Escolhas

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À medida que a noite caía, eu contemplava a rua pela janela do nosso quarto. Jimin estava descontente pelo fato de eu ainda estar noivo de Ji Eun, embora ele negasse. Podia perceber isso em seu olhar e até em sua respiração pesada, enquanto o via empilhar vários livros didáticos em nossa pequena estante. Aproximei-me lentamente e o abracei por trás, sentindo sua suave fragrância.

- Perdoe-me por minha insegurança. Só não desejo ferir as pessoas.

- Mas você está se ferindo, e isso é insensato. Não estou sugerindo pressa, mas também não pode se ocultar indefinidamente. Compreende? - explicou Jimin.

- Compreendo. Tenho refletido muito sobre isso e creio que, na primeira oportunidade, irei me assumir e romper o noivado de uma maneira que não magoe tanto Ji Eun. - Em um breve momento, o silêncio pairava entre nós, enquanto o tinha em meus braços. - Podes voltar a ser o meu Jimin feliz que me faz rir e corar o tempo todo?

Jimin virava-se para mim, mantendo um contato visual que me inebriava, sua voz sussurrava em meu ouvido, fazendo com que todos os meus pelos se arrepiassem. Sinto-me em um momento mágico. "Eu sempre serei o seu Jimin", aquelas palavras ditas enchiam-me de felicidade, sorrio como um completo bobo e sei que devo estar vermelho como um tomate.

- Amo-te, Park Jimin - meu coração batia freneticamente, apesar de alguns meses como namorados, ainda nos sentimos no pico da paixão ardente.

- Amo-te, Jeon, és único. - Não consigo evitar de beijá-lo naquele mesmo instante.

Minhas mãos contornavam suas curvas, enquanto tiravamos nossas vestes de maneira apressada, deixando-as espalhadas pelo chão até alcançarmos a cama. Jimin me satisfazia de forma tão completa que arrancava suspiros ligeiramente necessitados.

Afundava minha mão em seus cabelos, enquanto ele se ajoelhava diante de mim. Ele sempre me conduzia ao ápice da loucura, deixando-me anestesiado com seu toque, sua boca em minha intimidade e suas pequenas mãos em minha cintura. Tudo era tão intenso que eu não conseguia evitar desmoronar por completo em seus braços, já que Jimin não se importava em beber da minha porção.

Sinto a profunda necessidade de fazer com que Jimin alcance o ápice do prazer em nossos jogos na cama, porém, desta vez, não fui tão delicado como nas noites anteriores. Desejo que ele experimente novas emoções, as mais ardentes possíveis. Beijo-o com fervor, descendo com intensidade até seu pescoço, deixando rastros avermelhados. Seus gemidos se intensificam a cada toque, e ao alcançar sua intimidade, encontro-a úmida o suficiente para saborear o gosto que tanto anseio.

Sua voz abafada ao pronunciar meu nome aumenta ainda mais a temperatura da atmosfera, quase a ponto de incendiar. Paro com os movimentos molhados antes que ele alcance o êxtase e o vejo resmungar. Em seguida, o viro bruscamente, deixando beijos em suas costas. O clima ardente estava em plena combustão quando fomos interrompidos pelo som de batidas na porta. Jimin faz menção de sair dos meus braços, mas o seguro.

- Não vá. - Peço.

- Mas pode ser a única pessoa que sempre vem à tarde da noite.

- Mas o Tae não tem casa? Por que ele está aqui? - Choramingo, enquanto Jimin veste pelo menos sua calça. - Manda ele ir embora. - Digo, me escondendo entre os lençóis.

- Cada dia mais abusado, os dois. - O vejo murmurar.

Ouço o som da porta ser aberta, mas nenhuma palavra é proferida inicialmente.

- Quem está aí, amor? - Interrogo, descobrindo-me sob o lençol, e vislumbro a figura do meu progenitor à primeira vista, congelando involuntariamente e incapaz de reagir prontamente.

Meu âmago está em tumulto, sem saber o que dizer, as palavras escapam de mim, porém seu olhar severo ameaça perder a compostura.

- Vista-se imediatamente!

- Mas, senhor... - Tentando articular palavras, obedeço ao comando e, ao concluir, sinto seu aperto em meu braço, conduzindo-me para fora do aposento.

- Fique aqui, ouviu? Não se atreva a interromper. - Admoesta ele.

Ele retorna ao quarto, enquanto escuto seus clamores e difamações a Jimin, como se este fosse a origem de tudo, uma abominação que me conduziu a um pecado mortal.

Incapaz de permanecer inerte e ouvir aquilo sem reagir, atravesso a entrada sem considerar as consequências.

- Não se aproxime de meu filho, repugnante monstro!

- Seu filho possui vontade própria e não é um fantoche manipulável. E eu não sou um monstro, é o senhor que o é! Deveria envergonhar-se por impor o que seu filho sente. Querendo ou não, amamo-nos.

Vejo meu pai erguer a mão em direção a Jimin, mas seguro seu gesto para evitar, o que apenas inflama sua ira. Nunca o vi assim antes, estou temeroso por dentro, mas busco manter-me firme diante da circunstância.

- Não o toque, ou irei desconhecer minha reação. - Profero no calor do momento, sentindo o impacto de sua mão em meu rosto, enquanto Jimin encara meu pai com fúria.

- Acompanhe-me agora, Jeon Jungkook. - Declara ele, pronunciando meu nome com desprezo e aversão.

- Não seguirei a lugar algum.

- Não está em sua alçada decidir.

O silêncio paira por um momento tenso no ar, enquanto meu pai encara-me com olhos ferozes e desafiadores. A atmosfera está carregada de emoções conflitantes, de medo e determinação. Percebo que este é um momento crucial, onde as palavras têm o poder de moldar o destino ou ao menos era o que imaginava.

- Sua noiva está morrendo. A jovem encontra-se enferma e é vossa obrigação comparecer, se ainda desejais ter um sobrenome. - Meu pai era suficientemente severo para provocar uma sensação ainda mais desagradável quanto em mim quando no meu amado.

- Não estás a mentir para me afastar de Jimin?

- Tem 10 minutos, aguardarei junto ao portão principal. Se não aparecer, esqueça que tem uma família.

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