Jeon se pôs de pé no escritório da TaebaekTV com a porta fechada, as cortinas cerradas e usando um lenço ao redor do colarinho para impedir que a maquiagem sujasse a camisa.
Pegou sua sofisticada ferramenta de trabalho para a previsão do tempo: uma Magic 8 Bali, um desses brinquedos de criança que afirmam prever o futuro.
Não que isso o enchesse de orgulho, mas, no momento, era um homem desesperado o suficiente para fazer qualquer coisa a fim de manter o emprego.
— Vai chover amanhã? – perguntou para o artefato de plástico. Fechou os olhos, agitou a bola durante sete segundos, e abriu um olho para que pudesse vêr as letras no pequeno triângulo flutuante: "Sem Dúvida".
— Jung? – duas leves batidas na sua porta. — Está pronto?
Jungkook abriu a gaveta de cima da escrivaninha, atirou o artefato dentro e tornou a fechá-la. — Sim, entre Yoongi .
O diretor da emissora de TV abriu a porta e pôs a cabeça para dentro.
— Tem cinco minutos para entrar no ar.
— Deixe-me atualizar a previsão do tempo e estarei pronto.
Jungkook digitou: noventa por cento de possibilidade de chuva, e enviou o arquivo para a mesa de notícias. Seu estagiário, Joonho, já havia criado as imagens para a tela e escrevera o resumo do Serviço Nacional de Estudos Climáticos.
A rotina era sempre a mesma: ele pegava o que Joonho lhe fornecia, acrescentava os dados da Magic 8 Bali e falava a previsão do tempo na frente das câmeras.
Sentiu o estômago roncar; um lembrete do almoço que perdera e do rapaz que havia conhecido. O jovem frentista do posto de gasolina estava certo. Era evidente que ele não era de Taebaek. Parecia uma orquídea perdida no meio de um campo de ervas daninhas.
Mas havia alguma coisa nele... alguma coisa familiar; como se ele já o conhecesse.
Jungkook respirou fundo.
A rejeição dele o surpreendeu e o fez se sentir ainda mais desconfortável naquela cidade. Não seria fácil esquecer um homem como aquele.
Nos velhos tempos, era conhecido pelo mais belo sorriso e o cunhavam de "o mais lindo", todos os rótulos dado por mulheres e meninas, as quais ele não dava a mínima. Sendo que sua realidade e interesse, era completamente outra.
Porém, eram as meninas que chegavam até ele aos montes, impressionadas com seus ombros largos e com suas calças justas de jogador do Taebaek. Naquela ocasião, não entendia muito bem o magnetismo que exercia sobre o sexo feminino, já que não era muito de estar “atrás”de nenhuma delas. No seu entendimento, era apenas mais um jogador no campo, e talvez, por isso era claramente confundido com alguém que se limitava ao sexo feminino.
Na verdade, suspeitava de que seu sucesso era maior apenas por pertencer ao clã dos Jeons.
Jeon suspiros mais uma vez.
Não convidava alguém para sair havia muito tempo. E aquele rapaz era intrigante. Pretendia descobrir quem ele era e ver se mudaria de idéia a respeito de tomarem ao menos um café juntos. Ele era maravilhoso, sem dúvida nenhuma, com aqueles cabelos loiros que brilhavam ao sol, as pernas firmes e coxas grossas.
Sentiu o celular vibrar no bolso das calças e nem precisou olhar para o identificador para saber de quem se tratava. Desejou não responder, mas sabia que ela telefonaria para a emissora, e ele teria de dar explicações.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Vingança Antípoda
FanfictionNo passado, Park Jimin mal podia esperar para ir embora da cidadezinha que o fizera se sentir sem valor e desprezado. Agora, oito anos depois, e totalmente mudado, ele volta a Taebaek a fim de procurar uma locação ideal para um filme. É a oportunida...