𝐋𝐢𝐬𝐤𝐨𝐨𝐤 | Lalisa finalmente encontrou alguém que a interessasse. Mas, embora seja autoconfiante em vários outros aspectos da vida, carrega nas costas uma bagagem e tanto quando o assunto é sexo e sedução. Não vai ter jeito: ela vai ter que sa...
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Metade dos caras na sala de musculação está com uma ressaca tremenda. Mas eu, por incrível que pareça, não. Não, as revelações desta manhã espantaram
consideravelmente qualquer dor de cabeça ou náusea que pudesse ter sentido.
Lisa foi estuprada.
A minha Lisa.
Essas três palavras estão flutuando na minha cabeça desde que a deixei em seu
alojamento, e toda vez que aparecem, uma fúria em brasa explode dentro de mim
feito um trem de carga. Queria que tivesse me dito o nome, o número do telefone,
o endereço do filho da puta.
Mas é melhor que não tenha dito, caso contrário, provavelmente estaria no meu
carro agora a caminho de cometer um assassinato.
Quem quer que tenha sido, peço a Deus que tenha pagado pelo que fez a Lisa. Que esteja apodrecendo na prisão neste momento. Ou melhor, que tenha morrido.
— Mais dois. – Tae paira sobre mim, enquanto estou deitado no supino.
— Vamos, cara, que moleza é essa?
Expiro e envolvo os dedos na barra.
Canalizo toda a minha raiva em levantar os
pesos sobre a cabeça, enquanto Taehyung me acompanha do alto. Depois que termino a última série, ele coloca a barra no lugar e me estende a mão. Deixo que me
levante, e trocamos de posição.
Preciso botar a cabeça no lugar. Ainda bem que não estamos no gelo hoje, porque no momento não tenho certeza se ainda sei andar de patins.
Lisa foi estuprada.
E agora quer transar comigo.
Não, quer que eu a conserte.
Puta merda. O que estava pensando quando concordei com isso? Quis essa
menina nua desde o primeiro beijo, mas não assim. Não como um experimento
sexual. Não com tanta pressão para… para quê? Fazer com que seja bom para ela?
Não decepcioná-la?
— Não precisa ter pressa. – zomba Tae. Afasto os pensamentos angustiados e percebo que ele está me esperando colocar a barra em suas mãos.
Inspiro e tento me concentrar em garantir que ele não morra sob minha guarda, em vez de ficar paranoico a respeito de Lisa.
— Então, tô puto com você. –diz ele, flexionando os braços e trazendo a barra para junto do peito. Em seguida expira e eleva a barra novamente.
— O que fiz agora? – pergunto, com um suspiro.
— Você me disse que não tava interessado em Wellsy.
Meu peito fica tenso, mas finjo indiferença enquanto conto suas repetições.
— Não tava, pelo menos não quando falamos disso.
Taehyung solta um grunhido toda vez que estende os braços. Estamos os dois
levantando uns dez quilos a menos que o habitual, porque com a bebedeira da
noite passada ninguém aqui está funcionando cem por cento hoje.
— E agora você tá interessado, então?
Engulo em seco.
— Tô. Acho que sim.
Ele não diz mais nada. Meus dedos pairam sob a barra enquanto ele termina
suas repetições.
Mantenho um dos olhos atento ao relógio acima da porta da sala de musculação. São quase cinco. Lisa sai do trabalho às dez e vai direto para a minha casa.
E a gente vai transar.
A tensão em meu intestino aumenta, acumulando-se num nó gigante. Não
tenho ideia se sou capaz disso. Tenho pavor de fazer algo errado. De machucá-la.