A new Chance for Love - Ferlane

Quatro

Alane Dias

-Eu não quero saber, Raquele. Eu exijo que você faça o que eu mandei para amanhã mesmo. - Fernanda gritava irritada e eu não sabia se devia ou não entrar em seu escritório - Caralho, Raquele. Eu já disse ou faz o que eu mandei, ou de adeus ao seu emprego. Tchau.

Eu estava realmente assustada com a brutalidade de Fernanda, essa falta de educação, esse jeito mimado. Eu odiava Fernanda por completo, não havia nada que era possivel salvar nela. Após notar que ela havia desligado o telefone, já que estava tudo em silêncio, resolvi bater na porta. Ela respondeu com um simples "entra" e assim eu fiz.

- Licença - Eu pedi antes de entrar. Mesmo que Fernanda fosse insuportável eu ainda me lembrava de ser educada.

-Ah, é você.- Ela deu de ombros.

Revirei os olhos e recebi um olhar reprovador de Fernanda que foi ignorado.

- Laura está com febre, não está se sentindo muito bem.

- E por um acaso eu estou com cara de babá?

- Não. Você está com cara de mãe mesmo, e se eu não me engano é a mãe que deve cuidar da filha.

-Eu não tenho tempo para isso - Ela disse rispida.

-Ah, claro. Desculpe. Você só tem tempo para si mesma.- Eu disse sarcastica.

- Errado. Eu só tenho tempo para o que me interessa.

-E sua filha não lhe interessa?

- Há coisas mais importantes.

- Porra, Fernanda! Qual é o teu problema? - Gritei, perdendo o pingo de paciência que faltava - Para de descontar as suas frustrações e problemas em sua filha, ela não tem nada a ver com isso.

-Quem você pensa que é para falar assim comigo, garota?- Ela gritou.

-Penso que sou alguém melhor que você, com certeza

-Sabe, Alane Dias, eu estou completamente exausta de suas criancices e dessa coragem ridícula que você tem para me encarar dessa forma. Amanhã mesmo você pode pegar suas coisas e sair da minha casa. Essas duas semanas que você ficou aqui serviram para me mostrar que você é completamente incompetente. - Fernanda mantinha seu tom de voz.

-Ah, claro. Eu sou a incompetente, né? Sou eu que não estou me importando com a minha própria filha. Sou que sou uma mãe horrível. Eu que não estou sabendo separar os meus problemas e frustrações da minha própria filha. Sou eu, não é mesmo Fernanda Bande? Rainha do mundo, mimadinha. Eu não duvido que você abandone sua filho por ai, já que nem atenção você dá para a Lala. - Eu gritei também. Já estava completamente fora de mim, a raiva que eu sentia estava sendo jogada contra a causadora.

A garota me olhou por alguns segundos, comprimindo os lábios, seus olhos se encheram de lágrimas assim como os meus. Brigas sempre me faziam chorar, aliás, eu chorava por tudo e principalmente quando eu ficava nervosa. A única coisa que eu pude sentir em seguida, foi o forte tapa que Fernanda deu em meu rosto tão forte que me fez cair no chão.

-Eu cansei de suas rebeldias, Dias. Saia da minha casa agora!

Eu apenas me levantei já sentindo as lágrimas caindo.

- Você é quase um monstro, Fernanda Bande. - Eu disse com a voz falha. Eu esperava tudo de Fernanda, menos uma agressão. Eu não sairia daquela casa, não hoje. Laura não estava bem e alguém tinha que cuidar dela. Então apenas sai do escritório de Fernanda e fui para o quarto da pequena que estava com Maria.

A mais velha ao me ver, me olhou com um olhar reprovador e eu sabia o que aquilo queria dizer. Eu não queria que aquela nossa discussão fosse escutada por outras pessoas, mas eu não consegui me controlar, eu estava cansada da Bande.