09 - Jungkook

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Greg Braxton é um monstro

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Greg Braxton é um monstro. Estou falando de um metro e noventa e cinco de altura e cem quilos de pura força, e do tipo de velocidade e precisão que um dia vai lhe render um belo contrato com um time da Liga Nacional de Hóquei. Bom, isso se a liga estiver disposta a ignorar o tempo que passa no banco, por causa de uma falta.

Estamos no segundo período do jogo, e Braxton já cometeu três pênaltis, um dos quais resultou num gol, cortesia de Taehyung, que passou deslizando diante do banco adversário com um sorriso presunçoso no rosto. Grande erro, porque agora Braxton voltou ao gelo e está determinado.

Ele me espreme contra o vidro de proteção do rinque com tanta força que sacode todos os meus ossos, mas, por sorte, consigo dar o passe e chacoalho as
teias de aranha do meu cérebro desorientado em tempo de ver Hoon acertar uma tacada de pulso e desviar do goleiro do St. Anthony. O placar acende, e mesmo as vaias da torcida não diminuem a sensação de vitória em minhas veias.

Jogar fora de casa nunca é tão emocionante quanto jogar no próprio rinque, mas a energia da multidão me alimenta, mesmo quando é negativa.

Quando o relógio apita, vamos para o vestiário com uma vantagem de dois gols
no St. Anthony. Está todo mundo nas
nuvens porque não tomamos gol por dois
períodos, mas o treinador Jensen não deixa ninguém comemorar. Não importa
que estejamos na frente… ele nunca nos deixa esquecer o que estamos fazendo de
errado.

— Di Laurentis! – grita com Eunwoo. — Você tá deixando o número 34 fazer gato e
sapato de você! E você... – Olha para um dos nossos defensores do segundo ano.
— Deixou a defesa aberta para eles duas vezes! Seu trabalho é ficar em cima daqueles desgraçados. Viu o empurrão do Taehyung no início do período? É esse tipo de jogo físico que espero de você, Renaud. Chega dessa frescura de ficar esbarrando de leve neles. Bate com vontade, rapaz.

O treinador caminha até o outro canto do vestiário para continuar distribuindo
críticas, e Taehyung e eu trocamos um sorriso. Jensen é um cara durão, mas é muito bom no que faz. Elogia quando merecemos, mas, no geral, exige muito de nós emelhora o nosso jogo.

— Foi uma pancada feia. – Hoon me lança um olhar de comiseração à medida que
levanto a camisa para examinar com cuidado o lado esquerdo do meu peito.

Braxton me deu uma surra, e já posso ver uma coloração azulada surgindo na
pele. Vai deixar um hematoma gigante.

— Vou sobreviver. – respondo, dando de ombros.

O treinador bate palmas para sinalizar que é hora de voltar para o gelo; tiramos os protetores das lâminas dos patins e seguimos em fila pelo túnel até o rinque.

A caminho do banco, posso sentir seus olhos em mim. Não o procuro, mas sei
que vou vê-lo se me virar. Meu pai, encolhido em seu lugar de sempre no alto das arquibancadas, um boné do Rangers cobrindo o rosto, os lábios comprimidos
numa linha fina.

O Acordo - LiskookOnde histórias criam vida. Descubra agora