CAPÍTULO ΙΕ.

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"Você precisa, você precisa de alguém?
Você está com medo do que está por vir?
Se você for embora, então quem será o próximo?"

Broken — Isak Danielson.

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Mais denso que a fumaça de uma floresta em chamas, o nervosismo preenchia cada polegada do carro, e podia sentir quase como uma sensação pesada de medo, vindo diretamente do advogado ao seu lado. As orbes azuis estavam sobre o celular de última geração, digitou as duas primeiras letras e imediatamente pôde ver o contato dela, salvo como "Menina".

— Tem certeza de que isso é o melhor a se fazer, querido? — Seu noivo tinha a voz baixa, como se alguém fosse os ouvir ali dentro.

— Sim, se eu não descobrir quem é o mandante, ele pode mandar mais desses caras. — Tocou no contato e escolheu iniciar uma ligação. Ainda se perguntava se não errara em contar ao outro sobre a tentativa de assassinato e deixá-lo ciente que não permitiria que o assunto fosse esquecido, diante da maneira com que apertava sua coxa, seus dedos quase perfurando sua pele. — Até mesmo atrás de você, aqui no prédio ou durante sua entrevista, então não tem discussão quanto a isso, Hansol.

Apenas aquela mera citação, tinha em Iason o poder de amargar-lhe a boca, produzindo um arrepio e flashes de um homem que no passado havia amado, sendo brutalmente torturado e tendo seu corpo violado como se houvesse feito algo para merecer aquilo. Aqueles gritos de mais pura dor e as lágrimas abundantes que corriam por seu rosto, ainda o perturbavam em alguns de seus pesadelos, se misturando ao rosto machucado e sem expressão de Zephyra.

Sadicamente, seu cérebro providenciava que quase todas as noites, a face da menina lhe visitasse em seus sonhos, primeiro como era antes do sequestro e após algus segundos a transfiguração sempre acontecia, com sua menina fazendo questão de lembrá-lo eternamente em meio a um pranto desesperado, de quem era a responsabilidade de que estivesse daquela forma.

— Porque me lembrou disso, já tinha conseguido esquecer. — Um suspiro alto escapou do mais baixo, enquanto esfregava as pálpebras, que avermelharam ao toque pesado. — Estou a ponto de sucumbir a vontade de desistir dessa tal entrevista, e se eu gaguejar pelo nervosismo, querido? E se não souber responder a alguma pergunta!?

— Você nunca gaguejou uma vez sequer em sua vida, sua mãe me contou que discutia até mesmo com seus professores... queria ter visto isso, inclusive. — Um sorriso torto apareceu a despeito do exalar pesado de quando conferia que a ligação havia caído na caixa postal, desligou o celular e encarou um Hansol de olhos fechados, expressão perturbada e lábios firmemente apertados.

— Acho que irei dizer que um dos meus clientes matou a avó narcisista em um surto psicótico e resolveu se declarar mentalmente incapaz... isso geralmente me faz ganhar uma semana ou duas. — Comentou aéreo, e era surpreendente que realmente estivesse cogitando aquilo, surpreendentemente engraçado. — Ou que... não, isso não cola mais.

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