumo, entro novamente dentro das matas, no mesmo instante ouço barulho dos insetos, quando mais eu entro mais sinistro fica e o nervosismo percorre por toda a extremidade do meu corpo. Avisto algo se mexendo dentro dos arbustos, não consigo ver o que era ou quem era, a única coisa que meus olhos conseguiram captar foi uma sombra preta pequena, fico um tempo analisando. Diferente dos filmes, eu não quis saber o que era, por que ninguém nunca se sabe e também o meu melhor amigo morreu e eu não posso arriscar. Olho mais uma vez para o arbusto ainda se mexendo, antes de dar as costas e seguir outro caminho. Volto para o campo aberto e todos aqueles maus pressentimentos vão embora, na minha frente previamente vejo outro vulto preto, assim como primeiro, ignorei. Dou mais ou menos três passos para frente quando sinto algo correndo atrás de mim, na minha direção. Viro a cabeça, mas não vi nada, acelero os passos, sempre olhando para trás. Saí do campo limpo, entro na mata, por alguns minutos me sinto segura, mas não dura por muito tempo. De repente tudo fica escuro, me debato contra a coisa que estava me puxando cada vez mais para perto de si mesmo, todas as minhas tentativas por pedir ajuda parecem inúteis ao tentar comparar as nossas forças, tento gritar mas nada parece funcionar. Em meia as essas tentativas consigo dá vários chutes nele, que pelo o toque e seu gemido de dor, suponho que seja a barriga. 

— SOCOOOORRO! – tento gritar, mas não servem de nada, ninguém pode me escutar. Eles se perdem no ar. 

Não posso perder a merda do foco, tenho que tentar sair daqui

Continuo me contorcendo em seus braços, em um desequilíbrio dele, consigo cair no chão, tento correr, porém estou com a visão coberta. Como já de se esperar ele consegue me pegar, agora ele parece mais furioso, ele enrola uma das mãos no meu cabelo e me arrasta pelo chão. A dor era insuportável, tinha certeza que a qualquer momento ele iria tirá-lo da minha cabeça. O silêncio que se estabelecia entre nós foi quebrado entre meus choros, meus gritos e uma tentativa de procurar alguma resposta que ele certamente não iria me dar. Já se faziam umas duas semanas que estávamos presos aqui, isso com certeza já era um inferno, mas também fazia muito tempo que não lavava o cabelo, além de muito sujo ele estava bastante oleoso, meu cabelo deslizou da mão dele, caiu no chão batendo a cabeça, ele não percebeu. Rapidamente tiro o pano me dando uma visão novamente, reunindo todas as minhas forças, corro sempre olhando para trás, tento contar com a minha sorte que nunca foi das melhores, peço olhando para o céu que ele tenha misericórdia de mim. Na minha frente vejo um tronco, me preparo para pulá-lo, bato meu pé no tronco e caiu gemendo de dor, sinto ele se aproximar, parando na minha frente ele olha no fundo dos meus olhos, percebi que ele usa uma máscara completamente preta, me dificultando reconhecê-lo, ele me puxa para seus braços, usando as poucas forças que ainda me restam dou um chute nos seus país de baixo, ele se ajoelha estremecendo de dor, aproveito esse tempo para despistá-lo, mas ele puxa o meu braço com toda a sua força. 

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