𝐋𝐢𝐬𝐤𝐨𝐨𝐤 | Lalisa finalmente encontrou alguém que a interessasse. Mas, embora seja autoconfiante em vários outros aspectos da vida, carrega nas costas uma bagagem e tanto quando o assunto é sexo e sedução. Não vai ter jeito: ela vai ter que sa...
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Lalisa Wells está a fim de um jogador de futebol americano. Não dá para acreditar nisso, mas como já a ofendi uma vez hoje, tenho de pisar em ovos se quero dobrar a menina.
Espero até estarmos no Jeep e coloco o cinto antes de lançar, com cuidado, a pergunta.
— E aí, há quanto tempo você quer pegar… digo, fazer amor com Kohl? – Ela não responde, mas posso sentir seu olhar mortal em meu rosto. — Deve ser bem recente, já que ele só foi transferido há dois meses. – Pressiono os lábios. — Certo, vamos considerar que faz um mês.
Sem resposta.
Viro-me para ela de relance e vejo que seu olhar é ainda mais ameaçador. No entanto, mesmo com a expressão fulminante, continua gata. Tem um dos rostos mais interessantes que já vi — as maçãs do rosto bem arredondadas, a boca um tanto arrebitada, e, combinados com a pele pálida, os olhos verdes vívidos e uma pintinha perto dos olhos. O visual é quase exótico. E o corpo… cara, agora que reparei nele, não consigo “desreparar”.
Mas me lembro de que não estou levando Lisa para casa na esperança de me dar bem. Preciso muito dela, e dormirmos juntos só estragaria as coisas.
Hoje, depois do treino, o treinador me chamou num canto e me deu um sermão de dez minutos sobre a importância de manter as notas na média. Bem, chamar aquilo de sermão é bondade minha. Suas palavras exatas foram: “Mantenha as notas azuis, ou vou enfiar o pé com tanta força na sua bunda que você vai passar anos sentindo o gosto da graxa do meu sapato na boca”.
Inteligente que sou, perguntei se as pessoas ainda engraxam o sapato, e ele respondeu com uma sequência de impropérios eloquentes, antes de sair feito um furacão.
Não estou exagerando quando digo que hóquei é tudo na vida para mim — e acho que eu não teria escolha, sendo filho de um fodão do rinque como meu pai é. O velho tinha meu futuro inteirinho planejado quando eu ainda estava na barriga da minha mãe — aprender a patinar, aprender a bater com o taco, chegar àliga profissional, fim. Afinal de contas, Phil Graham tem uma reputação a zelar.
Quer dizer, imagina só como ele se sentiria se o filho não virasse um jogador profissional…
Não vou negar, tem um quê de sarcasmo aí. E aqui vai uma confissão: não gosto do meu pai. Ou melhor, eu o odeio. A ironia é que o filho da mãe acha que tudo que fiz foi por ele. Os treinos pesados, os hematomas pelo corpo inteiro, me matar vinte horas por semana para progredir no rinque. Ele é arrogante o suficiente para acreditar que faço tudo isso por ele.
Mas está errado. Faço por mim. E, em menor grau, para superar o meu pai. Para ser melhor do que ele.
Não me leve a mal — adoro o jogo. Vivo pelo barulho da torcida, a sensação do ar gelado no rosto ao voar sobre o gelo, o som do disco quando acerto uma tacada que acende a luz do gol. Hóquei é adrenalina. É empolgante. É… relaxante até.