CAPÍTULO A.

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“O diabo é mentiroso, eu sou o cara, me chame de Conrad
Eu fui muito legal, triplique o preço, me pague o pacote todo
Esses filhos da puta estão me enganando, eu sou uma piada? Nunca mais!”

Hard Out Here — Raye.

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𝙇𝙔𝙎𝘼𝙉𝘿𝙀𝙍 𝘿𝘼𝙈𝙄𝘼𝙉𝙊𝙎

Seus batimentos cardíacos aceleraram e a respiração se tornou audível, ar frio tocava sua pele completamente nua sob o lençol branco, amontoado na altura do quadril, com severidade e o ato de acordar lhe fazia tomar consciência disso. Um bocejo alto escapou, enquanto sentava sobre o colchão. Suspirando, deixou que o rosto caísse sobre suas mãos e continuou assim, até que o despertador anunciasse a chegada das três da manhã.

O quarto decorado da maneira mais simples e prática possível, com apenas uma cama, cômoda e guarda roupa, era desprovido de fotos ou quinquilharias de valor afetivo — afinal as únicas lembranças existentes de sua família de sangue, estavam apenas em seu subconsciente.

Sete bem-cuidados pares de sapatos com um pote de graxa e uma escova, estavam enfileirados no canto do quarto, em uma prateleira suspensa.

O corpo grande com marcas do lençol e alguns arranhões recentes, reclamou quando saiu da cama, desligando o ar condicionado e partindo para o banheiro, logo depois. Um banho em água tão gelada que causava arrepios, o ajudou a despertar. Se aliviou, escovou os dentes e nem se preocupou em tirar a toalha amarrada ao quadril, ao gastar uma hora e meia se exercitando de barriga vazia — a despeito de um grande copo de água, em um dos quatro cômodos de seu pequeno apartamento.

Com um espaço simples onde poderia fazer barra, flexões, correr na esteira e levantar pesos, Lysander não se preocupava em pagar por uma academia. E muito menos em tomar café da manhã fora, tendo uma cozinha meticulosamente equipada com um esmero ímpar, que fazia com que todos os outros cômodos parecessem destoar daquele.

Suor escorria por suas costas torneadas e testa, o cabelo loiro escuro com corte militar estava bagunçado e o homem alto, com constituição forte e quase parruda, agora respirava em intervalos longos, os braços ardendo e pernas cruzadas para trás, num esforço para se concentrar em levantar o corpo até que a barra estivesse na altura de seu abdômen, que ostentava uma cicatriz de facada em seu lado esquerdo.

Estava acostumado a repetir as séries até que seu corpo falhasse e teria feito exatamente isso, não fosse o bipe de seu celular, avisando a chegada de uma mensagem. Com um exalar pesado, saltou em pé e pegou o aparelho do chão, secando as gotas salgadas em sua testa com as costas do antebraço.

[Número desconhecido]: 18 Paleon Patron Germanou. Às 06:00, entrar pelas portas principais. É preciso se apresentar em voz alta, antes de entrar.

Cicatrizes de Kallisto.Onde histórias criam vida. Descubra agora