06 - Jungkook

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Lalisa Wells está a fim de um jogador de futebol americano

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Lalisa Wells está a fim de um jogador de futebol americano. Não dá para acreditar nisso, mas como já a ofendi uma vez hoje, tenho de pisar em ovos se quero dobrar a menina.

Espero até estarmos no Jeep e coloco o cinto antes de lançar, com cuidado, a
pergunta.

— E aí, há quanto tempo você quer pegar… digo, fazer amor com Kohl? – Ela não responde, mas posso sentir seu olhar mortal em meu rosto. — Deve ser bem recente, já que ele só foi transferido há dois meses. – Pressiono os lábios. — Certo, vamos considerar que faz um mês.

Sem resposta.

Viro-me para ela de relance e vejo que seu olhar é ainda mais ameaçador. No entanto, mesmo com a expressão fulminante,
continua gata. Tem um dos rostos mais interessantes que já vi — as maçãs do rosto bem arredondadas, a boca um
tanto arrebitada, e, combinados com a pele pálida, os olhos verdes vívidos e uma
pintinha perto dos olhos. O visual é quase exótico. E o corpo… cara, agora que
reparei nele, não consigo “desreparar”.

Mas me lembro de que não estou levando Lisa para casa na esperança de me
dar bem. Preciso muito dela, e dormirmos juntos só estragaria as coisas.

Hoje, depois do treino, o treinador me
chamou num canto e me deu um sermão
de dez minutos sobre a importância de
manter as notas na média. Bem, chamar
aquilo de sermão é bondade minha. Suas palavras exatas foram: “Mantenha as notas
azuis, ou vou enfiar o pé com tanta força na sua bunda que você vai passar anos
sentindo o gosto da graxa do meu sapato na boca”.

Inteligente que sou, perguntei se as pessoas ainda engraxam o sapato, e ele
respondeu com uma sequência de impropérios eloquentes, antes de sair feito um furacão.

Não estou exagerando quando digo que hóquei é tudo na vida para mim — e
acho que eu não teria escolha, sendo filho de um fodão do rinque como meu pai
é. O velho tinha meu futuro inteirinho planejado quando eu ainda estava na
barriga da minha mãe — aprender a patinar, aprender a bater com o taco, chegar àliga profissional, fim. Afinal de contas, Phil Graham tem uma reputação a zelar.

Quer dizer, imagina só como ele se sentiria se o filho não virasse um jogador
profissional…

Não vou negar, tem um quê de sarcasmo aí. E aqui vai uma confissão: não gosto
do meu pai. Ou melhor, eu o odeio. A ironia é que o filho da mãe acha que tudo que fiz foi por ele. Os treinos pesados, os hematomas pelo corpo inteiro, me matar vinte horas por semana para progredir no rinque. Ele é arrogante o suficiente para acreditar que faço tudo isso por ele.

Mas está errado. Faço por mim. E, em menor grau, para superar o meu pai. Para
ser melhor do que ele.

Não me leve a mal — adoro o jogo. Vivo pelo barulho da torcida, a sensação do
ar gelado no rosto ao voar sobre o gelo, o som do disco quando acerto uma tacada
que acende a luz do gol. Hóquei é
adrenalina. É empolgante. É… relaxante até.

O Acordo - LiskookOnde histórias criam vida. Descubra agora