33 - Lisa

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A vida vai bem

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A vida vai bem.
A vida vai maravilhosa, surpreendente e assustadoramente bem.

Estas duas últimas semanas de namoro com Jungkook têm sido um borrão de
risos, carinhos e sexo apaixonado, misturado com eventos da vida real, como
aulas, estudo, ensaios e jogos de hóquei. Jungkook e eu construímos uma conexão
que me pegou de surpresa, mas, ainda que Yeeun continue me provocando por causa da súbita reviravolta da minha parte no que diz respeito ao cara, não me arrependo da decisão de oficializar as coisas com ele e ver onde elas vão dar. Até agora, tudo tem funcionado muito bem.

Mas, sabe, o problema da vida é o seguinte: quando ela vai bem assim,
inevitavelmente, algo dá errado.

— Sei que é um inconveniente. – acrescenta Fiona, minha orientadora de artes cênicas. — Mas infelizmente não há nada que eu possa fazer a não ser aconselhar você a falar direto com Mary Jane e…

— De jeito nenhum. – interrompo, os dedos apertando com força os braços da
cadeira. Encaro a loura bonita do outro lado da mesa e me pergunto como pode
descrever esta bomba atômica como um inconveniente.

E ainda quer que eu fale com Mary Jane?

Nem. Pensar.

Por que diabos eu iria falar com aquela filha da mãe que se deixou passar por
uma lavagem cerebral e que acabou de destruir qualquer chance que eu tinha de
ganhar uma bolsa de estudos?

Ainda estou me recuperando do que Fiona me comunicou. Mary Jane e Cass me
abandonaram. Eles têm de fato permissão para me expulsar do dueto para que Cass
possa cantá-lo como um solo.

Que merda.

No entanto, lá no fundo, não estou surpresa. Jungkook tinha me alertado de que algo assim poderia acontecer. Eu mesma me preocupei com a possibilidade. Mas nunca em um milhão de anos imaginei que Cass fosse fazer isso quatro semanas antes do festival. Ou que minha orientadora estaria tão tranquila a respeito.

Cerro os dentes.

— Não vou falar com Mary Jane. É óbvio que ela já se decidiu sobre isso.

Ou melhor, que Cass decidiu por ela, quando a convenceu a conversar com
nossos respectivos orientadores e choramingar que sua música não estava
funcionando como um dueto e que iria retirá-la do festival se não fosse
apresentada como um solo. Cass, é claro, foi rápido em apontar que seria um absurdo desperdiçar uma música tão boa, e que ele se oferecia gentilmente para me
deixar cantá-la. Foi quando Mary Jane insistiu que ela deveria ser cantada por uma voz masculina.

Vá se foder, M.J.

— Então, o que devo fazer agora? – pergunto, com a voz firme. — Não tenho tempo para aprender uma música nova e trabalhar com outro compositor.

— Não, não tem. – concorda Fiona.

Em geral, aprecio sua abordagem direta, mas hoje tive vontade de lhe dar um
tapa.

O Acordo - LiskookOnde histórias criam vida. Descubra agora