onze

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Alane Dias

Lá estava eu, lembrando pela milésima vez a noite anterior, o que Fernanda havia feito? Eu me belisquei umas três vezes depois para ter certeza de que tudo não tinha sido um sonho... Mas tinha sido mais real do que eu imaginava.

Suspirei, sentindo a água cair por meu corpo. Involuntariamente eu pensava como seria se fosse as mãos de Fernanda fazendo o mesmo trabalho que a água fazia: passear por meu corpo. Ou até mesmo, sua boca. Alane, você está completamente maluca.

Balancei a cabeça negativamente e fechei o chuveiro. Virei-me e quase morri ao ver Fernanda me observando. O que ela estava fazendo aqui?

- Estava pensando em mim, Alane? — Perguntou com aquele típico sorriso filho da puta nos lábios. Eu não sei qual é seu jogo comigo, mas eu te mato, Bande.

- E você, estava babando enquanto observava meu corpo, Fernanda? - Respondi rapidamente e ela pareceu surpresa. Seria um ponto para mim?

- Não, na verdade eu estava pensando... Sobre ontem. - Respondo sua pergunta e Ela se aproxima de mim. Eu já havia saído do box.

- Você é muito gostosa, Alane. - Engoli seco, enquanto a encarava. Fernanda não sairia por cima outra vez, não mesmo.

-Eu sei, Bande. E pode ter certeza que essa gostosura toda não é para você. - Sorri, pegando minha toalha e a enrolando em meu corpo, enquanto ela ficava séria. Pisquei para ela e sai, mas antes dei um tapa em seu bumbum.

Pensei que ela iria me puxar e fazer algo, já que isso seria bem típico de Fernanda Bande, mas ela apena sussurrou um "veremos, Alane", me fazendo rir.

Fernanda andava de um lado para o outro enquanto discutia com alguém no telefone, ela estava nervosa. Eu podia jurar que saía fumaça de seu nariz.

Laura estava com toda sua atenção voltada ao filme da Barbie. Ela era completamente apaixonada pela Barbie, tendo uma coleção completa que vinha desde a época de Fernanda, e era seu xodó.

Encostei minha cabeça no sofá e fechei os olhos, eu estava exausta, o dia havia sido corrido. Lala não me largou por um segundo, brinquei com ela em todos os cantos da casa e ainda demos um mergulho na piscina. A menina estava completamente eufórica, cheia de energia mais do que o normal.

Após alguns minutos divagando, Fernanda me trouxe a realidade enquanto conversava com Laura. Abri os olhos, e as observei.

- Laura, está na hora de você ir dormir. Já está tarde.

- Mas, mamãe, eu quero terminar de assistir Barbie! Ela fez bico, me fazendo rir.

- Laura, por favor! - Fernanda não estava para brincadeira, imediatamente já comecei a me preparar para subir para meu quarto antes que sobrasse para mim.

Levantei-me para subir com Laura, mas Fernanda me chamou.

- Alane, fique mais um pouco, por favor. — Sua voz agora estava mais calma. Ela voltou a olhar para Laura que subiu correndo para o andar de cima.

Ela foi até a cozinha e eu me sentei no sofá, esperando qual era a bomba que estava por vir. Após alguns minutos ela voltou e se sentou do meu lado.

-Então? - Perguntei rapidamente. Minha curiosidade já estava me incomodando.

- Estou com alguns problemas com minha acessora. Ultimamente estão falando muito de meus relacionamentos e rolos. Falam que eu sempre estou com uma pessoa diferente e blá, blá, blá. - Revirou os olhos antes de continuar - Então querem que eu arranje uma namorada, mas eu não tempo e nem vontade para isso. Não vou perder meu tempo com uma pessoa só, se posso ter várias. Então pensei, você mora aqui, ninguém sabe que você é babá da Laura, então... - A interrompi, já entendendo onde ela queria chegar.

-Então, pensou que eu poderia ser sua namorada de fachada. - Conclui.

- Exatamente. O que acha? Você quer ser minha namorada?

- Não quero holofotes. E muito menos fama de chifruda.

– Você vai ganhar por isso, Alane.

-As coisas não se resumem em dinheiro, Fernanda.

- Por favor.

- Não quero ser a mais famosa chifruda do mundo.

-Eu não vou sair pegando meio mundo enquanto "estiver com você".

-Quem garante?

-Não confia na minha palavra?

- Sinceramente? Não costumo confiar fácil nas pessoas.

-Assim você me ofende, Lane. - Ela colocou a mão no peito com uma falsa cara de ofendida, me fazendo revirar os olhos - Adoro quando você revira os olhos - Ela riu.

-Adoro quando você cala a boca - Respondo rápido, sorrindo cinicamente.

- Adoraria que você calasse, mas não sei se com um beijo.- Ela mordeu os lábios. A única vontade que eu tinha naquele momento era de matar ela.

- Prefere um soco então?

- Você sabe o que eu prefiro, Alane.

- Não, Fernanda, eu não sei. E, sinceramente, prefiro continuar sem saber. - Levantei-me, antes que eu desse uns tapas em Fernanda ali mesmo. Fui andando em direção a escada, mas a coisa mais irritante do mundo me puxou.

- Você não me respondeu.

- E nem pretendo - Sorri e me soltei, saindo dali. Ah, se Fernanda tivesse uma faca ali, eu provavelmente não estaria viva agora.

Mas, pensando bem, a proposta de Fernanda poderia não ser tão ruim assim. Ou era?

A new Chance for Love - Ferlane Onde histórias criam vida. Descubra agora