CAPÍTULO ΙΓ.

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"Eu estou sozinha à meia-noite
Tenho tentado muito não entrar em problemas, mas eu
Eu tenho uma guerra em minha mente"

Ride — Lana Del Rey.

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O toque repetitivo e afiado dos saltos de cor preta com chamas de metal douradas na parte frontal, que facilmente lhe conferiam alguns bons centímetros, contra o chão de compósito, retumbou pelo espaço amplo do jato particular, quando caminhou pela passarela que dividia seu assento do assento de seu guarda-costas.

O encontrou lendo um jornal enquanto mastigava um pedaço de um morango com chocolate, a mão à frente da boca e um cenho loiro franzido. Os olhos âmbar estalaram em sua direção, quando a morena estacou frente a ele, colocando o cabelo que caia sobre seu ombro para trás, enquanto indicava que devia pegar a pasta que tinha em sua mão.

Com um olhar para a pasta de cor preta, Lysander soltou o jornal e a pegou. Não poderia estar mais estressada, após ter sido obrigada a permitir que seus pais lhe obrigassem a servir de cobaia, e ainda mais por saber o que ainda teria que fazer, então se permitiu quebrar o "protocolo", pegando a gelada garrafa de cristal com arabescos e se servindo de um pouco de Ouzo.

Se sentando frente a ele e juntando as pernas sob seu longo vestido vermelho e a mesa que os separava, enquanto encarava sem muita atenção as nuvens e o loiro examinava o documento em silêncio, se perguntou o que aconteceria se cedesse a vontade de se jogar dali de cima, sem um paraquedas.

Com certeza, algo melhor do que tudo aquilo que já vem me acontecendo.

Seu cérebro estava trabalhando, comparando rotas e planejando escapatórias a mil por hora, mas quando o piloto anunciou que haviam saído da Grécia e estavam sobrevoando o Mar Jônico, era como se, apesar do pensamento acelerado e de um maldito aperto no peito — do qual a mais simples existência considerava humilhante, uma parte daquele imenso peso que a sufocava, saísse de sobre suas costas.

— Vamos usar máscaras, novamente? — A questão era retórica e o percebeu quando o mais alto fez uma careta decepcionada, tocando o próprio queixo. — Meu rosto é bonito demais para o esconder, senhora.

— Se prefere que alguém faça um depoimento e o descreva, por ser o único sem uma, fique sem. — Disparou em um tom seco e hostil, e o homem levantou as sobrancelhas. Se era obrigada a suportar uma vagabunda cobrindo sua pele com maquiagem para esconder o quanto era defeituosa, que Lysander também passasse pelo mesmo. — E se quiser ter serventia, é melhor que não me faça perder meu tempo.

— Ser conhecido internacionalmente por ser bonito? — Sorriu torto, dando de ombros, nem um pouco afetado por sua fala defensiva. — É realmente tentador, senhora. Mas visando o bem do trabalho, deixarei para uma próxima oportunidade.

Cicatrizes de Kallisto.Onde histórias criam vida. Descubra agora