CAPÍTULO Ι.

26 4 0
                                    

“Reze toda vez que você me ver
Eu desfaço suas crenças
Estou arruinando seu dia com meu rosto pálido e morto
E não me importo se você tá puto”

грустная сука/Sad Bitch — IC3PEAK.

• 𝙕𝙀𝙋𝙃𝙔𝙍𝘼 𝘼𝙀𝙇𝙇𝘼 𝙆𝘼𝙇𝙇𝙄𝙎𝙏𝙊 𝙇𝘼𝙎𝙆𝘼𝙍𝙄𝙎 •

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

𝙕𝙀𝙋𝙃𝙔𝙍𝘼 𝘼𝙀𝙇𝙇𝘼 𝙆𝘼𝙇𝙇𝙄𝙎𝙏𝙊 𝙇𝘼𝙎𝙆𝘼𝙍𝙄𝙎

Para alguém que estava experimentando o pior de uma insônia insistente, que sentia sua pele queimar e a boca seca como se estivesse em um deserto, uma simples e gorda gota de suor escorrendo por sua têmpora, era como o som torturante de unhas afiadas contra um quadro negro, arranhando lentamente, produzindo um som que arrepiava até mesmo sua medula.

Um barulho agudo e estridente, contínuo, que a fazia balançar um dos pés, apertar ainda mais a mandíbula cerrada, e sentir seu dedo indicador tremer na antecipação do aperto no gatilho e no ar a sua frente sendo pintado de vermelho.

Precisou colocar mais força na inspiração, pois por todo o tempo que passara naquela posição de bruços, seu peito estava sendo pressionado contra o piso, quase como em um esmagamento. E o que mais lhe deixava irritadiça não eram os pássaros grasnando incansáveis ou as pequenas pedras ferindo sua pele, mas não ter nem sinal de que seu atrasado alvo estava chegando.

Expirou pela boca de maneira audível, engoliu em seco e piscou algumas vezes, ajeitou o corpo pela milésima vez, os cotovelos cobertos apenas pelo algodão de seu moletom doeram, e por um momento, seu olho tremeu como se a direção para que iria olhar, não fosse controlado por ela.

Umedeceu os lábios secos e não resistiu a mastigar o inferior nervosamente, uma inspiração incerta e pesada sendo puxada, antes que em um movimento rápido, tirasse suas mãos de sobre o fuzil de precisão de cor preta e se sentasse no chão quente e duro com um pulo.

Maldição! Cacete!

Grunhiu e bateu as palmas das mãos contra as laterais de sua cabeça por três vezes, torcendo para que aquelas pancadas doloridas, fossem amenizar o efeito de três noites sem dormir e uma irritabilidade além do que conseguia controlar.

Mas perante um costume físico que reduzia as pancadas a sensações de simples toques, não havia alívio para o que realmente a perturbava, como um rato em uma roda ou uma criança em um labirinto, sempre tentava escapar, mas nunca saia do lugar.

Vergonhosamente estacada e sozinha.

O que mais lhe enlouquecia era sempre ter a mesma alucinação, o mesmo medo, o mesmo receio se tornando realidade, a mesma saudade, a mesma culpa, a mesma necessidade de encontrar um jeito de extravasar colocando sua dor em outra pessoa, causando em outro, o que tanto já haviam lhe causado.

Cicatrizes de Kallisto.Onde histórias criam vida. Descubra agora