𝐋𝐢𝐬𝐤𝐨𝐨𝐤 | Lalisa finalmente encontrou alguém que a interessasse. Mas, embora seja autoconfiante em vários outros aspectos da vida, carrega nas costas uma bagagem e tanto quando o assunto é sexo e sedução. Não vai ter jeito: ela vai ter que sa...
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Lisa aparece lá pelas cinco, usando clasacão grosso com capuz de pele e luvas vermelhas berrantes. Na última vez que olhei pela janela, não havia um floco de neve no chão, mas agora estou me perguntando se rolou uma nevasca durante a minha soneca e nem reparei.
— Você tava no Alasca? – pergunto, enquanto ela abre o zíper do casaco imenso.
— Não. – Suspira. Ŝ Não consegui achar meu outro casaco, então saí com o de inverno. Achei que pudesse ter deixado aqui. – Ela olha ao redor do quarto. — Mas acho que não. Droga. Tomara que não tenha esquecido na sala de ensaio. Tenho certeza de que uma daquelas calouras vai pegar. E amo aquele casaco.
Solto um riso contido.
— E qual é a desculpa para as luvas?
— Minhas mãos tavam frias. – Ela ergue a cabeça para mim. — Qual é a sua para o gelo?
Percebo que ainda estou segurando um saco de gelo na lateral direita do corpo, onde o gigante do Greg Braxton me atropelou. Estou todo roxo, e Lisa leva um susto quando levanto a barra da camiseta para mostrar o hematoma do tamanho de um punho na minha pele.
— Ai, meu Deus! Foi no jogo?
— Foi.– Levanto da cama e vou até a escrivaninha pegar os livros de ética. — O St. Anthony tem o Incrível Hulk no time. Ele adora espancar a gente.
— Não acredito que você submete o seu corpo a isso por vontade própria – ela se admira. — Não vale a pena, vale?
— Vale. Vai por mim, uns arranhões e umas contusões não são nada comparados à emoção de estar no gelo. – Olho para ela. — Sabe andar de patins?
— Não. Quer dizer, já andei. Mas no geral fico só girando em círculos na pista. Nunca tive que segurar um taco nem correr atrás de um disco.
— É isso que você acha que é o hóquei?– pergunto, com um sorriso. — Segurar um taco e correr atrás de um disco?
— Claro que não. Sei que tem um monte de habilidades envolvidas, e sem dúvida é intenso de assistir – admite.
— É intenso de jogar.
Ela senta na beira da cama, deitando a cabeça com curiosidade.
— Você sempre quis jogar? Ou foi seu pai que o empurrou para o hóquei?
Fico tenso.
— O que faz você pensar isso?
Lisa dá de ombros.
— Alguém me disse que seu pai é uma espécie de celebridade do hóquei. Sei que tem um monte de pais por aí que obrigam os filhos a seguirem seus passos.
Meus ombros se enrijecem ainda mais. Estou surpreso de que ela não tenha falado no meu pai até agora — duvido que haja alguém na Briar que não saiba que sou filho de Phil Graham —, mas também me espanto pela sua perspicácia.