Capitulo 28 ✨

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Carioca narrando

Entrei no meu quarto, e fiquei pensando no que eu estou vivendo. Acendi um e logo percebi o quarto virando uma grande sauna. Abri a janela e logo percebi a Renatinha acordar esfregando os olhos.

Renatinha: Caramba, que susto. - disse enquanto levantava.
Carioca: Tu se assusta fácil né?
Renatinha: Porque você abriu a janela? Tá um vento gelado e você nem dorme mais aqui. - disse fechando-a
Carioca: Não enche!
Renatinha: Ninguém mandou você me comprar, agora atura.
Carioca: Tu vai voltar nesse assunto?
Renatinha: É a realidade, ué!
Carioca: Aí tá bom Renata. Tu tá muito confiante, tá perdendo o medo do perigo?
Renatinha: Que perigo? Você?

Levantei e fui até ela, pressionando o peço dela contra a cama.

Carioca: Tu tá querendo me tirar do sério?
Renatinha: Te de deixar doidinho é minha especialidade.
Carioca: Deixa mesmo.... mas é de irritação. - provoquei de volta.
Renatinha: Oh, isso não é verdade, por que se não você não transaria comigo sempre que pode.
Carioca: É porque tu é a puta com a agenda mais disponível que eu tenho.
Renatinha: E a Ellen? Desistiu da marmita do morro?
Carioca: A vez da marmita Renata chegou! Já já tá na vez da outra!
Renatinha: Ah, achou outra? Por isso você tá tão distante ultimamente?
Carioca: Coé? Tá maluca?
Renatinha: Isso explica até desistir de dormi comigo todo dia.
Carioca: Olha, vou te passar a visão, nós não temos nada, tu é apenas a puta que eu consigo comer sem ter que me esforçar de mais, e pra falar a verdade, se não fosse tu ia ser outra, porque buceta a gente acha em qualquer canto. Principalmente eu.
Renatinha: Você é o pior ser humano do mundo.

Ela me empurrou, pude perceber que fui idiota com ela. As vezes eu me sinto culpado de ter comprado a Renatinha mas sei que não posso dar o braço a torcer, e que aqui ela tem uma vida melhor do que tinha com o pai dela.

Carioca: Eu ainda não terminei! - disse enquanto puxava ela pelo braço.
Renatinha: O que você quer comigo? Me machucar mais?
Carioca: Entenda, tu é minha.
Renatinha: Eu não sou! Me larga - disse enquanto as lágrimas surgiam em seu rosto.
Carioca: Tu vai chorar mesmo?
Renatinha: Você é o ser humano mais estranho que eu conheço...
Carioca: Estranho? Tá doidona?
Renatinha: Achei que você gostava de mim... mas só me usa, como você mesmo disse!
Carioca: Coé? Eu gostar de tu? - enquanto ri. - Renatinha, no coração do pai não entra ninguém... mas por acaso tu gosta de mim?
Renatinha: Não Carioca! Não gosto, mas por que não me deixa ir embora, já que eu não significo nada para você!
Carioca: Não quero entrar nesse assunto de novo...

Me virei, fechei a porta com ela dentro do quarto e fui para casa da Cléo. Avisei os vapores para ficar de olho na Renatinha, para ela não fugir.

Eu não sei explicar o que a Renatinha causa em mim, mas sei que agora estou sentindo algo pela Cléo, não sei explicar também até porque não sou bom com sentimentos.

(...)

Peguei a moto, a rua estava escura e quase não havia pessoas. Fui pensando na carinha da Renatinha, me olhando e as lágrimas rolando no seu rosto. As vezes acho que deveria deixar ela ir...

Eu cheguei na casa da Cléo, logo entrei.

Cléo: Carioca? Achei que tu não viria hoje.
Carioca: Pô, tô cansadão. Vim aqui, espero não que tu não fique de k.o.
Cléo: O que houve?
Carioca: Coé? Vamo fica falando disso não. Vamos fazer algo mais interessante.

Sentei no sofá próximo a ela, e acariciei a perna dela, tirei a roupa dela e penetrei sem muita cerimônia. Fizemos sexo por uns minutos e pude sentir meu corpo estremecer. Logo levantei, e fiquei ao lado dela, olhando-a.

Carioca: Tu toma remédio? - perguntei um pouco aflito.

Cléo: Sim! Ué.
Carioca: Ah suave. - me senti aliviado.
Cléo: Mas acho que vou parar, agora que sai da boate.
Carioca: Já penso nois ter um moleque? - disse e ri.
Cléo: Ta tão apaixonado assim?
Carioca: Apaixonado? Coé Cléo? Só uma zoeira, mas tu não sabe brincar não.

Não sei qual é dessas minas hoje, tão tudo falando de paixãozinha. Que coisa chata!

Me levantei, me vesti e fui embora. Ela ficou deitada do mesmo jeito que estávamos antes.

(...)

No dia seguinte, acordei, fui até o meu quarto, onde a Renatinha dorme, peguei umas roupas do guarda roupa e fui me trocando.

Renatinha: Meu Deus, preciso acordar já de cara com esse show de horror? - disse esfregando o olho.
Carioca: Sei que é o que tu gosta!
Renatinha: Você é ridículo!
Carioca: É pra combinar com tu!
Renatinha: Pensou direitinho enquanto transava com outra?
Carioca: Coé Renata? Pensei em tu?
Renatinha: Em deixar eu ir embora!
Carioca: Primeiro ponto: Tu não vai embora, Segundo ponto: Eu não tava transando com ninguém.
Renatinha: Primeiro ponto: Porque não?, Segundo: Duvido que você não transe com outras quando fala que vai pra boca.
Carioca: Tu não é minha dona e não vai embora porque não! E se eu tô transando, tu não tem nada haver com isso.

Nesse momento pude perceber o sorriso sarcástico dela ir embora, e uma cara de choro surgir.

Renatinha: Tá bom Carioca!
Carioca: Não entendi.
Renatinha: Me deixa em paz!
Carioca: De boa!

Sei que ela não tá feliz. Será que ela tá gostando de mim? Mas eu não posso dar o "amor" que ela merece. Não sei amar, ainda mais ela que é novinha... as vezes penso que ela pode ter um futuro fora do morro, igual a Liz... mas eu também não sou trampolim pra ninguém.

(...)

VENDIDA AO DONO DO MORROOnde histórias criam vida. Descubra agora