Vingança Antípoda

Capítulo 17

— Chegou o fugitivo! —  Kyungmi olhou sarcasticamente para o irmão e foi para
a cozinha pegar salgadinhos.
— Não estou mais me escondendo. Todos já sabem quem eu sou.
— Verdade? Quem lançou a bomba?
— Jungkook.

Kyungmi ergueu as sobrancelhas e Jimin suspirou. Exceto pela dor que vira no
olhar de Jungkook, tudo o mais dera certo.

— Ei, o que você disse à mamãe hoje? — a irmã foi pegar um refrigerante na
geladeira. — Estava toda nervosa e ficava dizendo coisas sem sentido... algo sobre comida e amor.

— É complicado. —  ele alisou a toalha da mesa.— Aliás, quero saber por que você anda se escondendo.

— Não estou me escondendo de nada — Kyungmi  respondeu na defensiva, depois sentou-se no sofá e ligou a TV.

Jimin se levantou e parou na frente do aparelho, bloqueando a visão da irmã.

— Ei!

— Isso não responde à minha pergunta. Estou preocupado com você, Kyungmi.

— Desde quando? Desde que se mudou para Los Angeles e se esqueceu da minha existência? Desde que passou a maior parte dos seus dias tentando adquirir um corpo perfeito? Desde que voltou à cidade com um nome falso e não nos deixou contar a ninguém que estava aqui, como se nós fossemos um saco de lixo que você se esqueceu de jogar fora?

— Não é nada disso — volveu Jimin, exasperado.

— É, sim. — Kyungmi tomou um gole do refrigerante e pôs a lata sobre a mesa
ao lado.

— Por quê, Kyungmi? — Jimin abriu os braços, inconformado. — Na última vez em que a vi você estava namorando Lee Doug  e ia a festas toda sexta-feira.

— Doug me deu o fora e as festas de sexta-feira ficaram sem graça.

— Por quê?

— Deixe-me assistir o programa. — ela tentou desviar o corpo.

— Não! Não até que me conte o que aconteceu.

Kyungmi olhou para o irmão com desdém, mudou de lugar e aumentou o volume.

Os pais  entraram carregados de sacolas.

— Céus! Está um vento dos infernos lá fora. Acho que vai chover... Ah, temos visitas.

Jimin ficou surpreso com o olhar gelado da mãe. Era claro que a conversa que haviam tido não resolvera nada. Respirou fundo. Talvez fosse hora de voltar a Los Angeles.

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— Sr. Jeon?

A voz de Joonho do outro lado da porta fez Jungkook dar um pulo. Ele a abriu,
aborrecido e ao mesmo tempo contente pela distração. Desde o que acontecera no restaurante de Seokjin, tudo o que fazia era olhar as paredes.

— Sim, Joonho?

— Há uma grande tempestade a caminho. — Deixe-me conferir o Doppler...

—  Joonho! — ouviu-se a voz da secretária no interfone. — Telefonema na linha três. Sua mãe quer falar com você.

O estagiário corou antes de se apressar para atender, deixando Jungkook sozinho com o radar. Um momento depois,  pôs a cabeça no vão da porta.

— Sr. Jeon? Minha mãe precisa de mim em casa. Ela não consegue ligar o carro e eu tenho de levá-la para o trabalho. Tudo bem se eu sair mais cedo?