Vinte e Oito

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Alane Dias

Acordei assustada com um trovão, fitei o relógio e era quase 03:30 da manhã. Ótimo, o tempo resolveu mudar e provavelmente agora terá uma tempestade e o que eu vou fazer?

Encolhi-me na cama ao ouvir mais um trovão. Respira, Alane. Vamos, 1, 2, 3... Mais um trovão puta que pariu!

Dei um pulo da cama e corri para fora do meu quarto, quando dei por mim, já estava abrindo a porta do quarto de Fernanda desesperada e mais um trovão me fazia pular de susto. Fernanda estava sentada na cama com o abajur ligado e pareceu não se assustar comigo ali.

- Acordei com um trovão, como já sabia que você viria fiquei te esperando. - Ela bateu a mão no colchão - Vem.

Apenas assenti e corri para a cama quando mais um trovão deu sinal de vida, puxei as cobertas e me cobri até a cabeça, ouvi o barulho da risada de Fernanda e me encolhi mais. Droga, o que eu estava fazendo aqui?

Fernanda se deitou e logo senti seus braços me envolverem, ela me puxou para mais perto dela e tirou a coberta do meu rosto. Ela arrumou meu cabelo e beijou minha testa.

- Vou cuidar de você. Eu estou aqui.

- Obrigada - Sussurrei. Sentindo meu coração se acalmar com a paz que ela me passava. Era tão bom sentir seu cheirinho de novo, fechei os olhos aproveitando o momento.

- Alane?

- sim?

- Preciso te falar algumas coisas. Você pode só ouvir se quiser, mas eu preciso falar, desabafar...

-Tudo bem...

– Certo. Bem, primeiramente eu queria dizer que esse mês que eu passei sem você do meu lado foi extremamente torturante. Te ver todos os dias no café da manhã toda linda de pijama, com aquela carinha de sono. - não a olhei, mas jurava que ela estava sorrindo - Quando você saia com as meninas, eu sentia tanto medo você conhecer alguém e acabar gostando dessa outra pessoa e eu espero que isso não tenha acontecido, apesar de saber que você conversa bastante com a Bianca. Tinha medo de que você não tivesse sentido minha falta, mas aí ouvi você conversando com a Laura e todo meu medo foi embora. - Suspirei, lembrando-me do dia.

Flashback ativado

- Mamãe? - Laura entrou no meu quarto.

-Sim, meu amor? - Olhei-a.

- Posso te fazer uma pergunta? Você promete ser sincera?

- Sim e sim. - Respondi e sentei-me na cama puxando-a para o meu colo. Ela olhou-me nos olhos.

- Você ainda ama a mamãe Fernanda? - Ela falou e eu quase engasguet com a minha própria saliva - Não pode mentir, mamãe.

- Sim, Lala. Eu ainda amo sua mamãe. Suspirei-Eu não queria, mas eu ainda a amo. E pequena, infelizmente, no coração gente não manda... - Abaixei a cabeça e senti seus bracinhos envolverem meu pescoço. Abracei-a forte.

Flashback desativado

- Tinha medo de nunca mais sentir o gosto do seu beijo, tinha medo de você ir embora e eu não te ver mais. Mas, no fundo, eu sabia que ainda era recíproco tudo o que eu sentia. Porque quando você me olhava eu ainda via seus olhinhos apaixonados, brilhantes.

- Eu tenho medo, Nanda... - Finalmente disse.

- Medo de que, meu amor?

- Do seu ciúmes. Sabemos que ciúmes é bom, mas quando se torna exagerado demais pode acabar desgastando nosso relacionamento. Lembra da nossa briga por causa do Ed? Ou a briga por causa da Bianca?

Flashback ativado

Van me deixou em frente à casa da Fernanda Eu não estava muito bem, então os seguranças me levaram até a porta, a partir dali eu acho que eu conseguiria ficar de boa. O relógio marcava quase 5 da manhã, eu estava exausta.

Depois de muito custo eu abrí a porta da sala devagar. O dia estava amanhecendo, e eu não via a hora de cair na minha cama. Mas toda a minha paz foi embora quando eu ouvi a voz do meu maior pesadelo.

- Alane Dias, que porra de foto é essa? - Fernanda estava sentada novamente em sua poltrona.

Revirei os olhos, preparando-me para mais uma briga. E lá vamos nós outra vez!

- O que você quer, Fernanda? - Perguntei e sentei-me no sofá que ficava na sua frente - Quer brigar? Então vamos brigar - Eu certamente estava falando enrolado.

- Você bebeu, Dias?

— Sim, mamãe, eu bebi. Algum problema? Vai me deixar de castigo? Ou devo te lembrar que você não tem nada a ver com a minha vida e eu já sou maior de idade!

-A única coisa que eu quero saber, é o que significa isso - Ela mostrou a foto que estava em seu celular.Eu e Bianca estávamos nos beijando. Eu não sabia quem havia mandado aquilo para ela, mas já agradecia imensamente.

- Isso é um beijo de língua, um beijo muito bom por sinal. Se você soubesse o que essa mesma lingua foi capaz de fazer... - Mordi meu lábio e gargalhei com a cara de Fernanda. Ela estava muito puta.

-Está achando graça, Alane?

-Estou, Fernanda. Estou achando isso muito engraçado, aliás.

Ela revirou os olhos e continuou me encarando.

- Quem me mandou isso?

- Eu vou saber? Eu não fazia a mínima ideia da existência dessa foto até você me mostrar.

- Certo. - Ela suspirou.

- Acabamos o interrogatório? Ótimo. Boa notte. - Levantei-me do sofá e fui para o meu quarto - Com dificuldade para subir as escadas, mas fui. Estava exausta, de tudo

Flashback desativado

-Eu prometo que vou tentar melhorar, Lane. Só não posso ficar sem você, é muita tortura. Eu não quero mais isso. Eu te amo. - Ela disse afobada.

- Calma - Olhei-a e acariciei seu rosto - Olha, eu vou te dar mais uma chance. Uma chance, apenas. Não me decepcione outra vez Fernanda, por favor.

-Não vou, nunca mais! - Ela sorriu e me puxou para um beijo. Ah, como eu amava aquele beijo.

Senti suas mão descer até minha bunda, ela o apertou e eu mordi seu lábio. Ela subiu as mãos e levantou meu babydoll junto, causando arrepios pelo meu corpo inteiro. Senti ela descer os beijos até meu pescoço e depositar um leve chupão ali, mordi meu lábio e levei minha mão até seu seio.

- Mamãe? - Ouvimos a voz de Melanie e nos afastamos rapidamente - Mamãe Carol?

-O que foi, meu amor? - Perguntamos juntas e nos olhamos sorrindo.

-Tive um pesadelo, posso dormir com vocês?

-Claro, meu anjo.- Eu disse e ela correu até a cama, peguei-a e a coloquei entre nós.

- Porque você está aqui mamãe Alane? Vocês voltaram?

- Sim, filha― Fernanda disse e ela sorriu.

-Ai meu Deus! Eu estou tão feliz! É o melhor dia da minha vida! - Ela se deitou e nós nos deitamos também, abraçando-a. Ela fechou os olhinhos e falou baixinho - Eu amo vocês, mamães!

- Nós também te amamos, Lala - Fernanda disse.

-Muito!- Completei

Nos abraçamos e logo nós três pegamos no sono. Finalmente eu me sentia completa.

A new Chance for Love - Ferlane Onde histórias criam vida. Descubra agora