CAPÍTULO Θ.

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“Eles me chamam de gângster do amor
E me amar pode ser perigoso”

Gangster Of Love — Aiyana-Lee.

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O azul de seus olhos era rapidamente ofuscado pelo crescimento das pupilas, ao se postarem sobre aquele homem magro, com o liso cabelo preto bem penteado com auxílio de gel e o terno de cor cinza perfeitamente alinhado, sem um fiapo solto sequer ou uma costura fora do lugar.

Sorriu e balançou a cabeça ao perceber que alguém levaria trabalho para o seu horário de almoço, nem tanto uma surpresa, já que aquela pasta preta em sua mão direita era praticamente como uma extensão dele.

Desceu a atenção rapidamente para o próprio colo e passou o lenço branco que assim como o anel em seu dedo mínimo, tinha o brasão da Família bordado, pelo vidro do relógio prateado, para limpar todo o sangue que havia respingado antes que se secasse.

Quando o brilho translúcido se restaurou, enrolou o lenço de forma que a mancha não aparecesse e o colocou no porta-luvas, atrás de uma caixa de óculos e uma caixa com cartuchos.

Por alguns segundos, encostou o cotovelo sobre a porta e se permitiu admirar como o rosto de Hansol adotava uma expressão de confusão ainda mais profunda, suas sobrancelhas franzidas e mandíbula apertada, enquanto seus olhos de meia-lua corriam por todos os lados da rua, para o relógio e então novamente para os lados, o óculos de leitura escorregando pela ponte do nariz, a procura do carro que já estava à uma distância de alguns passos.

Esperou pacientemente até que estivesse olhando para o celular e batendo um dedo contra a tela, a ponto de lhe mandar uma mensagem com três pontos de exclamação e dois de interrogação, para descer do carro. Ajustando o terno ao corpo, os olhos percorrendo cada pessoa ao redor enquanto abotoava os dois botões do terno, se aproximou do greco-coreano por suas costas, bem a tempo de seu celular começar a vibrar contra seu peito, emitindo um som agudo.

Hansol quase deu um pulo, mas ao invés disso, se virou empertigado com uma careta assustada, desligou o celular e o enfiou no bolso de sua calça cinza, umedecendo os lábios e exalando pesado pelas narinas.

Não recebeu o beijo rápido e casto de quando se reencontravam, apenas uma carranca.

Decepcionante.

— Quarenta e cinco minutos de atraso e nenhum aviso, Iason. Quarenta. E cinco. Minutos! — Os olhos de meia lua se semi-cerraram. Era ainda mais lindo, tão bravo daquela forma. Tanto que precisava se segurar para não sorrir de canto e umedecer os lábios de forma sugestiva. — Espero que tenha uma boa desculpa, meu senhor, ou irei até a prova, sozinho.

— Realmente quer saber?

Não gostava da ideia de fazer seu noivo perder o apetite, ainda mais em um momento tão importante, mas se Hansol queria, não seria ele a lhe negar.

Cicatrizes de Kallisto.Onde histórias criam vida. Descubra agora