Como primogênita da Família Laskaris, Zephyra nasceu com seu destino já traçado, crescer sendo ensinada sobre seu papel de futura esposa, de um dos aliados da Organização. Porém, anos após um sequestro que resultou em sua destruição, Zephyra, agora...
"Você precisa, você precisa de alguém? Você está com medo do que está por vir? Se você for embora, então quem será o próximo?"
Broken — Isak Danielson.
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Mais denso que a fumaça de uma floresta em chamas, o nervosismo preenchia cada polegada do carro, e podia sentir quase como uma sensação pesada de medo, vindo diretamente do advogado ao seu lado. As orbes azuis estavam sobre o celular de última geração, digitou as duas primeiras letras e imediatamente pôde ver o contato dela, salvo como "Menina".
— Tem certeza de que isso é o melhor a se fazer, querido? — Seu noivo tinha a voz baixa, como se alguém fosse os ouvir ali dentro.
— Sim, se eu não descobrir quem é o mandante, ele pode mandar mais desses caras. — Tocou no contato e escolheu iniciar uma ligação. Ainda se perguntava se não errara em contar ao outro sobre a tentativa de assassinato e deixá-lo ciente que não permitiria que o assunto fosse esquecido, diante da maneira com que apertava sua coxa, seus dedos quase perfurando sua pele. — Até mesmo atrás de você, aqui no prédio ou durante sua entrevista, então não tem discussão quanto a isso, Hansol.
Apenas aquela mera citação, tinha em Iason o poder de amargar-lhe a boca, produzindo um arrepio e flashes de um homem que no passado havia amado, sendo brutalmente torturado e tendo seu corpo violado como se houvesse feito algo para merecer aquilo. Aqueles gritos de mais pura dor e as lágrimas abundantes que corriam por seu rosto, ainda o perturbavam em alguns de seus pesadelos, se misturando ao rosto machucado e sem expressão de Zephyra.
Sadicamente, seu cérebro providenciava que quase todas as noites, a face da menina lhe visitasse em seus sonhos, primeiro como era antes do sequestro e após algus segundos a transfiguração sempre acontecia, com sua menina fazendo questão de lembrá-lo eternamente em meio a um pranto desesperado, de quem era a responsabilidade de que estivesse daquela forma.
— Porque me lembrou disso, já tinha conseguido esquecer. — Um suspiro alto escapou do mais baixo, enquanto esfregava as pálpebras, que avermelharam ao toque pesado. — Estou a ponto de sucumbir a vontade de desistir dessa tal entrevista, e se eu gaguejar pelo nervosismo, querido? E se não souber responder a alguma pergunta!?
— Você nunca gaguejou uma vez sequer em sua vida, sua mãe me contou que discutia até mesmo com seus professores... queria ter visto isso, inclusive. — Um sorriso torto apareceu a despeito do exalar pesado de quando conferia que a ligação havia caído na caixa postal, desligou o celular e encarou um Hansol de olhos fechados, expressão perturbada e lábios firmemente apertados.
— Acho que irei dizer que um dos meus clientes matou a avó narcisista em um surto psicótico e resolveu se declarar mentalmente incapaz... isso geralmente me faz ganhar uma semana ou duas. — Comentou aéreo, e era surpreendente que realmente estivesse cogitando aquilo, surpreendentemente engraçado. — Ou que... não, isso não cola mais.