"Bandi, bandi, bandi, bandi
Bandido da luz vermelha
Lençol vermelho igual sangue
Morte na ponta da caneta
E a cada passo, sem deixar rastro
Uma conquista, uma cabeça
Tinta vermelha igual sangue
Bandido da luz vermelha"Bandido da Luz Vermelha — Kant, Nog.
• 𝙇𝙔𝙎𝘼𝙉𝘿𝙀𝙍 𝘿𝘼𝙈𝙄𝘼𝙉𝙊𝙎 •
Moveu os olhos injetados pela espaçosa sala que se encontrava fria ao ponto de causar arrepios e trazer palavrões aos lábios ressecados, lhe irritando o fato de que a iluminação ali estava tão baixa que, em seu atual estado de desassossego, era como se estivesse praticamente cego.
Ao menos não negaria, que a escuridão ajudava a aplacar sua enxaqueca.
Umedeceu os lábios, sua cabeça latejava de uma maneira que tornava quase impossível não se distrair com as coisas ao seu redor, ainda assim mantinha total atenção sobre aquele que estava amarrado pelos pulsos à cadeira, alguns metros a frente, perto da parede, onde tempos antes havia assistido a morena arrancar o coração de um refém, como se nada fosse.
Achou que aconteceria o mesmo com seu refém, porém qual não fora sua surpresa, ao ser mandado que tirasse o homem de onde estava suspenso no teto e o prendesse a cadeira.
Surpreendente e levemente desapontador, visto que seria no mínimo interessante, outro show como aquele.
Não negaria que fora mais que impressionante, e por mais que seus próprios métodos fossem menos sofisticados ou demorados, iria aproveitar cada segundo confiado a si, para lhe tirar as informações que sua chefe achava serem necessárias, ainda assim, não poderia começar, por uma ordem expressa de Zephyra.
Não tinha certeza do porque, mas ela apenas lhe dissera que deveria permanecer quieto até que fosse a hora. Então, enquanto permanecia sentada em uma posição privilegiada onde poderia analisar seus atos, balançando minimamente uma das pernas, que estava cruzada sobre a outra, o loiro suspirou e se colocou com o quadril apoiado na mesa, onde vários papéis lutavam para se sobressair aos outros, em uma bagunça generalizada.
Se seu local de trabalho realmente era um reflexo do estado de sua mente, que Deus tivesse misericórdia da de Zephyra.
O cilindro entre seus dedos de nós machucados, foi levado até os lábios finos com um pesar teimoso. Deu uma tragada lenta enquanto piscava devagar repetidamente, inclinando a cabeça para mentalizar com clareza o que faria com o alvo de seu interrogatório, e de sua mágoa.
A fumaça escapou por suas narinas dilatadas, ao tempo que baixava as pupilas dilatadas para encarar seu cigarro, mais uma vez cogitando jogá-lo no lixo, e por consequência cogitando visitar um médico, logo depois travando a mandíbula ao fechar firmemente os olhos.
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Cicatrizes de Kallisto.
RomansaComo primogênita da Família Laskaris, Zephyra nasceu com seu destino já traçado, crescer sendo ensinada sobre seu papel de futura esposa, de um dos aliados da Organização. Porém, anos após um sequestro que resultou em sua destruição, Zephyra, agora...